Um toque de celular

8 0 40
                                    


Após o jantar, meu pai, meu irmão e eu saímos para o lado de fora do restaurante, onde a brisa se mantia gelada pela chuva que tinha acabado de passar.

Caminhamos até o carro que nos esperava, porém sou interrompida por uma notificação em meu celular de um número desconhecido. Pensei em não responder mas a curiosidade dentro de mim não deixou que eu só visse mais tarde.

"Te espero na esquina do restaurante"

Só sendo uma louca para ir até lá e descobrir quem era. Pois bem, eu sou bem maluca da cabeça. Avisei meu pai e Michael que iria encontrar com algumas amigas e estaria em casa em menos de duas horas, eles concordaram e foram sem mim.

Esperei o carro sair e comecei a caminhar calmamente, o nervosismo e o medo fazia com que eu sentisse meu peito subir e desses inquietamente. Eu poderia ser sequestrada, assaltada ou até abusada. Mas se a pessoa tinha o meu número, provavelmente era algum conhecido.

Era possível começar a avistar duas sombras paradas um pouco mais à frente. Com forme eu iria me aproximando a imagem começou a se tornar mais clara aos meus olhos, me deixando desacreditada do estava vendo.

A moto com um ser humano escorado dela enquanto exalava fumaça pela boca, me faz ter um dos maiores arrependimentos possíveis da minha vida. Nick me olhava enquanto me aproximava dele com fúria nos olhos.

— É sério isso? - paro em alguns metros de sua frente e cruzo os braços

Ele mantém-se calado, tragando seu cigarro e em seguida soltando lentamente, deixando a fumaça sair aos poucos.

— Você me fez perder uma carona para casa Nick. Simplesmente pra encher o meu saco?

Nick suspira fundo e joga seu cigarro no chão, sua expressão não era cem por cento neutra, tinha algo diferente nela.

— Eu não fiz nada Emma, foi você que veio andando até mim. Confessa que você estava torcendo para que realmente fosse eu aqui te esperando - Nick se desencosta da moto e se aproxima um pouco mais da minha pessoa

Me sinto paralisada naquele instante. Eu realmente vim até aqui, logicamente não por achar que fosse Nick e sim por curiosidade mesmo.

Nick está cada vez mais perto de mim, a rua escura, fria e com pouco movimente faz com que o calor do seu corpo chegue mais rápido ao meu. Posso sentir seu cheiro cada vez mais forte ao se aproximar, seu perfume invade completamente minhas narinas tomando todo o espaço em minha mente.

— Pensei que iria gostar de terminar o que começamos la dentro - suas mãos geladas encontram minha cintura, logo descendo pelas minhas pernas e as segurando para que se pusessem ao redor de si.

Meu corpo estava tão paralisado, que era impossível dizer algo ou expressar qualquer coisa naquele momento. Deixo que ele me leve até sua moto, me sentando em cima dela e ficando no meio das minhas pernas.

— Me diz Barbie, pensei certo não foi? - Sua boca a centímetros da minha faz com que eu perca totalmente o controle de minhas ações.

Colo meus lábios aos seus tão rápido que nem pensei duas vezes. Mesmo fumando a poucos minutos, o gosto de mente se destacava em sua boca. Sua mão apertava e acariciava minha coxa de uma forma tão boa que fazia minha respiração ficar descontrolada entre seus beijos.

Sinto sua mão subir cada vez mais até tocar em minha roupa íntima que por incrível que pareça já estava completamente encharcada. Seu sorriso convincente me faz perceber o qual bom Nick era no que estava fazendo. Estava completamente impossível não transmitir a excitação que percorria pelo meus corpo.

Logicamente comigo sempre tinha algo pra atrapalhar um momento desses. Ouço o barulho de um celular tocando fazendo com que nos separássemos do logo beijo.

— Mas que merda - sussurro

— Não é o meu - Nick pega seu aparelho no bolso e o guarda seguidamente

Tiro o celular da bolsa percebendo que não era o meu também, mas eu podia reconhecer esse toque, era algo familiar em minha mente, com certeza eu já tinha ouvido.

— Talvez na próxima de certo Barbie - Nick diz voltando a sua expressão séria enquanto o barulho do toque começa a aumentar

Me sento rapidamente, sentindo meu coração acelerado e meu corpo inteiramente soado.

— Não, não, não - Desligo o despertador e tampo o rosto com as mãos

Eu tinha acabado de ter a porra de um sonho com Nick Torrance e nem podia ter sido um sonho normal, lógico que teria que ser um sonho "erótico".

Fico alguns minutos ali raciocinando tudo que aconteceu no sonho até começar a notar algo estranho. Eu não sabia o que poderia ser então começo a olhar pelo quarto, minha cama, minha roupa e...

— Não, não, não, não - Choramingo ao perceber que minha calcinha estava úmida.

Como pode do dia para a noite, Nick entrar tanto em minha mente ao ponto de me fazer ter esse tipo de sonho com seu ser. Isso era completamente impossível em minha mente, principalmente com Nick Torrance.

Me levanto da cama e vou diretamente ao banheiro para tomar meu banho matinal e hoje mais importante do que nunca eu necessitava tirar toda aquela tensão dos meus ombros.

Sob o calor reconfortante do chuveiro, permito que a água envolva meu corpo, uma cascata suave que tranquiliza a tensão da noite passada. No espelho embaçado, meu reflexo se desenha de forma vaga. Este é o cenário familiar deste ritual diário.

Decido dedicar atenção ao meu cabelo. Elevando os braços, permito que a água flua, enquanto o shampoo, com seu aroma revitalizante, preenche minhas mãos. Uma massagem suave no couro cabeludo cria uma espuma envolvente, uma fusão perfumada com o vapor que preenche o ambiente.

E pelos próximos longos vinte minutos me esqueço completamente que estou prestes a encontrar Nick Torrance na escola. Provavelmente não saberei como agir, a intenção é parecer o mais natural e indiferente possível ao ponto se esquecer a sensação de seus dedos tocando minha perna na noite passada ou então do meu sonho.

Já havia se passado uma hora e no instante estou entrando nos corredores do prédio. A movimentação agitada e o barulho alto como de costume preenche os meus ouvidos.

Não paro nos armários e vou diretamente a sala da minha primeira aula. Ao entrar, me sento no mesmo lugar de sempre e começo a ajeitar minhas coisas em cima da mesa, sem nem ao menos notar os alunos que entravam na sala.

O sinal toca e em alguns segundos a voz do professor ecoa pela sala.

— Juntem-se com suas duplas para fazer a segunda parte do trabalho da semana passada

Levanto minha cabeça no mesmo instante e ao olhar para o professor, me recordo de quem era minha dupla na semana passada

Skyfall - Entre o Ódio e o PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora