- Eu achei que você tivesse dito que seu escritório daria um jeito na impressa. — Oren olhou feio para Alisa, que por sua vez puxou o celular do bolso para fazer milhares de ligações.Me afastei da varanda, me jogando no sofá novamente.
Avery veio para perto de mim, se deitando no sofá e apoiando a cabeça no meu colo, enquanto a suíte se enchia de seguranças e pessoas andando de lá para cá. A voz brava de Alisa conseguia se sobressair na bagunça.
— O que você pretende fazer agora? - Avery chamou minha atenção para ela.
— Eu não sei, talvez ter certeza de que Oren realmente escondeu todas as facas do hotel, parece que Alisa quer cortar a cabeça de alguém - disse assustada, e logo depois vi ela sair da suíte batendo a porta como o super Hulk.
— Não, - Avery balançou a cabeça - o que você pretende fazer da sua vida agora? Tipo ir para faculdade ou algo assim?
Isso abriu uma porta na minha cabeça.
Eu sempre quis fazer história. Ser uma historiadora renomada era o meu sonho de carreira. Talvez eu pudesse ser arqueóloga, ou até mesmo antropóloga. Eu amo história, e sempre me imaginei na faculdade fazendo isso. Era meu grande sonho.
Hope Whar Thosne, formada em história por Yale.
Mas eu também sempre quis ser florista. Viajar para bem longe. Abrir uma cafeteria, livraria e floricultura multifuncional. Pensando bem, isso seria uma bagunça, mas era um sonho.
Pensei também em ser cozinheira. Uma grande crítica gastronômica. Ser conhecida mundialmente e ter um restaurante 5 estrelas. Quando penso nesse desejo, até esqueço que sou um pesadelo total na cozinha. Mas isso é só um detalhe.
Esses todos eram os sonhos da minha eu de 16 anos. A recém-formada cheia de desejos e expectativas.
Vendo agora, todos me parecem ser irrealistas.
Eu não faço ideia do que fazer. Justamente quando tenho todo o dinheiro e disposição para tal.- Eu não faço ideia. - disse sinceramente - aparentemente não existe um manual de como ser uma herdeira.
Avery riu, e se sentou quando Libby veio até nós.
— Mas tenho certeza que descobrirá com o tempo. Você não é daquelas que consegue ficar parada.
[...]
Um tempo depois, quando os ânimos se acalmaram e não tínhamos mais tantos seguranças na minha cola, Alisa voltou com uma cara de poucos amigos, desligando uma ligação na qual ela falava espanhol.
— O vazamento não veio da gente - comunicou, seus olhos passando a fuzilar Libby - foi o seu namorado.
— Ex-namorado - sua resposta foi quase um sussurro - Sinto muito.
Passei meus braços sobre seu ombro, abraçando-a de lado.
— Sinto muito - disse novamente para Alisa, que somente se virou e entrou em outra ligação.
Eu sabia exatamente o que tinha acontecido.
Libby e Avery tinham voltado para casa depois de ficarem um dia fora de casa. Ele teria insistido em saber onde ela estava, e ela disse a ele.
Tudo.
O testamento, a família, a casa, os planos, e a minha herança. Ele com toda certeza teria ficado maravilhosamente feliz, teria feito planos e planos para usar o dinheiro. Ela teria lhe dito que o dinheiro não era dele. Ele ficou furioso e bateu nela. Ela terminou com ele e ele foi até a imprensa, abrindo aquele bocão ridículo dele.
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Secrets, lies and hope
Fiksi PenggemarHope Thosne tinha apenas um objetivo de vida. Sobreviver. Um objetivo que se mostrava se cada vez mais difícil de ser alcançado. Trabalhando em três empregos para sustentar a si mesma e a irmã mais nova, Hope não esperava que em uma manhã chuvosa u...