Parte II - Capítulo 4

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⚠️Esse capítulo contém cena de sexo explicito.

Boa leitura!

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Lilian aceitou a mão de Harry auxiliando-a para subir no curto degrau da carruagem, era fechada e as janelas estavam cobertas por uma fina camada de cetim, empoeirado por fora e lindamente arrumado em seu interior.

Ela puxou Harry para seu lado, tão próximo quanto possível, apertando seus ombros juntos e observando cada ondulação em seu cabelo, sombreado pela claridade que vinha do cetim. Antes que o rei entrasse, é claro.

A ruiva se sentiu minimamente à vontade quando ele se sentou no banco oposto da carruagem, distante o suficiente para seus joelhos não se tocarem. Nem nos de seu filho.

Harry tinha aqueles olhinhos apertados de nervosismo que a deixavam agitada, mas ela nunca colocaria essas emoções em sua face, não se pudesse evitar. Era como sangrar em um tanque de tubarões. Ele estava bem ali.

E, pelos deuses, ela perguntou a Harry, sussurrando em seu ouvido quando conseguiu, momentos antes dentro da barraca: Eu posso te tirar de perto dele. Eu posso te salvar.

Então, quando parou instintivamente para captar a resposta em suas feições, o bastardo parecia confuso. Sinceramente, que tipo de preservação Harry possuía? Ele estava agindo como se - Malfoy - ele fosse apenas alguém. Certamente, ele sequer era uma pessoa, no sentido literal da palavra.

Aquilo não era humano.

Lilian se espremeu com as costas no assento, e em sua visão periférica, captou os olhos azuis, o cabelo loiro quase branco, mas não cinza - aquela cor não era humana, também. Era como uma pérola. Então ela se assustou com a própria traição, porque era mais como uma armadilha. Harry era tão fútil? Parecia um tipo de beleza óbvia demais, certa demais.

Mas, em sua intuição, ela já sabia. Dizendo tantas vezes " Harry, a beleza não importa." Seja útil. Útil. A utilidade importa - ela quis dizer as ações. Observe, filho, as atitudes de alguém com mais atenção que sua aparência. Ele parecia acreditar, na época.

As rodas batiam contra as pedrinhas no chão, e faziam solavancos que interrompia sua linha de raciocínio tantas vezes que ela se contentou em vagar nas imagem fornecidas. Eram, na maioria, assombrações. A culpa a levava, não fazendo diferença o caminho inicial, pois mesmo começando com uma estratégia para resgatar Harry, independentemente do que ele considera para si próprio, ela era carregada e jogada denovo e denovo num mar de auto-julgamento. Lilian, a culpa dizia incessantemente, você deveria ter salvado aqueles garotos.

Foi difícil, e foi assustador, e ela havia ficado, mesmo assim. O que a deixava certa de que Harry também pensava que não tinha escolha ou um lugar para ir.

Mesmo assim, que tipo de olhar foi aquele que seu filho deu a ela ? Parecia raiva. Ele poderia estar tentando dizer que ela foi imprudente em falar disso naquele momento, com o loiro bem ali. Sim, poderia ser isso.

Era infinitamente melhor que fosse apenas Harry tentado se livrar daquela situação, ou de consequência ruins por agir como se quisesse mesmo fugir. Por que se ele - e ela morreria se fosse - achava realmente que valia a pena ficar com aquele monstro, seria dez vezes mais complicado esclarecer sua mente.

Durante aquela horas na direção sul para o castelo, essa divagação se estendeu. Lilian alisou as vestes de Harry só até perceber que claramente não pertenciam à ele, e parou de tirar fios soltos invisíveis do casaco.


Harry estava... desolado. Um grande campo de confusão desértica quando a carruagem se abriu e eles estavam no final da tarde, em frente ao gramado verde do castelo. Draco não direcionou um único olhar para ele durante a viagem, e depois de se amolecer pensando que ele o deixou irritado levando sua mãe, ele percebeu que o loiro ficou num estado de distância. Era distância. Ele aproveitou para puxar o dedo mindinho pálido de Draco quando ele desceu da carruagem depois do loiro. Enquanto sua mãe estava de costas.
Eles caminharam silenciosamente na direção da construção que se elevava no pico mais alto do morro, e o sol se pondo deixava a madeira das janelas laranja, colorindo o verniz escuro. Ele sentiu sua mãe enrolar os braços junto do dele para caminharem.

Servo de Sangue - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora