Capítulo 3

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Os estábulos formavam uma barreira contra o vento que vinha do norte, que soprava junto dos primeiros raios de luz natural. A construção tinha, facilmente, mais de 5 metros de altura, e abrigava de forma espaçosa os equídeos da Família.

Um homem de botas grossas e casaco de inverno empilhava alguns blocos de feno quando Harry se aproximou.

Mesmo procurando fazer algum barulho para anunciar sua presença, por não ter trazido nenhuma luz consigo, e dentro das paredes ainda não ter amanhecido completamente, sua chegada assustou o trabalhador.

- Achei que fosse uma assombração - ele gritou, ainda espantado - o que procura aqui ?

As feições do homem eram graves, as bochechas gordas e era relativamente baixo. Um pouco desengonçado.

- Pediram que eu pegasse um cavalo, á serviço do príncipe.

Ele achou melhor não revelar muito sobre o privilégio que lhe foi concedido, posto que gostaria de evitar atenção desnecessária. A mera menção do príncipe suavizava qualquer intromissão, por sorte.

- Quanto tempo de viagem?

- O caminho não é longo, acredito. Mas vou passar alguns dias fora, o animal não fará muito esforço, se é o que pergunta.

- Certo. Esse aqui deve servir. - ele se aproximou de um dos cavalos, era marrom e não parecia o mais forte, mas saudável. O homem apontou onde ele poderia pegar os equipamentos que preferisse e voltou a trabalhar no fundos do celeiro.

Harry conseguiu colocar a sela com facilidade, o animal era tranquilo e o moreno presenteou-o com uma maçã.

Pronto para seguir, ele montou e começou a trotar em direção aos portões da propriedade.

- Harry !

Seu nome soou alguns metros de distância, e quando virou o pescoço naquela direção, o príncipe estava com as pés pálidos na grama e os cabelos loiros brilhando. Chamou mais uma vez o nome do moreno.

Ele havia parado o cavalo, mas como o príncipe estacionou onde estava, teve de se aproximar.

- Ia te dar isso, para a viagem. - disse tirando uma capa que escondia atrás das costas e entregando à Harry.

Era de couro próprio para chuva e para o calor do sol, preta e longa, cobriria Harry, que não era alto, pelo menos até os joelhos.

- Vossa Alteza - ele desceu do animal, batendo os pés envoltos na sandália com força no chão. - Não vou aceitar. Já tem feito demais por mim.

Ambos seguravam a capa, de frente para o outro. O príncipe tinha os olhos azuis mais acinzentados com a luz natural indireta, pelo pedaço de sombra que as paredes altas do castelo provocavam.

- O que eu disse sobre me negar coisas ? - ele debochou, empurrando e soltando a capa no peito do moreno, sem dar-lhe a chance de recusar novamente. - Porque não usa as vestes limpas de ontem ?

Harry estava nos trajes usuais. A pano era manchado e escurecido pela lavagem constante somando aos anos de uso. Uma faixa de sisal amarrada na cintura era a único adorno que marcava seu corpo.

- Eu não poderia andar - ele hesitou - por aí em roupas novas, diferentes.

- Dentro do castelo, ou melhor, em qualquer lugar que eu possa ver, quero que esteja usando-as. - O loiro decretou, no mesmo tom de voz que disse à Harry " Pegue com as mãos. Agora. "

Servo de Sangue - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora