23 - Veintitrés -

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Planeta Gênesis, Ano de 2703.

                     

Narrator's Point of view

                     

Quando você não tem toda a versão da história, só te resta presumir; ou perguntar, contudo, a maioria dos seres humanos se denomina inteligente demais para deixar o orgulho de lado e admitir que não sabe de tudo, tirando, assim, suas próprias e medíocres conclusões.

                     

"Já vai!" Freen gritou irritada. Odiava ser acordada e pior ainda por batidas estrondosas em sua porta em plena sete e meia da manhã.

                     

Vestiu qualquer coisa decente e seguiu para a porta da frente, encontrando uma Nam uniformizada ao abrir a porta.

                     

"Isso são horas?" Freen perguntou irritada. "Não é só porque não conseguiu falar com a Normani a semana inteira que eu..."

                     

"As fissuras foram perfuradas." Nam a cortou de mau humor. Freen sentiu como se aquelas palavras fossem um soco no estômago, retirando-lhe todo o ar. Sentiu uma dor horrível, mas não era externa. Algo que jamais sentira antes; a dor da traição.

                     

Sentiu-se culpada por ter passado quase a noite toda em claro, determinada a ir falar com Rebecca na manhã seguinte; determinada a esquecer isso de fissuras, já que era uma bobagem. Passara a noite em claro refazendo o momento daquele toque tão suave em seus lábios novamente, imaginando que tivesse correspondido, sonhando como seria o beijo de Rebecca, imaginando o sorriso da mais nova entre o beijo, desejando ter feito outra escolha noite passada.

                     

"Tem vinte minutos para ficar pronta." Nam voltou a falar quando viu Freen mais pálida do que o normal e completamente sem reação. Freen, como se tivesse acordado de uma espécie de transe, assentiu, correndo para seu quarto.

                     

Afinal de contas ela tinha razão, jamais errara um palpite.

                     

[...]

                     

Rebecca acordava naquela manhã sentindo-se absolutamente igual na noite anterior: Uma completa idiota.

                     

Havia causado a ruína da amizade dela com Freen. Por que havia feito aquilo? Por que, se Freen havia deixado claro o que queria não retribuindo ao toque de mão e tampouco ao beijo?

                     

Havia visto um brilho diferente nos olhos de Freen que lhe deixou esperançosa, mas mesmo assim não tinha o direito de sair beijando a garota por um brilho nos olhos. Poderia ser impressão dela; estúpida.

                     

Deveria ser mulher o suficiente para se desculpar com a garota, no entanto, se desculpar não tiraria de sua mente a lembrança do sabor dos lábios de Freen sobre os seus. Maldita hora onde foi se encantar por alguém, pensava.

                     

Assim que saiu do banheiro colocou qualquer roupa curta e fresca que tinha dentro de casa e conferiu o quarto de sua irmã, onde a pequena ainda dormia serenamente, para então descer as escadas com os cabelos molhados jogados sobre seus ombros. Seu estômago doía de fome e por isso foi preparar algo para si e para Sofia.

FʀᴇᴇɴBᴇᴄᴋʏ • 𝐆𝐄𝐍𝐄𝐒I𝐒• (ปฐมกาล)  𝐕𝐢𝐬𝐢𝐬𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora