CAPÍTULO IV

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•°•° Narrador °•°•

Quinta feira da primeira semana, Maisie tinha mais perguntas do que questionários.

Frank estava preste a sair, com todo o ocorrido em Seattle, sua semana estava muito agitada, passava mais tempo lá do que em Forks.

- está melhor querida? - perguntou Frank. Seu olhar de preocupação era a única coisa que a garota conseguia distinguir por entre as cobertas, aonde passou a manhã inteira.

- estou. - mentiu. - não me olha assim. - pediu a garota ao notar seu pai perdidos em alguns pensamentos preocupados.

- eu posso faltar hoje e cuidar de voce.

- não, é so uma febre. Vai trabalhar, quando voltar, vou estar melhor. - disse enquanto sentia um calafrio passar por seu corpo.

- não vou deixar você sozinha nesse estado. Vou ver se Billy pode cuidar de você. - sem dar a chance da garota protestar, Frank saiu do quarto a procura de seu telefone, que estava encima da mesa. - ele está vindo. - voltou, depois de alguns minutos. - tento voltar o mais cedo possível, ta bom? - a garota confirmou e um tempo depois escutou o som dos pneus do carro pegar seu rumo, e em um intervalo de quinze minutos, outros sons de pneus se ouviu em frente da casa.

- não disse que iria ser aqui. - a voz, indignada e raivosa, era conhecida para a garota, mas não a distinguia, por causa da dor de cabeça que sentia, mas seu corpo a reconheceu, um calafrio se sentiu quando o ouviu e mais ainda quando os braços, fortes da voz, passou por ela, fazendo-a ser carregada.

- temos que leva-la daqui rápido. - outra voz, desconhecida. - se ela fizer isso aqui, não vai ser bom para ninguém.

- Billy? - tentou falar, em meios a gaguejos, nenhuma resposta se teve, apenas sons e cheiros ampliados das folhas da floresta descongelando e o vento gelado e úmido, do lado de fora.

- não vai dar tempo. - novamente a voz , seguido do calafrio, causando ainda mais dor em seu corpo, era como se tudo fosse explodir, como se os seus ossos quisessem apenas sair para o mundo, puxar o ar se tornou uma função desesperadora.

- então vamos deixa-la aqui, transforme-se, informe seu pai e mantenha os outros em alerta. - a voz do outro desconhecido era dura e passava uma sensação de ordem a mais que Jacob, naquela noite.

Maisie sentindo as mãos se afastarem de seu corpo, virou em direção ao chão, de bruços, apoiando-se nos joelhos e cotovelos, sobre o chão gelado. Seu corpo estava pior do que a uns minutos atras, queimava de dentro para fora, de repente, sua respiração ficou suspensa e, finalmente, a sensação do fim dos dias de tremedeira e dores.

Quando abriu os olhos, não era mais ela, tudo que a deixava como era, sentia que havia desaparecido, em compensação, em sua mente, imagens de um lobo preto acinzentado, com uma mancha branca abaixo do queixo, a assustou, caindo para trás apoiando em suas pernas, quer dizer, patas.

}- Maisie, consegue me ouvir? - a voz ecoava por sua cabeça e com um pulo, logo estava em pé.

}- quem está ai? - perguntou ela, em sua mente, procurando pela voz e dando de cara com outro como ela.

Seu corpo era de um lobo enorme, tão grande como um cavalo, só que mais musculoso, igual ao que vira antes, sua pelagem era preta e seus olhos castanhos.

}- sou Sam Uley - disse o lobo, de alguma forma, em sua cabeça.

}- como...

}- é a telepatia que temos com a alcateia. - alcateia, significa que existia mais e ''temos'', a conjugação com plural, que agora incluí ela. - preciso que se acalme, só depois que voltar a ser humana terá sua explicação. - mas, como voltar a uma coisa que nem mesmo pensou em sair. - só se acalme, feche os olhos, tente controlar a respiração, pense em algo que te acalme.

Se acalmar estava um pouco complicado, não era para menos, mas quando finalmente, lembrança de paz se passaram em sua mente, essa com imagens de sua vida que ficou para trás, sentia seu corpo se esfriar, seus dedos do pé tocando as folhas úmidas no chão. Quando tornou a abrir os olhos, Sam, o rapaz alto parado em sua frente, a olhava serio e calmo.

- vamos - disse ele, caminhando floresta a dentro.

Sua mente estava confusa, seu corpo tinha virado algo sobrenatural, totalmente diferente do que era e ainda existia mais como aquele ser. Agora, a sensação dentro dela, não era apenas dela, sentia que o dividia com mais alguém.

Crepúsculo - Vida e MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora