CAPÍTULO XVIII

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•°•°Maisie°•°•

No dia seguinte...

Era a hora de ir embora, me tornar algo que nunca imaginei. Estava em meu carro, colocando minhas malas no porta-malas, sabe se Deus o dia que voltarei para Forks e como voltarei, a moto e o cheiro de Jacob o entregava de longe, com certeza, Paul havia contado de minha longa viagem, ele e Leah vieram mais cedo, se "despedir", com os olhares de desaprovação. Antes que o mesmo chegasse até mim, caminhei em direção a porta, em busca de pegar minha ultima mala.

- o que está fazendo aqui? - perguntei, puxando a mala em direção ao carro.

- Paul me contou. - estava parado ao meu lado, vendo-me colocar a ultima mala no carro, seu rosto estava estranhamente confuso, para mim.

- se veio ver se era verdade, já tem sua resposta. - queria me dizer alguma coisa, mas estava receoso e isso me irritava.

- não sente sua loba querendo ficar ou... - suspirou profundo. - o imprinting?

- o imprinting é algo que nos faz não ter vontade própria, não é?

Finalmente seu rosto me revelou algo que soube explicar, a surpresa por ser o que falava na praia.

- estou indo embora, agora pode ter sua vontade própria, pena que Bella se casou. - disse entrando no carro. Antes que pudesse tomar partida, Jacob se apoiou na janela, desligando o carro.

Sua mão, estava a sua frente, pedindo para que eu esperasse, estava agitado, levemente ofegante, tentando pensar no que falar. Acho que estava muito cedo para falar de sua amada. Minha loba sentia sim a vontade de ficar, e ficar com Jacob era o que ela mais queria, mas ele já a rejeitou tantas vezes, que eu fazia questão de manter essa vontade contida dentro de mim.

- não era bem o que queria dizer... Sobre o imprinting. - através de seu rosto, sentia a esperança do que iria dizer, mas a esperança não era minha. - estava com raiva por Bella e desde o inicio, do imprinting, não considerei você. - suspirou - por favor, fique. - sua voz saiu baixa, como um suspiro, uma suplica.

Seu pedido, sua voz, seu rosto triste, como um cachorro arrependido, era como se finalmente tivesse aceitado o imprinting. Seus lábios, abriam e fechavam, algumas vezes, na tentativa de dizer algo, meu coração ardia, queimava ao vê-lo daquela maneira. Liguei, novamente, o carro.

- qualquer felicidade é melhor do que ficar sofrendo, por alguém que não pode ter? - olhei em seus olhos, e levemente para seus lábios retraídos. - e pensar que considerei, voltar ao passado e, quem sabe, recomeçar. - suspirei. - com você, Black.

Deixei-o parado, com os punhos cerados, olhando para até o ultimo brilho dos faróis.

Aquilo que Jacob havia falado era a verdade, por causa do imprinting, os lobos não tem vontade própria, não podem sentir algo por outra pessoa, tem que viver amarrado a alguém que não o quer.

Queria ter um motivo que me impedisse de ir embora, mas Jacob não me queria de verdade e não vou aceitar que me queira como qualquer felicidade.

Parei, encostada na soleira da porta de entrada da sala dos Cullens, Amun e Kebi estavam a minha espera, prontos para voltar ao clã.

- espero lá fora. - informou Amun, sendo seguido por sua companheira.

- vou sentir saudade. - comentou Alice, me abraçando.

- olha Emmett. - pediu Rosalie. - mais rápida, forte... - Emmett, sentado na lateral do sofá, olhava para fora da casa, feito uma criança emburrada. - tchau Maisie.

- voltarei mais forte Emmett. - sorri para ele. - eu prometo. - cochichei.

- fique bem, querida. - disse Esme. - e volte logo.

°°°°°

A viagem, à caminho do clã egípcio, não demorou. Amun falava da descrição que teria comigo, ninguém poderia saber de minha existência, assim como os Cullens faziam. As regras que disse a mim, não permitia a minha saída do clã, o perigo de ser vista e levada aos volturi, era enorme.

O clã do Egito, era enorme, mas não era aonde eu iria ficar, ficarei escondida em um dos pequenos templos. A entrada, bem ao centro, uma grande piscina, com coqueiro organizados em filas, em seus dois lados.

Seguia Amun e sua companheira, ao centro do templo, avistando duas pessoas, uma delas, um homem.

- Benjamin. - disse Amun levemente nervoso.

- queria conhecer a visita. - Benjamin, tinha os olhos como os de Amun, vermelho carmesim, porém arregalados e grandes, seu rosto era sorridente. - nunca temos visitas, sou Benjamim.

- Maisie. - me apresentei.

- e essa é Tia. - Tia era sua companheira. Aparentemente quieta, magra, seus cabelos, longos e negros, batiam em suas costas. - soube que Amun vai treinar o seu dom. - confirmei. - então vamos passar algum tempo juntos.

- não. - disparou Amun. - o talento dela é diferente. - estranhei a rapidez de Amun, para responder.

- qual?

- bom... Fogo e o ar, eu acho. - respondi.

- dois dos quatros elementos?

- é o que eu sei, até agora, e o seu? - Benjamin me respondeu, olhando para mim, mostrando a pontas de seus dedos, pegando fogo, em seguida, suas mão se direcionaram para frente de seu corpo, em direção as árvores, fazendo-as dançarem, depois, fazendo as aguas balançarem e, por fim, o chão tremeu, sobre nossos pés. Sorri pela sua demonstração.

Crepúsculo - Vida e MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora