Você chama isso de cura? (RadioDust) - | TRADUÇÕES |

Agressão

"Onde você está indo?" Vaggie perguntou quando Angel passou por ela no corredor. "E por que você está molhado?!"

"Ele está pingando no tapete!" Niffty quase rosnou, correndo para pegar toalhas.

"Angel? Você está bem?" Perguntou Charlie, visivelmente preocupado quando chegou ao saguão.

Husk foi o único a ficar quieto, aparentemente cuidando da vida, embora sempre prestasse mais atenção do que deixava transparecer.

"Estou saindo." Angel grunhiu quando chegou à porta.

"Não podemos deixar você..." Charlie começou, mas Angel interrompeu mais alto.

"Eu não posso estar aqui agora. Eu. Estou indo. Porra. Fora. " Angel sibilou, batendo a porta atrás dele.

Ele imediatamente se arrependeu. O inferno sempre teve um clima um tanto extremo e a estação fria havia começado. Para piorar, estava ventando muito e o pelo de Angel era grosso demais para secar ao ar. Mesmo assim, sua raiva e seu orgulho não o deixavam se virar, então ele escolheu uma direção e seguiu pela calçada enquanto se afastava do hotel com dificuldade.

Enquanto isso, de volta ao hotel, Alastor vestiu a camisa e o casaco novamente. A saída furiosa de Angel trouxe sua fome de volta com força total, então ele saiu do quarto e trancou-o atrás de si, não confiando em si mesmo para não comer o porco. Ele desceu as escadas lentamente, seu sorriso ausente revelando uma carranca cansada. Angel disse a ele para não segui-lo, e ele não o seguiu. Ele se perguntou se ele merecia se sentir tão mal quando claramente Angel era o único ferido.

"Merda." Husk grunhiu quando Alastor desceu para o saguão. "O que você fez?"

"Cala a sua boca." Alastor retrucou com raiva, mas desanimou um segundo depois. Ele tentou colocar o sorriso de volta, mas não conseguiu. Ele riu, um som oco e desequilibrado. "Poço ardente do fracasso!"

Charlie foi em direção a ele, a necessidade de confortá-lo era forte. Vaggie rapidamente a puxou de volta e Husk balançou a cabeça para as duas garotas, um aviso sutil para não se envolverem.

A risada de Alastor se transformou em uma gargalhada completa, coberta por forte estática, soluços e gritos gravados. As luzes piscaram e as sombras giraram descontroladamente pela sala antes que as lâmpadas se quebrassem. O saguão estava escuro e silencioso. Alastor havia desaparecido, levando consigo seu barulho e deixando os ouvidos dos outros zumbindo.

"Pedaço de merda dramático." Husk resmungou, enfiando a mão embaixo do balcão e entregando a Niffy uma caixa de lâmpadas para substituir as luzes.

Angel conseguiu caminhar quase dez quarteirões, tremendo de frio, antes que um carro familiar parasse na calçada e diminuísse a velocidade para acompanhá-lo. Uma janela abriu, mas Angel não precisou olhar para saber quem era.

"Mau momento, Val."

"Eu poderia dizer." Valentino sorriu. "Você deve estar congelando, Angel Cakes." Ele se inclinou um pouco para fora do carro e sacudiu um saco de pó branco. "Eu tenho o seu favorito ~"

Angel começou a andar mais rápido, mas sabia que não conseguiria ultrapassar um carro e não tinha vontade de correr. Ele também sabia que, fosse o que fosse que Valentino quisesse, ele não deixaria Angel sozinho até conseguir. Angel também pode agradá-lo. O interior do carro provavelmente estava quente de qualquer maneira.

"Ugh," Angel bufou e parou, abrindo a porta do banco de trás do carro e entrando porque isso também pode acontecer. "Você tem sorte de eu não ter nada melhor para fazer. Me dê isso." Ele pegou o saco de pcp e semicerrou os olhos. "Então, há quanto tempo você está rondando esperando que eu saia do hotel?"

"Desde que ouvi sua voz no rádio." Valentino respondeu com facilidade, nem mesmo negando o fato de estar se comportando de maneira um pouco perseguidora. "Está ficando confortável com o fanfarrão, hein?"

"Não é da sua conta." Angel retrucou. "O que você quer, afinal?"

"Não posso visitar meu garoto favorito de vez em quando?" Valentino sussurrou, cheirando a besteira.

"Não." Angel disse secamente. "Eu te conheço muito bem... Mas foda-se, eu vou morder. Nova garota te irrita? Reparou naquele gatinho em todo lugar."

"Você poderia dizer isso."

"Então você precisa de um substituto até que ela se recupere, hein?" Angel suspirou.

Por mais que Angel odiasse ser substituído, ele sabia em primeira mão o quanto Valentino poderia tratar mal seus trabalhadores. Eles nem eram pessoas para ele, apenas brinquedos. Angel tinha sido o mesmo, mas aprendeu rapidamente como tirar vantagem desse fato. Basta manter o chefe feliz e as recompensas aparecerão, geralmente na forma de drogas, mas ocasionalmente como privilégios especiais. Deixe o chefe furioso e você poderá acabar trancado em seu quarto e sangrando por dias seguidos. Angel não trabalhava mais para Valentino, então não estava preocupado com a última parte, mas tinha alguma simpatia por aqueles que ainda trabalhavam.

"Passar." Angel disse, jogando o saco de drogas de volta. "Se eu voltar ao negócio a longo prazo, não vai ficar sob você."

Valentino pegou a sacola com uma careta, mas cedeu. "Quer saber? Entendi. Você sente o gostinho do romance e acha que alguém assim realmente se importaria com você por vontade própria? Caia na real, querido. Eu vi a expressão em seu rosto. Ele usou você e jogou fora você saiu, não foi? Você ainda é apenas um brinquedo. Ele jogou a bolsa de volta. "Você é bom para uma coisa e sabe disso. Pare de se enganar."

Angel pegou as drogas e suspirou. Ele ainda estava com frio e molhado, irritado e triste, e muito decepcionado consigo mesmo por se permitir acreditar, mesmo que por alguns minutos, que alguém poderia querer o melhor para ele. Valentino era uma pessoa de merda, mas todos os outros também eram. Pelo menos o suserano foi honesto sobre o fato de que não dava a mínima. Ele não fingiu se importar. Angel olhou para a sacola em suas mãos, abrindo-a e enfiando os dedos sem luvas nela. Ele não sentiu nada de estranho nisso, então tomou uma decisão. Ele poderia se odiar por isso mais tarde, mas no momento ele simplesmente não queria mais pensar

"Você me pegou por três horas."