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— ATACAR!

A voz de Seungmin ecoou pelo saguão. Ao seu  comando, toda a mobília ao redor criou vida.

Apesar do temor de Felix, os membros da equipe do castelo estavam longe de ser indefesos. Ou ao menos estavam tentando. Tão logo viram a multidão se aproximando, partiram para a ação. Enquanto Chan tentava, sem sucesso, fazer o mestre parar de se
lamentar para lutar, Monsier Samovar, Minho e Jisung criaram um plano. Era simples — fazer uma
barricada na porta —, mas era um plano mesmo assim.

Eles haviam tentado bloquear a porta. Quando, porém, os aldeões começaram a golpeá-la com um aríete, souberam que era inútil.

Então decidiram abandonar seus postos à porta e jogar com as suas forças, aguardando silenciosamente como se ainda fossem apenas mobílias, enquanto os aldeões
desavisados entravam. Ao sinal de Monsier Samovar, os objetos saltaram em ataque-surpresa.

As cadeiras distribuíram chutes. Han e os outros espanadores balançaram suas penas na cara dos aldeões
até que eles começaram a espirrar. Velas lançaram suas chamas para o alto, cegando alguns e dando uma bela queimada no traseiro de vários homens distraídos.
Conforme a mobília avançava, a multidão gritava demedo e os homens tentavam se defender. Mas a equipe
do castelo tinha o elemento-surpresa.

Em meio ao caos, Seonghwa tentou entender o que estava acontecendo. Ele sabia como lutar contra outros homens, pois havia feito isso muitas vezes. Também sabia como caçar animais, já que também era habitual. Mas uma sala cheia de móveis capazes de andar e falar era algo que ele nunca havia enfrentando antes.

— Seonghwa!

O grito alarmante de Hongjoong fez Park se virar para ver um mancebo alto esticando um de seus “braços”,
preparando-se para golpeá-lo. Ele não pensou, apenas agiu. Pegando Kim pela gola, Seonghwa ergueu o pequeno homem à sua frente. O soco do mancebo atingiu diretamente a barriga de Hongjoong.

Ele grunhiu. Um instante depois, as coisas pioraram quando um grande cravo se ergueu sobre suas pernas
traseiras e se jogou contra Seonghwa. Mais uma vez o homem robusto usou o parceiro como escudo humano.
Houve um grito abafado quando o instrumento caiu em cima do homenzinho.

— Perdão, velho amigo — disse Park, sem se dar ao trabalho de ajudar o outro a se levantar. — Mas chegou a
hora do herói.

— Mas… nós somos Le Duo… — A voz de Hongjoong enfraqueceu quando o peso de uma estante caiu sobre ele. No momento seguinte, ele desmaiou.

Seonghwa deu uma última olhada em Kim. Então olhou para o espelho que ainda segurava nas mãos. Ele podia
ver a Fera sentada em uma torre em algum lugar acima do saguão.

— Hora do herói — sussurrou. Então se virou e correu por entre a mobília. Park saiu do caminho quando uma
pequena xícara disparou contra ele atrás de um carrinho de servir. Então se jogou para o lado quando um armáriode cozinha tentou detê-lo e evitou cair sobre um banquinho que latia para ele.

Momentos depois, ele estava subindo a grande escadaria enquanto os ruídos da batalha desapareciam lá
atrás. E continuou escalando. Seu combate estava em algum lugar à frente.

Como se para provar seu ponto, Bang apareceu no topo das escadas. O pequeno relógio estava descendo de
uma das torres, com a expressão sombria.

— Ora, ora, o que você está fazendo aí em cima, relógio? — disse Seonghwa. — Há uma fera por aí?

Christopher engoliu em seco. Inadvertidamente, ele havia
acabado de revelar a localização da Fera. Antes que o mordomo pudesse fazer qualquer coisa para impedir o
homem à sua frente, Seonghwa girou a perna e chutou o relógio escada abaixo. Enquanto Christopher  se
esborrachava, Park voltou sua atenção para o topo das escadas da torre. Agora que ele sabia que a Fera estava em algum lugar lá em cima, era apenas uma questão de tempo até que conseguisse mais um troféu para fixar em sua parede.

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