A vontade do rei

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- Você! - O platinado que estava preso no corpo de uma garota falou autoritário.

- Ele? - Kakucho entortou a cabeça estranhando.

- Eu? - S/n perguntou com um certo engasgo na fala, ela sabia que o Kurokawa estava em seu corpo fazendo com que sua aparência ficasse assustadora e autoritária.

A cena se desenrolou com Izana e a Matsuno prestes a entrar em uma discussão, trocando olhares carregados de emoção. No meio desse confronto, Hitto observava com uma expressão de indignação estampada em seu rosto. Os seus olhos heterocromáticos refletiam uma mistura de surpresa diante o provável tumulto.

- Precisamos falar a sós. - O Kurokawa falou para Kakucho que permaneceu como uma pedra imóvel, ele só ouvia a uma única pessoa, ao seu rei e no momento... bem o Izana não era o Izana.

O olhar de Kakucho se fixou em seu líder.

- K-Kakucho. - S/n gaguejou um pouco chamando o rapaz atraente.

- SIM, SENHOR! - Ele berrou fazendo uma continência assustando a Matsuno.

- Isso só pode ser um pesadelo. - Izana bateu a mão na própria testa. - Olha só, esta besta fera só vai te ouvir, então peça pra esse puto ir embora porque de qualquer forma ele não entenderá nossa conversa. - Ordenou o Kurowaka com palavreados chulos.

- E se eu não quiser? - A mais nova o olhou por cima.

O Kurokawa, se tomava por uma explosão de raiva, sentiu o calor da fúria. Seu rosto refletia a intensidade de suas emoções, e uma veia saltava de sua testa, testemunhando o turbilhão furioso dentro dele. Havia uma áurea ao seu redor parecia impregnada pela força da sua ira. Era como se cada fibra de seu ser estivesse vibrando com uma energia tempestuosa, destacada pela veia saltada, revelando a profundidade da sua fúria que o consumia naquele momento, ele ergueu seu punho para o alto. E sua expressão dizia "Tu vai apanhar."

A Matsuno sentiu o coração acelerar quando percebeu a intensidade do ódio de Izana. A atmosfera carregada de emoções a deixou inquieta, e o semblante do corpo da Matsuno, que parecia avançar com determinação, gerou um temor crescente. Buscando refúgio, S/n que estava no corpo do Kurokawa instintivamente se moveu para trás de Kakucho, cuja presença imponente oferecia um abrigo momentâneo. Seus olhos refletiam a apreensão, enquanto o pardo que habitava no corpo de uma garotinha frágil continuava sua trajetória intensa. "Escondido" atrás de Kakucho, S/n procurava alívio na esperança de que a presença firme do outro pudesse amenizar as ondas de tensão que inundavam o ambiente.

Kakucho não entendeu a atitude repentina de Izana, se escondendo atrás dele como uma donzela em perigo?

- Cara, você tá doente? - O Hitto sussurrou de uma forma que só S/n pudesse escutar.

- MANO, DEIXA EU FALAR A SÓS COM ESSA PUTA! POR QUE NINGUÉM ME OBEDECE??? - O garoto preso na garota gritava torcendo para que o tom alto de sua voz fizesse alguém o temer, mas era apenas esforços jogados no lixo, só forçavam as suas cordas vocais.

Em um instante de autodomínio, Izana respirou fundo, buscando acalmar a mistureba de emoções que o envolviam. O seu olhar, anteriormente feroz, suaviza enquanto ele proclamava com sinceridade: "Não vou machucá-la. Só quero conversar." A mudança na atmosfera é notável, e suas palavras, carregadas de determinação e um toque de falsidade, ressoam no espaço. A promessa de um diálogo pacífico paira no ar, sugerindo uma tentativa de resolução por meio das palavras, em vez da intensidade de ódio anterior.

- Conversar? Promete que não vai gritar? - S/n saiu de trás de Kakucho falando de uma forma mansa.

- Prometo. - Izana disse com uma cara bem cínica, porém que a convenceu.

- Kakucho... vá embora, eu resolverei isso a sós. - Pediu S/n com suavidade na voz.

- Hum. - O Hitto apenas deu de ombros dando de costas para ir embora, pensando que talvez, aquela garotinha histérica fosse a namorada louca que Izana escondia.

O Kurokawa e a Matsuno se encontravam em um silêncio tenso, os seus olhares se cruzando como trovões prestes a colidir. A atmosfera ao redor parece carregada de eletricidade, e cada segundo que passava intensificava a sensação de que um simples passo em falso poderia desencadear o caos supremo. Os olhos fixos um no outro transmitem uma complexidade de emoções não expressas, sugerindo uma trégua temporária prestes a ser quebrada. É como se o peso da tensão entre eles pudesse ser sentido no ar, criando uma sensação de suspense iminente.

- Você realmente não vai gritar ou me bater? - S/n disse com uma voz bem mansa, o Kurokawa tinha um tique incontrolável no olho.

- Para de falar desse jeito no meu corpo, mano! - Suplicou - É ridículo, eu não falo desse jeito, porra.

- Assim como? - Ela disse com uma voz mansinha.

- PARA VEI. - Berrou o pardo no corpo errado.

- NÃO GRITA COMIGO PORQUE EU SOU SENSÍVEL. - Dessa vez S/n gritou, mas sua cabeça ficou ecoando aquela voz grave, ela nem mesmo reconheceu e sentiu um pouco de pânico percebendo como aquela voz era transmitia autoridade.

- Isso é ridículo, meu deus. Eu nunca pensei em ver o meu corpo passando por uma vergonha dessas. - Izana parecia ter vergonha alheia. - Falando nisso, porque você me escolheu?

- Te escolher? Eu não te escolhi, isso é um sonho! Vamos acordar logo, pelo menos, eu. - Rebateu ela.

- Sonho? Por acaso é doida? Como seria possível estarmos no mesmo sonho? Não entendo e nem consigo compreender como uma burra como você entrou no meu corpo, eu deveria chamar os garotos e te arrancar daí. - As palavras que saíam da boca do corpo de S/n parecia facas que esfaqueavam a garota que estava dentro do pardo.

- Por acaso, senhor de toda a inteligência absoluta, já pensou no fato de que EU NÃO FIZ ISSO DE PROPÓSITO? EU NÃO FIZ ESSA MACUMBA! - S/n disse dando um peteleco na testa de Izana como forma de deboche.

- Ah... você não fez isso, fez? - Rosnou Izana pegando no colarinho da camisa dela, ameaçando que iria a morder.

- Olha que eu chamo o Kakucho. - S/n disse tentando não entrar em pânico.

- Se você não estivesse no meu corpo, eu... - S/n interrompe a fala do Kurokawa, sentindo a sua bexiga doer.

- Eu preciso ir... no banheiro... - Disse ficando um pouco corada, a face de Izana também enrubesceu.

Em um momento de impulso, o Kurokawa soltou o colarinho da camisa da Matsuno, revelando um gesto ousado e surpreendente. Seus dedos, antes firmes, agora se afastam suavemente, enquanto ele encara a ação com uma expressão de mistura entre surpresa e vergonha. A paleta de emoções em seu rosto revela a inesperada vulnerabilidade. Enquanto S/n processa a ação, o silêncio tenso que se segue é preenchido pela risada de Izana.

- Tá brincando, né? - Ele a questionou se sentindo violado, imaginando o que ela teria que ver para poder esvaziar a bexiga.

Notas finais: Estão gostando?

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Vocês são os melhores leitores que eu poderia ter, só tenho que agradecer por ter vocês ao meu lado.

A saga dos corpos trocados - Imagine Izana Kurokawa Onde histórias criam vida. Descubra agora