Skyfall - Entre o Ódio e o Prazer

A Chama de Conflitos

EMMA

Após o evento caótico de ter passado o pós-festa com Nick, finalmente consegui um domingo tranquilo, dedicado apenas a mim mesma. Eu esperava que ele aparecesse em casa para buscar seu telefone, mas ele não deu sinal de vida. O silêncio se arrastava, e eu me perguntei se ele tinha realmente ido embora ou se simplesmente se esquecera de mim.

Com o dia já claro, entrei pelos portões da escola. Era uma rotina familiar: cumprimentos amistosos de alguns colegas, olhares de desdém de outros, e logo vi Chloe e Mary se aproximando.

— Bom dia, princesa — Chloe disse primeiro, com aquele sorriso que sempre a acompanhava. — E aí, como foi o final de semana, senhorita?

— Só fui ao evento da empresa do meu pai — respondi, tentando parecer indiferente.

— Então vem, temos tanta coisa pra te contar sobre o que descobrimos quando chegamos! — Mary exclamou, puxando-me para dentro da escola.

Enquanto elas falavam animadamente sobre pessoas que eu mal lembrava, minha mente vagava pelos corredores, à procura de algo que nem eu sabia o que era. Foi então que avistei uma figura familiar: uma nuvem de fumaça saindo de um rosto parcialmente encoberto pelo capuz de um moletom preto. Era Nick. Ele caminhava calmamente em direção à parte de trás da escola.

— Terra chamando Emma! — Chloe interrompeu meus pensamentos com um dedo estalando diante dos meus olhos.

— Você tá ouvindo a gente? — Mary perguntou.

— Sim, claro! Podem continuar — tentei convencer as duas de que estava prestando atenção.

Mas assim que elas recomeçaram a conversa, o sinal soou, interrompendo o fluxo das novidades.

— Bom, vamos pra aula. Lá dentro a gente termina de te contar — Chloe sugeriu.

Ao chegarmos à porta da sala, notei uma cadeira vazia no fundo e, sem pensar duas vezes, voltei para trás.

— Aonde você vai, Emma? A aula vai começar! — gritou Mary.

— Preciso ir ao banheiro. Vai ser rápido — respondi apressadamente enquanto caminhava pelo corredor em direção ao beco nos fundos da escola.

Quando cheguei lá, entrei calmamente, olhando ao redor à procura dele. Mas nada. Caminhei um pouco mais até ouvir uma voz grave que me fez pular de susto.

— Eu tô aqui, Barbie.

— Credo, assombração! — coloquei a mão no peito como se pudesse acalmar meu coração acelerado.

— O que você quer? Por que estava me procurando?

A verdade é que eu não sabia por que estava atrás dele.

— Porque... eu...

— Meu telefone? — ele completou antes que eu pudesse me embaraçar ainda mais.

— Isso! Seu telefone! — peguei o aparelho do bolso da mochila e estendi para ele pegar.

— Agora pode voltar pra aula — disse Nick com desdém.

— Jura? Nem um obrigado? — cruzei os braços, tentando manter a compostura.

— Muito obrigado, Barbie, por devolver o que já era meu — seu tom era arrogante e debochado.

Revirei os olhos enquanto começava a me afastar dele. No entanto, parei ao passar por Nick e não resisti à curiosidade:

— Você e a... Mary? Estão juntos?

Ele me olhou com uma expressão desdenhosa.

— Emma, não foi porque andamos de moto e assistimos a uma série uma única vez que você tem o direito de saber com quem eu me envolvo.