Capítulo 2

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Harry sentiu uma turbulência por todo o corpo, seguido de um barulho alto.

Continuou tentando dormir, fechando os olhos com força, mas o barulho se transformou em uma voz, cada vez mais alta.

Acorda.

Acorda.

- Harry ! Acorda - ele abriu os olhos, desperto. Seu pai estava sacudindo seus ombros com afinco.

- O que ? - ele perguntou, levantando. Os olhos do mais velho estavam alarmados - O que está acontecendo?

- Sua mãe... sofreu um acidente na estrada - explicou, segurando o castiçal com a vela na altura da cabeça. - Um criado da hospedagem que ela conseguiu chegar veio avisar. Vou voltar com ele para vê-la.

Acidente ?

- Que tipo de acidente? Eu também quero ir, talvez possamos trazê-la para casa.. - ele hesitou. James tinha o semblante perturbado.

- Não, eles vão deixar que ela se recupere antes de fazer a viagem de volta. Vai ser melhor que ela fique - o homem deixou a vela sobre o chão empoeirado e se afastou até a porta - Tenho de ir agora, vou voltar assim que puder.

O garoto mau podia distinguir a silhueta de seu pai do lado de fora. Ele pensou ter dito adeus, ou até logo, mas o barulho do vento sacudindo as árvores do lado de fora abafou qualquer ilusão a respeito de sua voz.

Novamente, a vela não resistiu às ondas de ar que atravessavam pela porta escancarada. A noite já estava se esvaindo, e Harry não viu necessidade de acender o fogo quando poderia se guiar tranquilamente pela luz azul-clara natural.

Não podia voltar a se deitar, tamanha angústia o assolava, deixando a voz de sua cabeça inquieta e falante.

Ele guardou o pedaço de cera que restava intacto da vela, para quando fosse mais necessário. Ferveu o leite da dispensa misturado com água para que rendesse e assou pedaços de pão adormecido até que se tornassem torradas.

Após tentar engolir o pedaço seco, descobriu que não podia comer. Sentia-se doente, disperso.

Invocando a imagem de sua mãe, deitada em uma cama de hospedagem, ela estaria a pensar em Harry ? Ou preocupada demais com o bebê em seu útero para lembra-se dele ?

Ela se lembraria, ele tinha certeza, e forçou a comida pela garganta, seguida de vários goles de leite. Foi o pior que poderia ter feito; a massa pareceu se acumular em seu peito, incapaz de descer até seu estômago.

Insatisfeito, se sentou em frente a janela, esperando e ao mesmo tempo sequer prestando atenção ao nascer do sol. Quando os ecos da vizinhança começaram a se alastrar, com os primeiros movimentos da manhã, ele viu uma criada descer a montanha em direção ao povoado.

A mulher não tinha capa ou gorro, mas se mostrava alheia ao frio que ainda não se dissipou com o clarear recente. Harry pensou que ela deveria ter dormido em algum cômodo escondido no castelo.

Vários passos e tropeços depois, o moreno percebeu que ela vinha na direção de sua casa. Quando estava perto o suficiente para que não precisasse gritar, Harry a interrompeu colocando a cabeça pra fora da janela antes que ela batesse à porta.

- Bom dia - ela olhou em sua direção, passeando por seus traços como se o analisasse desconfiada. - posso ajudar em algo ?

- Você é filho de Lílian ?

Servo de Sangue - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora