Seonghwa estava ficando impaciente. Ele havia passado as últimas semanas fazendo o de sempre: caçando, disputando concursos de quem comia mais, levando uma das garotas da aldeia para jantar. Mas ele se perguntava quando Felix enfim retornaria.
Maurice se fora havia muito tempo. Ele não voltaria para incomodar Park e, quando Felix retornasse de onde quer que estivesse, o caminho para se casar com ele estaria livre. Sim, tudo daria certo, pensou enquanto ia até a taverna para sua dose diária de bebida e adoração. Ele só precisava que seu futuro esposo voltasse logo para casa.
E que Hongjoong parasse de falar.
O companheiro assíduo de Seonghwa estava, mais uma vez, balbuciando sobre Maurice, o que dificultava para Park deixar o momento no passado.
— Uau, isso é um problema — dizia o homenzinho. — Mas pelo menos não estamos amarrados a uma árvore no meio do nada, certo? Sabe, não é tarde demais. Nós podemos simplesmente buscá-lo...
Seonghwa não respondeu.
Kim pressionou:
— É que toda vez que eu fecho meus olhos imagino Maurice abandonado. Então, quando os abro, ele está...
Sua voz sumiu quando Park abriu as portas da taverna e eles encontraram Maurice lá dentro.
— Oh, engraçado, eu ia dizer "morto" — finalizou Hongjoong com a voz falhando.
Maurice estava cercado pelos frequentadores tradicionais da taverna, incluindo o oleiro Jean e père Robert. Além de um nariz vermelho, ele parecia não ter sequelas, e era claro pelos punhais que os aldeões apontavam para Seonghwa que, passada a sua provação, ele estivera bem o suficiente para contar a todos o que tinha acontecido.
— Seonghwa — disse Jean, com a voz séria. — Você tentou matar Maurice?
Park sabia que tinha poucas opções. Ele podia lutar, o que era sua resposta comum. Ele podia correr, mas aquela opção era covarde e lhe dava arrepios. Então, após uma rápida olhada ao redor, decidiu escolher uma terceira opção: negar, negar e negar. Engessando um sorriso acolhedor no rosto, avançou rápido na direção de Maurice, que estava com os braços cruzados.
— Oh, Maurice — começou Seonghwa. — Graças aos céus. Passei os últimos cinco dias tentando encontrá-lo. Por que você fugiu para a floresta nessas condições?
Enquanto suas palavras ressoavam pelo salão, os aldeões reunidos ficaram confusos, sem saber em quem acreditar.
— O quê? — disse Maurice, incrédulo. Ele balançou a cabeça. — Não! Você tentou me matar! Você me deixou para os lobos!
Park colocou a mão no peito como se as palavras de Maurice o tivessem ferido.
— Lobos? Do que você está falando? — perguntou ele. Seonghwa olhou para os aldeões e revirou os olhos como quem diz, Vamos mesmo voltar a esse ponto de novo? Vocês vão mesmo acreditar neste homem? Ele tentou não sorrir com presunção quando a maioria deles retribuiu o revirar de olhos.
— Os lobos que estavam perto do castelo da Fera — respondeu Maurice, com sua voz aumentando e contribuindo com a aparência lunática.
— Está certo — disse Park com condescendência. — Há uma besta em um castelo que de alguma forma ninguém nunca viu?
Maurice hesitou. Olhando ao redor do salão, ele viu que todos esperavam por sua resposta.
— Bem... sim — respondeu ele, por fim.
Seonghwa tinha Maurice — e todos os outros — exatamente onde queria. Como quando encurralava sua presa nas caçadas, ele colocou Maurice na defensiva, como se soubesse que seu tempo estava acabando.
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Beauty And The Beast
RomanceEra uma vez.. As vidas de um garoto belo, considerado estranho, e um príncipe amargo, condenado a ser uma temível fera, se entrelaçam. Será que o amor deles pode quebrar o feitiço? Hyunlix | Conto de Fadas | Adaptação