Parte II - Capitulo 3

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Passar a tarde de forma ociosa era... novo para eles. Tudo bem com compartilhar pensamentos, brigas, carícias e testar coisas interessante na cama. Mas a tarde livre, pensando em ser eles mesmos como casal, formava um traço único que eles não haviam explorado.

Depois do almoço, Harry vagou pelo castelo até achar o quarto com decoração dourada e vermelha, de aspecto oriental. Draco andava atrás dele como se nunca tivesse reparado na própria riqueza.

- De onde veio isso, mesmo ? – Ele perguntou. Então arregalou os olhos quando o loiro se jogou confortavelmente no divã estofado. Harry pensava que esse tipo de decoração era exclusivamente para enfeite visual.

- Não sei, acho que já estava aqui antes de eu nascer.

- Tempo, então. – ele brincou em resposta.

- Um pouco. – Draco riu, despreocupado.

Então um silêncio atravessou a sala. Eles se olharam quando o riso perdia o gosto nos lábios.
Bem, não havia muito o que dizer, realmente. Passou cerca de um minuto e meio antes do loiro forçar uma voz natural.

- O que você geralmente faz durante a tarde? – ele indagou.

- Oh, eu trabalhava, sem folga, sabe. Plantar, colher, e tudo de novo em uns meses. – Harry respondeu. Sem saber porque, se sentiu envergonhado. Ele não tinha nenhum passatempo. – E você?

- Ah, correspondência por algumas horas de manhã e depois principalmente biblioteca. – ele pareceu se lembrar de algo – O que você disse sobre leitura pelo vínculo?

Harry desejou que eles apenas tivessem curiosidades particulares como pessoas normais. Ou talvez ser um casal seja falar sobre si mesmo o tempo todo.

Eles tinham uma longa tarde para entrar na dinâmica. Harry gostaria de um alívio de emoções.

- Eu não sabia ler, antes do vinculo. Não tenho certeza do que exatamente aconteceu. – se possível, ele se sentia ainda mais envergonhado. Ele estava com as roupas de Draco, em sua casa e não sabia nem ler por conta própria.

- Se isso não houvesse sido tão fácil para você, eu teria ficado feliz em ensinar. – ele respondeu, tão sinceramente no modo como suas sobrancelhas caíram sob os olhos, que Harry foi forçado a ignorar sua timidez. – Talvez o vinculo tenha entendido como algo necessário, vindo de mim.

- Teria sido interessante, mas eu nunca havia precisado usar a habilidade antes. Foi útil na guerra. Eu fui mensageiro por um tempo.

- Você aprende rápido.

As bochechas de Harry esquentaram se lembrando da noite anterior. A coisa com a asfixia.

- Eu me esforço, sim.

- Imagino que você queira colocar em prática – Draco disse, se levantando. Ele parecia estranhamente calmo, relaxado. Harry pensou que ele falava sobre o controle de respiração.
- Agora ?

O loiro olhou-o confuso.

- Sim? – ele disse – eu posso te mostrar alguns dos meus favoritos. Acho que você não entrou lá, mas a biblioteca é enorme.

Ele corou, se possível, ainda mais. Riu nervosamente.

- É – concordou- vamos então.

O salão usado como biblioteca ficava na torre do lado oposto aos aposentos de Draco, acima das cozinhas. Ele imaginou o loiro atravessando o palácio todos os dias para ver pedaços de papel. Ele não enxergava exatamente com um hobbie, mais como uma utilidade. Leitura.


- Aqui.

Era a definição de enorme.

Em uma estrutura estranha, a torre continuava subindo em espiral, com janelas finas e cumpridas que Harry notou se espalharem por todo pé direito alto. Poderia ter facilmente dez metros de altura.

O teto se fechava numa cúpula em formato de cone.

E livros. Uma coleção que se estendia perfeitamente em prateleiras e mais prateleiras, cuidadosamente emoldurando as janelas. A maior parte era, como uma benção para sua visão, com lombada encadernadas de couro marrom e preto, porém de forma espaçada alguns títulos coloridos como vermelho e azul se destacavam.

- Isso é absurdo. – Ele contemplava.

Draco o puxou, fazendo-o lembrar que existia um solo. Um grande espaço bem em sua frente de sofás e poltronas. Algumas mesas circuladas por cadeiras e lotadas de livros. Muitas anotações com peso de papel e lampiões descansando em apoios de forma estratégica.

Ele foi levado para um dos sofás, com o couro preto mais gasto e amaciado. Provavelmente onde Malfoy costumava se sentar com mais frequência.

Harry escorreu para o tapete quando Draco se sentou ao seu lado, porque parecia mais natural. Um gesto que poderia ser colocado como recorrente – pelo menos quando eles estavam na vista um do outro.

Inconscientemente, os dedos do loiro correram para as ondas no cabelo do mais novo, vendo-o deitar contra seus joelhos.

- Alcance aquele para mim, amor. – ele disse. Harry se esticou para pegar e entregar um livro que descansava na pilha ao lado do sofá. Tinha a capa intacta, como que não lido muitas vezes.
Draco se inclinou, o queixo acima da cabeça de Harry e os braços de cada lado de seus ombros. Ele abriu o livro perto de seu rosto depois de espanar a poeira para o outro lado.

Harry coçou o nariz.

Virando as primeiras páginas, Draco tinha ficado tão silencioso que pareceu se esquecer dele ali. O que era improvável, devido a quão colados eles estavam.

Praticamente abraçados.

- Por que não acaba no fim da página? – ele perguntou, cuidadosamente olhando Malfoy nos olhos ao virar a cabeça para cima. Ele parecia assustador de baixo.

- Perdão?

- Por que as  linhas não enchem toda a página?
Draco soltou um riso fraco, e apertou as bochechas de Harry enquanto respondia.

- São versos. As linhas acabam em rimas, na maior parte, pelo menos. – ele explicou.

Harry voltou a atenção para o livro, confirmando a afirmação. Ele sentiu as mãos de Draco mudarem para continuar o carinho em seu queixo e pescoço.

- São... emocionais. – Harry declarou, ouvindo Draco murmurar “aham”.

Juntos, eles passaram a tarde naquela sala arejada. Draco jogado naturalmente ao longo das horas no pequeno sofá, quase não mudando de posição. Harry encolhido no tapete, usando quase sempre alguma parte do corpo frio do outro como apoio, ora os joelhos, ora os braços, mudando de posição a cada poucos minutos e tirando olhares revirados de Malfoy. Ele fingia prestar atenção em sua leitura, maravilhado ao ver Harry tomar a iniciativa de procurar outros livros pelo lugar.
Ele escolheu um sobre sementes e flores, muito mais técnico do que os que Draco preferiria, como uma boa ficção. Interessante.

Servo de Sangue - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora