CAPÍTULO XIV

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•°•°Narrador°•°•

- quando ia me contar?! - gritava a garota, encurralando Paul contra uma parede.

- não foi escolha minha.

- mas você, é o meu melhor amigo, não devia esconder algo desse nível! Era o meu pai! - todos presentes, sentiram o chão tremer, de baixo de seus pés, um terremoto estava começando a se formar.

- Maisie. - chamou-a Carlisle. - se acalme - pediu ele, olhando em seus olhos. - o que está acontecendo?

- o pai dela morreu. - comentou Edward, lendo os pensamentos de Maisie.

- como? - perguntou ela, sendo segurada por Emmett e Jasper, seus olhos lacrimejavam com lagrimas, sua respiração estava agitada. - como?

- quando Sam te mandou levar Bella até a montanha, você perguntou o por que não mandava Jacob. Sam, Jacob e Billy foram saber, na delegacia, a noticia que estava se espalhando. - Paul suspirou.

- seu pai estava em Seattle, a cidade em que os recém-criados estavam, ele foi mais um dos desaparecidos, que encontraram junto aos corpos, sem sangue no corpo e cheio de mordidas. - continuou Jacob.

A raiva que Maisie sentia, estava desaparecendo, Jasper se sentia na obrigação de a fazer desaparecer, os terremotos, que derrubavam os quadros e decorações, cessou.

- a batalha, não vai mais acontecer. Já podem ir embora. - disse ela mais calma, consequência do talento de Jasper.

•°•°Maisie°•°•

Sentia a tranquilidade que Jasper me passava, mas não era tranquilidade que eu queria, era a raiva, o ódio, a vontade de matar tudo e a todos. Todos olhavam para mim, vendo-me querer desabar, perdi minha mãe e agora tinha perdido meu pai. A única coisa que queria, era saber se realmente tudo era verdade.

°°°°

E era, tudo verdade. Meu pai não estava mais em casa, estava morto, a minha frente, seu corpo seco, pálido, repleto de mordidas, foi morto por uma coisa em que metade de mim havia se tornado.

- tem alguém ai? - perguntava um homem adentrando na sala do necrotério, antes de acender as luzes, seu cheiro era maravilhoso, a raiva que sentia, me fazia querer seu sangue, mas isso não era o que eu queria, não posso me tornar um dos que mataram meu pai.

°°°°

Não podia culpar os Cullens, não como culparia a tribo, eles me acolheram e não tentaram me matar ou esconder algo importante de mim.

- Maisie. - chamou-me Carlisle, vendo-me subir as escadas.

- está bem querida? - quis saber Esme, carinhosamente. Respondo com um sorriso de lado, logo recebo seu abraço.

- uma hora isso iria acontecer, e eu seria a pessoa que não envelhece, sendo obrigada a ver acontecer. - apesar de minhas palavras, que embora, não era exatamente o que estava sentindo, tentar pensar em algo assim, para a tranquilidade de todos, me pareceu uma boa ideia, precisava mostrar controle.

- a dor vai passar querida. - comentou Esme.

- e eu posso ajudar. - informou Jasper.

- não, obrigada. Estou bem. - tinha que sentir essa dor.

Faltava um dia para que o casamento de Bella e Edward acontecesse, e havia passado dois dias da grande noticia, todos estavam carregando troncos de madeiras, mesas, cadeiras e decorações, enquanto Bella tentava se acostumar com os saltos que teria que usar. O luto não havia passado, mas ainda sentia a falta dele em casa, na qual estava vazia, silenciosa, mais do que de costume.

- se não aguentar, não precisa se esforçar. - disse Emmet, sorrindo para mim. Carregávamos, cada um, um grande tronco de árvore.

- devo dizer isso pra voce. - respondi, fazendo Rosalie gargalhar.

- aonde a gente coloca? - perguntou Emmett para Alice, junto a Bella, na sacada.

- um em cada lado da nave. - respondeu ela.

- que nave? - perguntou Rosalie.

- ninguém aqui tem imaginação? - sorrimos em uníssono das loucuras de Alice.

Apesar da exclusão da tribo, me sentia bem por estar ali, com os Cullens. Minha nova raça, de um jeito sem explicação, deixava-me como se nada tivesse acontecido. Meus olhos eram naturais, quando não usados os novos dons, minha pele estava na mesma tonalidade e temperatura, apesar de ser uma vampira.

Algumas horas depois, depois do anoitecer, em casa, aquele ambiente vazio, escutei a presença de alguém se aproximar de casa

- está no território errado, Paul. - disse, saindo pela porta.

- não posso vir visitar voce? - sorriu amigável.

- visitar, é sério?

- está brava, eu entendo. Foi errado o que tentaram fazer com você... O que fizemos com você.

- eu até entendo, Paul, agora eu entendo, mas, seja sincero, ainda sou uma ameaça para tribo? Os Cullens não se tornaram um aliado, nesse tempo?

- eles ainda acham, que são uma ameaça, mas não vão atacar, Jacob finalmente fez algo de util. - disse revirando os olhos.

- como assim? - questionei.

- ele lutou pelo imprinting e conseguiu. Não podem fazer qualquer mal a você.

- isso não importa mais. - falei entre os dentes.

- você disse que entende, então não nos trate assim. - pediu Leah, aparecendo do nada, se juntando a conversa.

Controlava minha respiração na tentativa de fazer meus olhos sobrenaturais ficarem escondidos. Estava com raiva, minha loba estava com raiva. Trata-los como antes?! Antes da exclusão ou antes de esconderem a morte do único ser que ainda tinha?!

- o que é isso?! - espantou-se Paul, caminhando para longe de mim.

- suas mãos!! - gritou Leah. De minhas mãos brilhava algo quente e perigoso, fogo.

Como seria possível! Fogo, saindo de minhas próprias mãos!

Crepúsculo - Vida e MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora