Desculpa pela demora, e prometo que irei atualizar sempre que possível.
Boa leitura !♡
/A cabeça rolou no mármore, e o sangue da jugular se embrenhou no cabelos rebelde castanho. James morreu, decepado.
Lílian contorceu e gritou, horrorizada o suficiente para desmaiar com a visão e ser incapaz de rastejar até o corpo do cadáver.
Algo cinza e sem forma se instalou em Harry, deixou o gosto em sua língua ácido, e engolindo em seco sentiu as lágrimas sorrateiras escorrendo até seu lábio. Pai, ele pensou. Sua mãe inconsciente não recebeu nenhuma atenção, e o moreno tomou fôlego e se aproximou da ruiva, pousando sua cabeça em seu ombros e abanando seu rosto para que voltasse à si mesma. Para quê? Ele pensava sombriamente, sacudindo a mãe. Olhe só...
A Rainha se retirou do ambiente em algum ponto. Harry não olhou para nada além de sua família diminuída, recusando-se a mirar quem quer que fosse. Os guardas, ele sentia-os como vultos de morte circulando o salão. Quando se aproximaram do corpo de James, ele gritou.
- Não toquem - eles o encaravam com empatia coberta de frieza; apenas uma pequena parcela de respeito, porque não eram bárbaros - eu vou enterrá-lo.
Acentiram, e o deixaram sozinho no espaço grande e vazio. Tristemente, ele ainda sentia o cheiro das flores que espalhavam-se por vasos aqui e ali, por cima do odor de sangue. Harry alisou a testa suada da mãe, que tinha a pele febril. Como poderia se recuperar agora ? Harry era incapaz, ou sentiu-se assim, de cuidar dela. Pouparia a ruiva no que pudesse.
Sem sinal de recuperar a consciência, ele teve de segurar a mulher como pôde e ajustar suas costas à parede. Roubou um pouco de água de um dos vasos e passou em seu rosto, e mesmo com a respiração igualada, os olhos não passaram de um tremor, ainda fechados.
O melhor a seguir seria tirar o corpo do pai dali, certamente. Harry decidiu que fazia questão de seguir todas as tradições, à fim de honrar a morte de seu pai e confirmar que os deuses pudessem guiar sua alma para um bom caminho.
Ele abriu a porta do salão, e perambulou um tanto confuso até o pé da montanha, a natureza da floresta que o acompanhou ao lado estranhamente silenciosa, como se aquietasse por respeito.
Harry olhou ao redor, para a disposição confusa e curvilínea das casinhas. Todas eram afastadas, curiosamente jogadas e apontadas para qualquer direção. A sua se posicionava mais perto das árvores, e ele limitou uma olhadela naquela direção quando passou por ali, seguindo até a moradia de uma velha senhora da região. A mulher morava além do limite do conjunto de madeiras podres que chamavam de casa, metros depois que o relevo se tornava plano após a total descida do morro. Bateu na porta. Sabia que era uma viúva, e que raramente estava fora de casa. Algumas plantas o encararam, recém regadas, na janela.
Um barulho de tropeço e um soluço atrás anunciou a aproximação da moradora. Ela abriu a porta e piscou os olhinhos caídos para Harry.
- Sim ? - ela soltou. A pergunta coçou os ouvidos de Harry, e ele se remexeu desconfortável. Parecia intrusiva, mesmo que fosse ele quem havia batido na porta. Ele podia escutar: Onde está o corpo ?
- O meu pai... - ele disse, a língua seca na boca - foi morto no palácio. Eu gostaria que... preciso que prepare o corpo.
- Não vejo como poderia usar o palácio para...
- Sei que não vai ser incomodada lá. - ele interrompeu, decidido.
Ela murmurou algo desconexo e acentiu. Entrou para dentro da casinha e voltou alguns instantes depois com uma jarra de barro cheia de líquido âmbar e um saco de pano amarrado. Harry se ofereceu para levar os pertences, mas recebeu um gesto de descaso com as mãos. A senhora agarrou-se aos pertences e divagou morro acima, com o moreno seguindo-a.
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Servo de Sangue - Drarry
FanfictionQuando Harry, servo da família real, se vê em uma teia de segredos, sangue e luxúria, ele é incapaz de sair. Objeto de obsessão do príncipe, um loiro sádico e manipulador, o moreno ingênuo está condenado à uma vida miserável pela obediência cega. \...