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PEDRI GONZÁLEZ

Acompanhei a Skarlet ao meu lado e apoiei a minha mão na cintura dela enquanto escolhíamos alguns presentes nossos para o nosso filho. Ela pegou uma mamadeira da Barbie e observou com um sorriso de orelha a orelha nos lábios.

— Imagina se for uma menina, amor. — a morena disse. Eu fiz um som nasal em concordância e abri um sorriso fechado. — Olha esse gatinho de pelúcia. Eu tenho certeza que o nosso filho vai amar.

— Com certeza, princesa. — eu concordei. Cocei a minha mandíbula e torci os meus lábios, querendo sair daqui o mais rápido possível e encontrar a Kitana e o Henri. Entretanto eu precisava assumir o meu papel de pai. Eu ainda achava que era uma loucura nós virmos aqui com um mês de gravidez, mas ela insistiu.

Eu nunca mais esqueceria de usar a camisinha na hora do sexo. Foda-se se era melhor sem. Eu prefiro não ter que pagar mais uma pensão.

(...)

Estava chovendo e eu reclamava com a Skarlet, dizendo para ela entrar dentro do carro porque eu colocaria as compras que ela fez no porta-malas. Ela não aceitou e tentou me ajudar, mas eu neguei a sua ajuda.

De repente, ela surtou e tentou pegar as sacolas de compras da minha mão, mas como eu tinha mais força, ela não conseguiu.

— Me dá essa merda. — ela ordenou, raivosa. Eu balancei a cabeça em negação e confuso pela crise repentina dela. — Agora, Pedro! Eu não estou brincando.

— O que você tem, Skarlet? Por que você surtou do nada? — eu procurei por respostas e elas imediatamente foram recebidas quando a mulher gritou e gesticulou com raiva. 

— Por que você não me ama mais? — Skarlet esbravejou no estacionamento vazio do Shopping. Eu arregalei os olhos, sentindo as gotas de chuva apertarem e molharem os nossos cabelos e roupas. — Você sabe o motivo, mas você não fala. Nós dois sabemos, mas eu quero ouvir isso sair da sua boca.

— Eu não sei sobre o que você está falando. — eu me fiz de sonso. Encarei-a como se ela fosse maluca e de fato era. — Você ficou maluca, Skarlet? Porra.

— Você ia terminar comigo naquele dia, mas eu disse que estava grávida. — ela contou. Eu encarei-a perplexo e balancei a cabeça em negação.

— Não, Skarlet, eu não ia... — fui interrompido por ela novamente.

— Vá se foder. — Skarlet mandou. Ela puxou os próprios cabelos e eu arregalei os olhos. — Essa criança é o único motivo de nós estarmos juntos, porque na sua cabeça, você tem o pensamento de "Oh, não. Não posso terminar com ela porque ela está grávida e eu preciso ser um pai presente".

Tentei me aproximar dela para tentar acalma-la.

— Não, princesa. Fica calma. Você está ansiosa com o assunto da gravidez e não sabe como lidar com isso. — eu disse qualquer coisa que fizesse sentido na minha mente. Consegui abraça-la por um breve momento, mas logo depois ela me empurrou.

— Eu não sou maluca. — ela semicerrou os olhos na minha direção.

— Eu não disse que você é. — eu respondi. Disse sim. Skarlet me encarou indignada.

— Eu sou maluca, Pedro? — a morena perguntou. Skarlet me encarava com ódio e eu balancei a cabeça em negação. Então ela pegou o celular no bolso da calça e me mostrou as câmeras de segurança indisponíveis no dia que a Kitana foi lá em casa. — Por que você desligou as câmeras?

Ah, caralho.

— A luz caiu no dia. Provavelmente deu curto-circuito no sistema. — eu inventei. Bittencourt respirou fundo e soltou um suspiro.

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