Barbie

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- Oque faz aqui?

Me levanto rapidamente enquanto seco meu rosto das lágrimas.

Noto um ser mais alto que eu, de roupas escuras e uma jaqueta de couro se aproximando. Seu rosto é camuflado pela nuvem de fumaça que é soltada lentamente como se não a quisesse deixar ir. Eu deveria imaginar que não estaria sozinha. Ou imaginar que Nick Torrance como um ser não muito sociável já conhecia esse lugar.

— Você não me respondeu. Não deveria estar na aula?

Levanto o olhar para observá-lo melhor. Suas íris castanhas, sem vida, me fitam curiosas. Ele dá uma última tragada em seu cigarro e o joga no chão apagando-o com o pé.

— Faço a mesma pergunta - Cruzo os braços

— Aposto que nenhum professor sentiu minha falta

— Não posso discordar - Me encosto na parede

Nick revira seus olhos e solta uma risada nasal após minha resposta.

— Impressionante como você consegue ser insuportável sem dizer menos de dez palavras. Não que eu já não soubesse disso

— Anda me observando?

— Gosto de entretenimento então pode apostar que assistir Barbie e suas amiguinhas nojentas não é meu programa favorito

— Faz oque aqui falando comigo então?

— Eu estava aqui primeiro e vi você entrando... aliás, porque estava chorando?

Nick da mais alguns passos em minha direção e em fração de segundos estávamos a menos de um metro de distância.

— Não precisa fingir, eu sei que não se importa

— É, eu realmente não me importo - Seus olhos focados nos meus, me faz ter uma sensação estranha e inexplicável

Segundos ou provavelmente minutos agonizantes sem dizer uma palavra, me faz soltar uma das frases mais imbecis possíveis

— Você e a Mary?

— Oque que tem?

— Se minhas amigas são "nojentas" como diz, está fazendo o que com ela então?

— Só estávamos conversando Emma, não precisa ficar com ciúmes - Um sorriso ladinho aparece em seus lábios. Uma expressão diferente da que eu sempre vejo

— Vai se ferrar Nick - O empurro para que se distancie — Não vou ficar aqui me submetendo a isso

Me afasto indo ate a saída pela qual eu entrei. Nick era terminantemente irritante, era impossível conviver com alguém assim por mais de meia hora.

Ao sair da sala de lá, o sinal para o intervalo soou, marcando o início de uma pausa bem-vinda. Rapidamente encontro Mary e Chloe e as acompanho, nossos passos se misturaram aos corredores movimentados. Durante o trajeto para o refeitório, discutimos entusiasticamente diversos temas, desde os planos para o próximo ano letivo até detalhes das festas que estavam por vir.

O refeitório pulsava com a energia característica do intervalo. Depois de um longo tempo entre risos e conversas animadas, não pude deixar de notar a presença de Nick, embora tenha se tornado mais evidente apenas nos minutos finais. Enquanto almoçávamos, Mary começou a compartilhar sua experiência recente, elogiando a habilidade de Nick em beijar e revelando suas fantasias relacionadas a ele. A atmosfera descontraída foi interrompida graças ao familiar som do sinal, indicando o término do intervalo e o retorno às aulas, encerrando a discussão sobre esses momentos íntimos.

Skyfall - Entre o Ódio e o PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora