Katniss Everdeen
Estou tão cansada, não quero mais lutar. Não quero mais perder ninguém. Mas quero matar Snow. Quero olhar aquele desgraçado bem nos olhos e o matar. E é por isso que luto para vencer esse novo jogo que aparece para mim. Não estamos numa arena, mas é muito pior. Os inimigos não são carreirista, ou crianças de doze anos de idade com medo, mas sim soldados treinados para matar com as mais letais armas. Vejo Peeta se debater em cada passo que dá, é como se estivesse brigando consigo mesmo internamente. É insanidade mandá-lo aqui. Penso se Coin não está jogando comigo o mandando para cá, como uma punição de eu ter exigido tanto para resgatá-lo.
— Aqui está seu troféu Katniss. O ensine o que é real e não real.
Éramos amantes desafortunados? Real.
Estávamos apaixonados? Não real.
Os beijos trocados na caverna? Não real.
Tínhamos que fingir ser apaixonados mesmo assim? Real.
As madrugadas de pesadelos e consolos? Tão real.
As conversas no trem? Real.
As pessoas que queríamos proteger voltando para arena? Real.
O bebê? Não real.
O beijo na praia? Real.
Respiro fundo. Olho pra frente e vejo Peeta surtar. Ele acaba de matar uma pessoa.
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Uma peça dos jogos
Hayran KurguQuantas vezes acordamos como peças de um jogo que não queremos jogar? A rotina devorando nossos ideais e crenças. Imagina se perder em um jogo em que ser uma peça é questão de vida e morte. Tudo que resta é tentar se reencontrar. Sobreviver. Termina...