Skyfall - Entre o Ódio e o Prazer

Nossos sonhos?

Após a efervescente festa de Mary, o final de semana se desenrolou como uma trama envolvente. As horas passaram velozes, e surpreendentemente, não tive a oportunidade de discutir com as meninas os acontecimentos envolvendo Josh e a "gentileza" de Nick ao me levar para casa.

Neste exato momento, percorro os corredores familiares da escola, imersa em pensamentos, enquanto recolho cuidadosamente alguns livros do meu armário. O eco das risadas e conversas da festa ainda ressoa em meus ouvidos, contrastando com o silêncio escolar.

A dualidade entre a efervescência do final de semana e a calmaria dos corredores agora se torna mais evidente. A complexidade das relações interpessoais e as emoções intensas permanecem presentes, mesmo no cenário cotidiano da escola. Enquanto os livros pesam em minhas mãos, a mente ainda vagueia pelos evento, criando uma tapeçaria única de lembranças e reflexões.

No decorrer do dia, as aulas transcorreram de maneira produtiva, proporcionando uma sensação de realização. Não me encontrei com Nick durante o dia todo, logo isso contribuiu para a serenidade do meu dia, permitindo-me focar nas atividades acadêmicas sem seus joguinhos perdidamente ridículos.

No intervalo, ao me encontrar com Mary, Chloe, Josh, Bryan e Mason, a atmosfera tornou-se um tanto estranha. A presença de Josh, após o desconforto causado pelo incidente na festa, trouxe uma aura de tensão. Ele provavelmente não se recordava do que aconteceu já que estava muito bêbado, ao ponto de dormi em cima de mim.
Ainda assim, tentei manter a normalidade durante esses momentos, mesmo que a sensação incômoda persistisse.

Papai havia me ligado dizendo que necessitava de minha presença mais cedo em casa, não me disse o motivo, me deixando tão curiosa que coloquei as meninas para liderar o treino de hoje e fui para casa assim que os alunos foram liberados.

Ao chegar em casa, fui surpreendida pela notícia de um jantar em família para celebrar uma conquista na empresa do meu pai. Iríamos em um restaurante novo que terá sido inaugurado a pouco tempo na cidade.

Raramente saiamos em família para fazer qualquer tipo de programa, por isso sempre que acontece fico extremamente empolgada.
Enquanto me preparo para o jantar, cada peça do meu traje foi escolhida com precisão. A saia preta, fluindo delicadamente, destaca minha feminilidade, enquanto o cropped rendado adiciona uma aura de sofisticação. O casaco bege, suavemente envolvente, proporciona um toque de elegância à minha aparência, e as botas de cano alto, com detalhes refinados, completam o conjunto de forma ousada.

— Já tá pronta nojentinha? - Michael bate na porta do quarto

— Já, em um minuto desço - Escuto seus passos pelo corredor e logo desaparecem pela escada

Passo meu perfume, coloco os brincos e saio do quarto para me juntar a papai e meu irmão. Assim que apareço na escada papai vem até mim depositando um beijo em minha testa com um sorriso admirável em seus lábios.

— Está linda como sempre, princesa - Diz me ajudando a descer os últimos degraus

— Vamos para não perdermos a reserva - Michael interrompe nos apressando

Acompanho-os até o carro no qual seríamos levados até o restaurante. Naquela noite gelada, as ventanias sopravam forte, e os primeiros pingos de chuva dançavam no ar, indicando a iminência de uma chuva intensa. No trajeto, que se estendia por uma distância considerável, eu observava atentamente pela janela do carro o aumento gradual da intensidade da chuva.

A cada quilômetro percorrido, as gotas se transformavam em uma cortina líquida, desafiando a visibilidade, mas o propósito de celebrar uma noite especial em família continuava inabalável. Seria uma das noites anuais que eu aguardava com grande carinho, mesmo diante dos caprichos climáticos.