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- Ouçam! Lobos! Devemos estar perto do castelo assombrado! Sentados atrás da carruagem, Hongjoong e Seonghwa se assustaram com o grito de Maurice. Os três homens estavam desbravando a floresta por um tempo considerável. O restante da multidão havia desistido, feliz em retornar ao aconchego da taverna assim que Park deixou claro que estava indo para a mata.
Embora a floresta não fosse exatamente pitoresca, não chegava nem perto de ser tão assustadora quanto Maurice fez parecer em seu relato frenético. 

— Maurice, já chega — disse Seonghwa, virando-se para encarar o velho homem. O trajeto de carruagem havia deixado seus cabelos brancos, naturalmente rebeldes, ainda mais desgrenhados, e seus olhos se moviam incessantes conforme ele olhava ao redor em desespero. — Temos que voltar — acrescentou, sem saber se Maurice tinha ouvido alguma palavra do que dissera.

Ao que parecia, ele tinha ouvido, porque sacudiu a cabeça com vigor. 

— Não! Olhe! — Maurice apontou para cima. 

Seguindo a direção que apontava o velho homem, Seonghwa viu uma árvore na lateral da estrada. Estava seca, com seus galhos retorcidos em ângulos estranhos e seu tronco liso pela ação do tempo. Durante a jornada, Maurice lhes havia contado sobre como encontrara o castelo encantado. Ele mencionou algo sobre uma árvore que parecia um cajado e um caminho escondido... Inclinando a cabeça para o lado, Park estreitou os olhos. Era mais ou menos parecida com um cajado, mas definitivamente não havia um caminho atrás dela. 

— Esta é a árvore! — exclamou Maurice, como se adivinhasse a dúvida de outro. — Tenho certeza. Claro, foi derrubada por um raio naquele dia, mas agora parece ter sido colocada de volta em pé. Magicamente, suponho... 

Kim deu um tapinha no ombro de Seonghwa. 

— Você quer mesmo entrar para essa família? — sussurrou ele, revirando os olhos. 

Seonghwa sabia que o homenzinho estava provocando, mas Hongjoong tinha certa razão. Havia limite para tudo. Ele havia deixado que Maurice os guiasse até lá com a única intenção de chantageá-lo a conceder a mão de Felix em casamento. Mas, se não conseguissem encontrar Felix, qual era o objetivo?

— Estou farto deste seu jogo — disparou Park, parando a carruagem. Ele desceu em um salto e colocou as mãos nos quadris. — Onde está Felix?

— A Fera o pegou! — repetiu Maurice.

Os olhos de Seonghwa se estreitaram. Ele estava se esforçando muito para não perder a cabeça, mas o velho homem tornava isso um desafio.

— Não existem coisas como feras, ou xícaras falantes, ou... o que seja. — Conforme ele falava, sua voz ficava mais alta e suas mãos começaram a abrir e fechar junto ao corpo. — Mas existem lobos, queimaduras de frio e fome.

Saltando da carruagem, Hongjoong correu até o amigo.

— Respire fundo, Seonghwa — ele disse. — Respire fundo.

Os punhos do homem se cerraram e, por um momento, ele parecia prestes a bater em alguém. Mas então respirou profundamente, como o Kim sugerira. E de novo. E mais uma vez, para garantir.

— Então — recomeçou ele ao se acalmar —, por que nós simplesmente não damos meia-volta e voltamos à Villeneuve? Felix deve estar em casa, cozinhando um belo jantar...

— Você acha que inventei tudo isso? — perguntou Maurice, parecendo alheio ao quão próximo Seonghwa estava de perder a cabeça. Ele ergueu os olhos para o grande homem, confuso. — Se não acredita em mim, por que me ofereceu ajuda?

— Porque quero me casar com o seu filho — disse Seonghwa, sem intenção de continuar escondendo seu plano. — Agora vamos para casa.

— Eu já disse! Ele não está em casa, ele está com a...

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