14.

938 100 103
                                    

KITANA TENÓRIO

Bendito momento em que eu tinha dinheiro o suficiente para pagar a minha fiança. Meu advogado conseguiu me soltar e já foi embora.

O oficial Rivera me encarou e se aproximou de mim, erguendo a mão para me cumprimentar e eu encarei a mão dele com desdenho, fazendo com que um sorriso fechado surgisse em seus lábios. Eu cumprimentei ele de volta.

— Não se resolve casos assim com violência, senhorita Tenório. — o mais velho disse. Um sorriso irônico estava no canto de seus lábios. Ele tinha uma barba grande, mas isso não o deixava feio, pelo contrário, dava um charme a mais. Ele era poucos anos mais velho do que eu, provavelmente tinha vinte e nove. Para ser sincera, ele me lembrava o Neymar no final de dois mil e vinte e três. — Se houver mais um problema, pode me chamar que eu resolverei. Meu nome é Henrique.

Ele entregou um cartão de contato por baixo e colocou na minha mão. Encarei a minha mão e soltei uma risada nasal e escarnida. Balancei a cabeça em negação, desacreditada, e entreguei o cartão para ele de volta.

— Você acabou de me deter e quer sair comigo? — eu perguntei. O homem movimentou os ombros para cima e para baixo, mostrando indiferença e fez um bico. Eu ouvi uma voz infantil e me virei, vendo o meu filho correr na minha direção.

— Mamãe! — o pequeno gritou. Eu peguei ele no colo e abracei-o, me sentindo aliviada. Deixei diversos beijos na bochecha dele e ele soltou a sua risada gostosa por estar fazendo cócegas, ele era pequeno, não entendia muito bem o porquê disso, mas para ele o que estava sendo algo comum quando nós brincávamos, estava sendo aliviador para mim.

— Meu amor... — eu murmurei. Senti lágrimas na minha linha d'água e o meu filho me encarou, confuso por eu estar chorando. — A mamãe te ama muito, tá? Nunca esqueça disso. Eu sempre vou te proteger, meu pequeno...

— Eu também te amo muito, — Henri enfatizou. — mamãe.

O meu filho estava olhando para trás de mim, provavelmente para o oficial Rivera.

— E aí, garotão? — o homem cumprimentou o Henri. — Quase fomos xarás. Eu sou o Henrique.

Homem quando quer boceta é foda.

No mesmo momento, Pedro se aproximou da gente e deixou um beijo na bochecha do nosso filho.

— E aí? A Skarlet foi presa? — Pedro questionou. O pai do meu filho encarou fixamente o chefe desse posto com a mão no quadril e semicerrou os olhos suavemente na direção do mais velho, ademais, ele estava com a postura ereta.

— Estamos providenciando isso. — Henrique direcionou um sorriso fechado para o meio-campista. — Ela nunca mais chegará perto desse jogador caro aqui.

Henri abriu um sorriso de orelha a orelha quando ouviu qual nome o oficial referiu a ele.

— Tio legal! — Henri disse. Eu soltei uma risada e balancei a cabeça em negação enquanto o Pedro pareceu ficar mais puto ainda. Por que ele estava assim? Eu hein. Não tinha motivos. — Mamãe, eu quelo ir pla casa.

— Nós vamos agora, meu bebê. — eu respondi. — Obrigada, Rivera. Tenha um bom trabalho.

— De nada, Tenório. — ele respondeu com um tom de voz implicante. Pedro se aproximou de mim e me guiou até a saída, com a mão no meu cóccix. Eu revirei os olhos pelo ciúmes dele, mas deixei a mão ali. Henri estava tagarelando como se nada tivesse acontecido.

Quando chegamos no carro, após eu prender o Henri na cadeirinha no banco de trás, senti algo no meu bolso traseiro. Soltei uma risada escarnida e balancei a cabeça em negação ao perceber o que era. Peguei o cartão e observei o número do policial. Senti o olhar do Pedro queimar na minha pele e ele pigarreou.

kitana², pedri gonzález. Onde histórias criam vida. Descubra agora