Parte II - Capítulo 6

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Espero que gostem do capítulo!
Boa leitura ♡

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Harry estava afundado nos travesseiros e pesadamente adormecido, como uma pedra pesada segurando-o no fundo de um rio. Draco puxou sua franja castanha para trás, onde o cabelo ficou, revirado para cima, e mesmo assim ele não acordou, apenas ronronando com o toque.
Malfoy beijou docemente seu maxilar e desceu até a lateral de seu pescoço. Ele mordeu, forte o suficiente para os olhos de Harry se espremerem e abrirem, com as pupilas dilatadas e o rosto amassado no lado sem arranhões. O corpo se encolhendo no colchão e desaparecendo nos lençóis.

Draco dobrou os joelhos e colocou o pé direito na lateral de Harry, onde ele sabia que uma mancha roxa e azul se estendia febrilmente. A pele gelada arrepiou o moreno, como um relâmpago o atingindo.

- Não faça isso - ele avisou.

Tarde demais. O mais velho esticou a perna, fazendo o corpo de Harry rolar para fora da cama.

- Hum, ok, acordado. - Harry murmurou, agarrando-se ao colchão para não bater no chão. Seus ombros estalaram, e ele bufou quando Draco virou-se na cama e voltou a dormir.

Sua mala estava fechada no tapete e com um par de roupas para fora, que ele supôs ser a indicação de Draco sobre o que usar para a viagem. Ele estremeceu enquanto se vestia, sentindo falta do calor na cama, ainda com a visão de seu local macio ao lado dos cabelos loiros.

A janela, pelas frestas da cortina, traziam uma luz pálida e cinza, indicando neblina no lado de fora.
O casaco de Malfoy era um paletó acolchoado por dentro que chegava em suas coxas, acalmando sua pele arrepiada pelo frio; e ele saiu do quarto quando não conseguiu abrir o armário onde o vinho costumava ficar. Ele lançou um olhar para a figura estendida na cama, com o braço branco leitoso jogado para fora despojadamente, e a respiração suave e uniforme saindo dos lábios finos. Os olhos azuis fechados e escondidos por trás dos cílios claros.

Harry passou pela escada que levava para o segundo andar, esperando que sua mãe não ficasse histérica quando percebesse que ele saiu. Seria apenas por uma ou duas noites, e Draco poderia, pelos deuses, ser razoável - o que ele nunca era - e amoroso - o que ele só era com Harry, e nos melhores dias. Só uma ou duas noites.

Quatro cavalos foram presos a uma carruagem, e Harry deixou a mala no banco oposto ao seu assento, fechando a portinha e desejando dormir no caminho.

O cocheiro partiu, acelerando os animais através dos portões e se afastando aos poucos da propriedade, a ponta da torre, que agora Harry sabia ser a biblioteca, cintilante e impessoal aparecendo através da neblina às suas costas.

Harry deixou o tempo passar, e observou o redemoinho de pensamentos que circulavam no papel branco de sua mente. Como sempre ultimamente, um empilhado confuso desritmado se iniciou, com o barulho dos tiros passando por cima de sua cabeça, Gina correndo por um muro contra o céu azul-marinho da noite, a terra por cima dos cadáveres, sua mãe se jogando no chão do salão quando a cabeça de seu pai se desprendeu do corpo num golpe de espada.

Harry decidiu empedir aquela pilha de desmoronar, achatando os acontecimentos numa linha cronológica, forçando-os a não se misturarem. Depois, interligando-os, montando uma teia complexa que prendia a confusão e a obrigava a fazer sentido.

O furacão eminente se transformou numa brisa. E Harry suspirou. Ele pulou para o banco atrás do cocheiro e abriu as cortinas de cetim.

- Precisa de algo, senhor ? - ele perguntou, se virando rapidamente na direção de Harry.

- Sim, por favor, você viu se os jornais disseram algo sobre o endereço de Blaise Zabini ? O médico militar que recebeu a promoção pública.

O homem franziu o cenho como se vasculhasse pela informação.

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⏰ Última atualização: Sep 06 ⏰

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Servo de Sangue - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora