Fofoca

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S/n abriu os seus olhos verdes lentamente, a sua visão de começo estava turva e desfocada. O ambiente ao seu redor começou a tomar forma lentamente, revelando que ela estava deitada no chão, em uma posição desconfortável, como se tivesse caído. A mente dela parecia nublada.

O local onde ela estava era no chão frio, o seu corpo lhe dava uma sensação amarga. Ao se esforçar para se levantar, A Matsuno percebeu que os seus movimentos estão lentos e descoordenados, como se estivesse se recuperando de algo que não consegue recordar com clareza.

Enquanto tentava reunir as suas ideias, flashes de memória confusos atravessaram a sua mente, mas nada se encaixa completamente. O silêncio ao seu redor é interrompido apenas por uma leve tontura que a envolve, intensificando que algo aconteceu enquanto ela estava inconsciente no chão.

Ela até lembra de como foi abordada por Izana em seu corpo, ele havia nocauteado ela, a mesma guardou mágoas, ao olhar para as suas mãos uma sensação de alívio a envolve. Ela estava no seu próprio corpo e no apartamento de Izana.

Ela ergue seu olhar para frente, vendo o moreno na cama, aproveitou que estava dormindo e pegou o beco pra casa porque sua família provavelmente já estaria preocupada.

Os céus sabiam que hoje, um dia que pareceu tão longo seria apenas o começo.

O dia seguiu normalmente, anoiteceu, depois surgiu o amanhecer, então um novo dia surgiu.

No quarto de S/n, os raios solares atravessavam a janela do seu quarto, ela já estava de pé, passando um pouco de pó no rosto, estava envergonhada, ontem Izana a deixou tão desleixada que ficou com medo das opiniões alheias. Não queria ser taxada de louca.

Ela e o seu irmão foram juntos para a escola, chegando lá, ela observa Izana de longe, com o rosto neutro andando com o seu grupinho, Kakucho era lindo mesmo, mal sabia ela, o que ele pensava sobre a Matsuno. Graças a Izana, ela era uma cobra esquizofrênica, que forçava ter a identidade de outra pessoa.

A escola da Matsuno era semi-integral, dois dias da semana eram os dois horários, hoje haveria aula apenas pela parte da manhã.

O dia estava correndo bem, nada fora do normal, ambos Izana e S/n fingiam que nada havia acontecido, que foi um dia de loucura. No intervalo, a Matsuno estava com uma bandeja nas mãos procurando aonde poderia sentar, ela estava em pânico a única pessoa que não queria ver era Baji Keisuke, as cenas do dia anterior passavam pela cabeça dela como um flashback. As palavras "muito pequeno" ecoavam em sua cabeça, como se desculparia?

- Ei, falsa namorada do Izana? - Uma voz um pouco conhecida por ela soou próximo, um garoto alto de duas trancinhas com um ego do tamanho de uma bunda de elefante. S/n com os seus cabelos esverdeados tingidos olhou para trás observando que era o Ran. Ela parou de andar, sentindo que estaria desprotegida em seu próprio corpo. - Agora tá muda, putinha? Não pense que pode chegar em nosso grupinho, falar e fazer o que quiser e depois dá no pé. Izana disse que vocês não tinham nada, uma ralé achando que pode bater de frente com a gente. Controle sua doença esquisita. - Ele segura a bandeja dela, as mãos da Matsuno começam a suar. Ele pega o copo de suco presente na bandeja e derrama em cima dela. - Escorregou, avisinho do rei para você. - Ele ri debochado saindo de perto dela.

Ela segura a bandeja com ódio, suas mãos tremem, enquanto o líquido escorria na sua face.

Izana enquanto curtia a sua vida pacata com alguns de seus amigos, por alguns segundos, escutou a voz vindo do além que era a mesma voz do encapuzado que havia o amaldiçoado.

- Izana Kurokawa. Izana Kurokawa. - A voz o chamava, ele franziu a testa.

- Vocês escutaram isso? - O pardo questionou limpando o seu ouvido com o dedo mindinho vendo que os seus amigos negativaram.

- Você acha que eu sumi da sua vida Izana Kurokawa? - A voz o questionava. - Acha certo esse caminho que está traçando? ACHA CORRETO? Seus pecados te condenaram, ficarei por perto até que aprenda sua lição.

Izana vê um corvo, sobrevoando perto dali no meio do refeitório e os olhos de rubi o encaram por alguns segundos, parecia que ele era o único que podia ver e escutar.

Na seguinte piscadela e no próximo suspiro, o cenário mudou completamente, ele sente o cabelo sujo, sente que agora segurava uma bandeja com duas mãos e que encarava as costas de Ran sumirem de sua visão.

- Mas que porra! - Ele diz com a voz irritante feminina. - Eu não acredito nessa boceta! - O palavreado alto e em bom tom fez algumas pessoas a olharem inclusive o seu irmão que viu a situação e foi a socorrer.

- Olha a boca suja, pirralha? Quem fez isso com você!? Juro que quebro na porrada o filho da .... - Ele ficou calado observando sua irmã com o cabelo sujo e pegajoso, a face nublada.

- Eu odeio isso. Maldito peão do Mikey. - Izana sussurrou baixinho, enquanto mordia os lábios sem saber o que fazer, ele tentava projetar hipóteses, nada fazia sentido, ele nem sabia com quem estava lidando, na cabeça dele, ele era uma pessoa normal como as outras, os céus estavam bravos com ele? Pecado? Que pecado? Ele realmente não sabia o porquê.

S/n sentia o seu coração acelerado, o que estava acontecendo? Por que ela havia retornado? Assim que piscou, estava no corpo de Izana novamente. Ao seu redor tinha os amigos dele, seu coração acelerou mais ainda quando viu a silhueta de Ran se aproximar.

- Aquela esquizofrênica tomou um baita de um susto, vocês precisavam ver a cara dela. - O Haitani mais velho falou com um sorriso de orelha a orelha.

- Eu não entendo como um rosto e um corpo daqueles, é de alguém sem noção. - Rindou disse rindo junto do seu irmão.

- Eu não ia dizer nada não, mas que cinturinha. - Ran disse ficando sério. - Se o vento batesse quebrava. - O irmão mais velho abriu a boca rindo em tom alto, a atração que ele sentia por S/n era quase nula, acreditava ser pegavel, mas não era o seu tipo.

- Esquizofrênica? - S/n que agora era uma pobre alma feminina presa em um corpo masculino repetiu tentando processar as informações.

- Sim, esquizofrênica, é ignorante ela achar que pode chegar aos seus pés Izana. - Kakucho disse com um sorriso comprimido.

- É uma pena que faltei ontem. - Madarame, um rapaz de mullet loiro, com as laterais da cabeça raspadas se pronunciou. - Queria ter visto a louca se denominando como Izana. Kakucho comentando sobre foi uma comédia.

"É engraçado como ele consegue falar mal de si mesmo para os amigos! Eu não sou essas coisas, esse maldito ferrou com minha reputação." A alma feminina pensou sentindo devastada por dentro, ela até poderia fazer algo pra o Izana que provavelmente agora estava no corpo feminino. Agora ele ia sofrer no corpo dela, ela queria ver o Kurokawa sofrendo, então deixaria por enquanto as coisas se desenrolarem sozinha. Apesar de estar em conflito porque não queria ter uma visão em terceira pessoa do seu corpo sofrendo bullying.

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A saga dos corpos trocados - Imagine Izana Kurokawa Onde histórias criam vida. Descubra agora