Hope Thosne tinha apenas um objetivo de vida. Sobreviver.
Um objetivo que se mostrava se cada vez mais difícil de ser alcançado.
Trabalhando em três empregos para sustentar a si mesma e a irmã mais nova, Hope não esperava que em uma manhã chuvosa u...
Quando meu turno chega ao fim, às 2 da tarde, eu me arrumo para ir ao hospital. Exame de rotina.
Quando estou saindo da lanchonete pela porta da frente, meu olhar viaja até a última mesa perto da janela. Vazia. Graças a deus.
O senhor neto de sei la quem haw-sei lá qual, ficou a manha inteira sentado ali.
Me observando.
Fiquei com medo? Sim. Fui confrontalo? Claro que não.
Tenho amor à vida, e se tem uma coisa que aprendi com ela, é que se um estranho, estupidamente bonito aparece querendo sua ajuda, e sabendo seu nome, de duas uma.
1 - Ou ele é um maniaco que esta me stalkando pra me matar.
Ou
2 - Um mafioso.
E eu já me meti com mafiosos demais nessa vida.
Me despedindo de Lafayette, sigo para meu carro, estacionado do outro lado da rua.
Quando estou prestes a entrar, uma mão surge na minha frente, segurando a porta. E lá estava o meu suposto stalker. Ou um mafioso.
Arregalando os olhos, eu dei um passo pra trás. Olho ao redor. Vejo a rua vazia. Obrigada Newcastle, por estar com as ruas vazias quando estou prestes a ser sequestrada.
Sorrindo de leve, ele fecha a porta e se encosta no carro. Me observando
- Deixe-me recomeçar. - ele diz com uma voz fria e calculista, parecendo se divertir com a situação - Meu nome é Grayson Hawthorne. Eu estou aqui em nome de McNamara, Ortega e Jones, um escritório de advocacia que representa o espólio do meu avô.
- O seu avô?
- Tobias Hawthorne. Ele morreu no início do mês. - Ele estudou minha reação - Esse nome te lembra alguma coisa?
Eu o olhei confusa. Esse cara tá precisando de amigos? Porque eu não aconselharia esse método.
- Não - disse devagar e confusa.
Depois de me estudar por mais um tempo, ele voltou seus olhos para o céu nublado em cima de nossas cabeças.
- Senhorita Thosne, meu avô era um homem muito rico...
- Ele era um mafioso?
- Perdão? - Ele me olha como se chifres saíssem de minhas narinas. Totalmente desnorteado.
Eu continuo.
- Porque se ele for um mafioso eu realmente não quero saber.
- Ele não era um mafioso - me olhou duramente, como se tivesse o batido.
- Você é um mafioso?
- A senhorita está devendo a um mafioso? - perguntou com uma sombra de sorriso em seus lábios.
- Quem dera eu devesse a um. Não, eu só estava checando.
Ele se desencostou do carro e me circulou, como um predador verificando sua presa. Ele para na minha frente novamente.
- Meu avô faleceu...
- Essa parte eu entendi.
- ... e parece que além de seus familiares e entes queridos, ele citou você, em seu testamento. - Percebendo meu silêncio, ele continua - Eu não sei o que ele deixaria para a senhorita, mas sua presença foi exigida para a leitura do testamento. Por isso, eu e minha família nos disponibilizamos a pagar uma passagem de avião para você e sua irmã mais nova, Avery, para Dallas, no Texas, essa mesma tarde.
Eu me considero inteligente. Sou uma pessoa inteligente. Mas agora, nesse momento, com esse suposto mafioso gostoso falando russo comigo, me senti uma loira burra. Eu nem sou loira.
Eu o olhei no fundo dos olhos.
E soltei uma gargalhada.
Ele só podia estar brincando com a minha cara.
Dando um passo pra frente eu bato em seu ombro enquanto ainda rio. Ele continua imóvel feito uma pedra.
Eu rio tanto que sinto lágrimas começarem a sair. Me recompondo, eu começo a tossir.
Me apoio no carro e faço minha respiração voltar ao normal.
Quando estou mais calma, uns minutos depois, ele continua ali, me observando.
- Olha cara, - começo a falar, abrindo a porta do carro novamente - eu não sei quanto Candice te pagou pra fazer essa piada mas não tem graça... na verdade teve sim, mas não diga isso para ela. - Entro no carro.
- Isso não é uma piada senhorita Thosne. - ele fala pelo janela.
- Então você devia maneirar um pouco na maconha amigo, eu sei que legalizaram o uso, mais usar tanto assim eu acho que ainda é crime.
Suspirando ele continua falando.
- Você me perguntou como eu sei seu nome.
- E você teve sucesso em me ignorar, parabéns. - Peguei sua mão que estava apoiada na janela e a sacudi - Quer um prêmio ou oque?
Me ignorando novamente ele continua.
- Vamos somente dizer que eu sei de tudo.
Ai meu deus, os malucos estão a solta hoje.
- Olha só, eu não sei de que manicômio você fugiu loirinho, mas melhor me deixar em paz, ou eu ligo pro meu ex. Ele sim é um mafioso de verdade.
- Veja só, além de um rostinho bonito, tem uma língua afiada. - Grayson sorriu com desdém - As passagens foram enviadas para o seu gmail, uma equipe irá esperar por você e por sua irmã no aeroporto.
- Pelo amor de Deus. - disse impaciente.
- Espero por você em Dallas senhorita Thosne.
Me lançando um último olhar, ele vai em direção a um dos carros mais chiques que já vi em minha vida. Ele entra. E quando passou do meu lado, pela janela aberta, ele me manda uma piscadinha.
Filho da puta.
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