03.

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PEDRI GONZÁLEZ

Respirei fundo antes da mulher me atender. Eu estava no centro de treinamento do Barcelona, então aproveitei para falar com ela agora já que a Skarlet estava morando comigo. Ouvi a voz da Kitana por trás da linha e engoli em seco.

Oi. Aconteceu alguma coisa? — a mãe do meu filho perguntou em um tom de voz preocupado, mesmo que o Henri já estivesse com ela. Eu gaguejei antes de falar, mas respirei fundo. — Você está bem, Pedro?

Não.

— Sim. — eu respondi. — Eu estava conversando com a Skarlet e...

Quem é Skarlet? Para começar. — Kitana perguntou confusa. Ah, ela não sabia. Porra!

— É... É a minha namorada. — eu respondi. A francesa murmurou um 'ah' por trás da linha telefônica. Eu cocei a minha mandíbula, orelha e pescoço, me sentindo nervoso. — Eu não quero enrolar, então serei direto. Quando o Henri vier para cá, avise ao Gavira e ele me avisará.

O quê? — Tenório perguntou desacreditada. Ela soltou um risada nasal e curta de escárnio. — Quem tem que resolver isso somos você e eu, Pedro. O Pablo não tem que se meter no assunto do nosso filho. Que merda você tem na cabeça?

— É melhor assim. Eu tenho namorada e conversar com a minha ex-namorada fica estranho. — eu inventei qualquer coisa. Isso estava doendo para caralho e eu não tinha muita escolha.

Para de ser idiota. Eu sou a mãe do seu filho e nós só conversamos sobre ele. — a francesa me xingou. Eu respirei fundo e cocei a minha mandíbula, me sentindo extremamente nervoso.

— Kitana, é isso. Eu já me decidi. — eu encerrei o assunto. Koundé passou ao meu lado e me cumprimentou com um aceno de cabeça e um sorriso fechado.

Você se decidiu é o caralho, Pedro. Nós dois fizemos um acordo diante de um juíz depois que o Henri nasceu, você não pode parti-lo por causa de uma mulher que chegou agora. — Kitana disse de forma séria. Eu soltei um suspiro frustrado ao lembrar disso e cocei a minha testa. Saí do vestiário, já que ele estava começando a encher e fui à um lugar reservado. — Se não resolvermos isso agora, levarei até o juíz e quem vai acabar se fodendo nessa história toda será você.

— É muito mais complexo do que você imagina. — eu murmurei começando a me estressar. A mulher soltou uma risada curta e nasal escarnida. Eu estava andando em voltas pela sala dos faxineiros.

Ah, claro. — ela disse em um tom de voz sarcástico. Eu odiava quando ela falava assim comigo. — O Henri é o seu filho, Pedro. Nós precisamos manter o contato para podermos falar sobre a vida dele, como a matrícula na escola, na escolinha de futebol do Barcelona que você tanto queria, sobre a pensão dele. Eu não quero mais nada com você, pode avisar para a sua namorada. Eu tenho certeza que se ela estivesse no meu lugar, como mãe, pensaria a mesma coisa. Eu só quero manter uma boa convivência entre nós dois para que o nosso filho não seja afetado, porque ele claramente vai perceber depois de um tempo.

— Kitana, eu sinto muito. — eu disse. Antes que eu continuasse a falar, ela me interrompeu.

Não sente. Se realmente sentisse, assumiria o seu papel como homem e diria a ela que essa merda não tem nada a ver com nada. Acalme a sua mulher, Pedro, porque se eu tiver que fazer isso por você, não vai acabar de um jeito bom e eu faço o que for possível e impossível para ver o meu filho bem. — Kitana praticamente ameaçou, ainda em um tom de voz petulante. Eu soltei uma risada nasal e curta escarnida e cocei os meus olhos.

kitana², pedri gonzález. Onde histórias criam vida. Descubra agora