Sobrecarga sensorial

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Vox caiu como uma pedra, sua tela quebrada. Husk, da mesma forma, caiu. Valentino conseguiu passar o chicote pela garganta do gato, amarrando-o em uma corda para estrangulá-lo e mantê-lo perto para usá-lo como escudo. Valentino também manifestou outro chicote, atacando Niffty, que ainda estava correndo para evitá-lo, mas começando a ficar visivelmente cansado.

Angel também teria atirado em Valentino se não fosse pelo fato de que o cafetão estava mantendo Husk na linha de qualquer tiro que Angel tentasse dar. Ficou claro que Valentino estava ganhando tempo até que Vox pudesse se levantar, então Angel apenas manteve sua arma apontada para o demônio mais forte, atirando nele novamente sempre que ele começasse a se contorcer. Estava ficando difícil de fazer. Angel estava tendo crises de tontura enquanto estava no rack e ser libertado disso não ajudou em nada. Ele suspeitava que devia ter sido drogado com alguma coisa enquanto estava inconsciente, mas não conseguia identificar exatamente o que era.

"Finalmente, porra." Valentino disse, aliviado quando seu segundo chicote atingiu o tornozelo de Niffty, fazendo-a tropeçar.

O pequeno demônio derrapou com um grito de dor. Defensivamente, ela convocou uma pequena nuvem de vespas para cobri-la, mas Valentino não se incomodou com elas quando a agarrou pelos cabelos e empurrou seu rosto contra o chão.

"Cadela fofa. Aposto que você ganharia um centavo." Valentino sibilou. "Quer trabalhar para mim em vez disso, boneca?"

"Deixa a em paz." Angel rosnou, tentando se levantar, mas não indo muito longe.

"Ou o quê? Você não pode fazer nada." Valentino disse com um sorriso, que rapidamente se transformou em uma careta quando Husk se virou para morder sua mão. "Porra!"

Valentino não soltou nenhum dos demônios, puxando o laço de Husk com mais força e se movendo para colocar Niffty sob sua bota, esmagando-a lentamente. Angel ouviu um osso estalar enquanto ela gritava.

"Deixe-a ir, Val!" Angel chorou.

Foi uma distração suficiente para manter a atenção de Angel longe de Vox, que lentamente começou a se levantar. Sendo mais metálico do que biológico, e geralmente mais forte, o Demônio da TV se curou muito mais rápido. Sua tela ainda estava quebrada, a eletricidade chiando ao seu redor. Angel ainda não tinha percebido, ainda implorando por seus amigos.

Vox arrancou a arma da mão de Angel, que desapareceu no nada quando se afastou o suficiente dele. Angel choramingou quando foi puxado para ficar de pé, suas pernas tortas forçadas a suportar um peso que não conseguiam suportar. Garras eletricamente carregadas cravaram-se em seus braços e ele não conseguiu se concentrar o suficiente para invocar outra arma.

Uma lança disparou pelo ar, atravessando a perna de Valentino. Ele gritou e caiu de lado, liberando Niffty e Husk para tatear o ferimento.

"Boa jogada, Vaggie!" Charlie aplaudiu quando ela e sua namorada passaram pela porta.

Husk respirou fundo e agarrou Niffty para afastá-la de Valentino e colocá-la sob sua asa boa, a outra pendurada em suas costas em um ângulo estranho.

"Vocês dois demoraram bastante." Husk ofegou.

"Desculpe. Fui pego." Vaggie bufou.

"Se perdeu." Charlie admitiu.

"Não há tempo!" Niffty lembrou, sua voz quase um sussurro antes de ela ter uma tosse forte porque suas costelas fraturaram e perfuraram um pulmão.

"Solte-o." Charlie ordenou enquanto invocava sua própria arma, um forcado. Ela ficou mais alta e seus chifres brotaram. Seus olhos estavam rodeados de um vermelho escuro enquanto suas íris ardiam em ouro. Suas garras também cresceram.

Vaggie convocou outra lança, girando-a no pulso. Ela ficou ao lado de Charlie como uma guardiã passiva, mas não disse nada.

"Não, princesa." Vox repreendeu, as rachaduras em sua tela ainda em processo de fusão. "Isso não diz respeito a você."

"Sim." Charlie corrigiu e apontou para Angel. "Ele é um patrono do Happy Hotel e, portanto, está sob a proteção da família Magne. Entregue-o e iremos embora, ou posso aceitá-lo de volta."

"Eu não dou a mínima para essa prostituta." Vox encolheu os ombros, arrastando suas garras pela lateral de Angel e deixando queimaduras elétricas depois. "Minha rixa é com o Radio Demon. Ele tentou roubar de mim."

"Tentar implica fracasso. Se você realmente não perdeu nada, por que está passando por tudo isso?" — perguntou Vaggie.

"Porque se eu deixar um escapar impune, outros tentarão!" Vox rugiu. "Eu não serei feito de bobo!"

Clique.

Clique.

Clique.

O som de sapatilhas com sola de casco rompeu o silêncio que se seguiu.

"Desculpe meu atraso. Receio que meu convite para esta festa em particular tenha sido interceptado." Alastor disse ao aparecer, olhando de lado para Husk por um momento enquanto ele se inclinava casualmente na bengala do microfone.

Angel, tendo visto Alastor ferido uma vez antes, sabia que o Radio Demon só usava sua bengala dessa forma se realmente precisasse. Ele parecia bem à primeira vista, mas tanto a aranha quanto o gato perceberam que não estava.

"Vous auriez dû rester à la maison. Tu es Blessed." Husk sibilou para ele.

"Ça ira." Alastor respondeu calmamente.

"Estúpido estúpido fils de pute." Husk bufou.

"Ne parle pas de notre mère de cette façon." Alastor disse, revirando os olhos. Ele bateu a bengala no chão, sombras ganhando vida e girando ao longo das paredes enquanto uma animada música jazz começava a emanar do próprio ar.

"Ali está ele!" Vox riu. Seu aperto em Angel aumentou enquanto várias antenas de televisão brotavam de suas costas como uma imitação de um porco-espinho. "Eu vou te matar, porra."

"Oh, tenho certeza que você tentará." Alastor rosnou.

Vox sorriu e empurrou Angel para o lado. Ele caiu com força, sem ar de seus pulmões antes de Valentino agarrá-lo para mantê-lo fora do caminho sem perdê-lo.

"Não pensei que a maldita princesa fosse se envolver." Valentino resmungou, baixo o suficiente para que apenas Angel pudesse ouvir. "Não era para cair assim."

"Bem, você é um idiota, então." Angel revidou, incapaz de fazer muito mais do que observar os demônios da TV e do Rádio atacarem uns aos outros em um choque de luz e som, não muito diferente dos relâmpagos e trovões de uma tempestade.

Angel odiava tempestades...

Você chama isso de cura? (RadioDust) - | TRADUÇÕES |Onde histórias criam vida. Descubra agora