Sóbrio

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Angel estava com um humor muito melhor depois do passeio com Alastor, Charlie notou. Excluindo a amarga marcha inicial até seu quarto quando ele voltou. Ele era alegre e quase educado, chegando a se oferecer para ajudar os demais moradores do Hotel.

“Talvez ele realmente precisasse apenas de uma mudança de cenário.” Charlie sorriu.

"Não acredito." Vaggie suspirou.

“Ele cairá novamente em um dia ou menos.” Husk resmungou em sua mesa enquanto folheava a papelada.

"Derrubar?" Charlie perguntou.

"Sim. Derrubar. É uma coisa com viciados.” Husk explicou e, em seguida, acrescentou: “E um monte de merda mental, mas no caso de Angel ele está feliz por enquanto”. Ele levantou uma asa para ilustrar o que estava dizendo. “Mas assim que isso passar e ele tiver outro desejo.” Ele bateu com força com a asa na mesa, espalhando papéis. “Ele vai cair. Droga, você poderia me passar isso? Ele apontou para um dos papéis que havia caído do outro lado da mesa, onde ele não conseguia alcançá-lo sem sair da cadeira.

Charlie devolveu-o, pensativo. Ela não olhou para Vaggie. Ela não precisava de um eu te avisei. só neste segundo. Só porque Husk fazia sentido não significava que sua resposta fosse a única certa. Havia lados nisso. Ela confiava bastante em Alastor e não achava que ele iria contra ela. Não conscientemente, pelo menos. Anjo, no entanto. Ela lhe deu bastante benefício da dúvida. Angel poderia ser sorrateiro. Bem, ela também pode ser sorrateira.

“Vaggie?”

"Sim?" Vaggie respondeu, contendo seu sarcasmo já que ela conseguia ler o rosto de Charlie muito bem.

“Leve Angel para ver sua família, ou Cherri, ou alguém. Preciso revistar o quarto dele e ter certeza de que ele não tem nenhum esconderijo em algum lugar.”

"Boa decisão." Vaggie assentiu. “Por quanto tempo você precisa de nós fora?”

“Pelo menos meia hora.” Charlie respondeu, tentando ignorar a culpa em seu estômago.

Vaggie a puxou para um abraço, beijando sua testa. Husk revirou os olhos.

Angel ficou surpreso por poder sair novamente tão cedo. Vaggie iria com ele dessa vez, o que não era o ideal. Ainda mais estranho quando ele disse que queria sair com Cherri e ela concordou sem um único comentário sarcástico. Algo estava acontecendo, mas ele não sabia o quê. Ah bem. Ele ainda estava de bom humor, então o que quer que fosse não importava muito. Ele e Cherri até conseguiram convencer Vaggie a ir ao karaokê! Hoje foi ótimo!

“Que bom ver que você finalmente tirou esse pau da bunda!” Cherri uma vez que uma música terminou e a próxima começou.

“Ei, éramos amigos antes de ela me trocar pela Princesa Prude! Sem desrespeito à criança, ela é fofa.” Angel disse, batendo o quadril na lateral de Vaggie para tentar fazê-la dançar com ele. “Ela é boa demais para você. Tudo ingênuo e merda.”

“E você é uma merda.” Vaggie retrucou, sentando-se em um sofá próximo. “Lembre-me por que paramos de conversar?”

“Ooooooh-hoo-hoo ~” Cherri riu.

“Só estou dizendo que você tem sorte de a única pessoa que nem merece estar no Inferno pensar muito em você.” Angel explicou, então decidiu que estava sendo sincero demais para ser consolado. "Estou surpreso que você ainda não a tenha sujado."

"E como você saberia?" Vaggie retrucou, cruzando os braços e franzindo a testa.

“Ah, eu saberia.” Angel assegurou.

“Ele saberia. — Cherri repetiu muito seriamente, pendurando um braço sobre a aranha. “Essa cadela pode sentir o cheiro. Angel me cheira.

Angel sorriu e cheirou obedientemente o cabelo de Cherri. Ele levantou uma sobrancelha e riu. "Você me dá nojo." Ele sorriu quando Cherri colocou a mão em seu rosto e o empurrou enquanto ele gargalhava. Ele deixou a gravidade funcionar e sentou-se ao lado de Vaggie.

“Você nem tem nariz.” Vaggie apontou.

Angel bateu nas manchas cor-de-rosa brilhantes sob os olhos. “Sim, mas estes são como narizes estranhos. Posso cheirar com eles e captar sombras e cores com meus olhos reais fechados. Merda realmente alucinante antes de eu me acostumar com isso…”

“Sempre pensei que fossem sardas...” Cherri disse, caindo pesadamente no colo de Angel.

“Também posso provar com as mãos.” Angel brincou, apontando para suas luvas. “Meu corpo é estranho.”

"Bem, você é uma aranha." Cherri apontou para seu próprio olho. “Pelo menos você pode ver a distância. Você sabe o quanto isso fode minha mira?

"Bastante?" Vaggie adivinhou com conhecimento de causa, já que ela também só tinha um olho.

"Bastante." Cherri confirmou.

Charlie não gostava de bisbilhotar. Ela sabia que era uma invasão de privacidade. Ainda assim, ela tinha regras aqui. Ela tinha que ter certeza de que eles estavam sendo seguidos. Afinal, era para o bem de Angel. Nuggets a seguindo enquanto ela procurava não a fizeram se sentir melhor.

A primeira coisa que notou foi que o tapete era arenoso e isso por si só era estranho, mas não incriminador. Havia um porco morando no quarto também. Aconteceram bagunças. Ela verificou primeiro os lugares óbvios; as gavetas, embaixo da cama, entre os móveis e as paredes, embaixo da pia do banheiro e o armário de remédios. Isso não rendeu nada, então ela começou a verificar lugares menos convencionais.

Preso na parte de trás do vaso sanitário, logo acima da linha d'água, havia um saco de seda bem tecido. Ela não sabia o que havia dentro dele e não conseguia encontrar uma maneira de abri-lo sem destruí-lo, mas era bastante suspeito. Ela o pegou, tendo que fazer um grande esforço para soltá-lo. Depois de fazer isso, ela verificou o quarto uma última vez e depois colocou tudo de volta como havia encontrado.

Ela levou a bolsa de seda para seu escritório e a guardou em um cofre. Ela conversaria com Angel sobre isso quando ele voltasse. Esperançosamente, eles poderiam ter uma conversa civilizada sobre as coisas e ele entenderia que ela havia mexido nas coisas dele por um bom motivo. Esperançosamente. Mesmo que ela se sentisse horrível.

Você chama isso de cura? (RadioDust) - | TRADUÇÕES |Onde histórias criam vida. Descubra agora