33- Os laços continuam firmes e conectados, mas...

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Narrador

Malévola, mais uma vez, havia trancado o seu coração. Todos os seres do reino voltaram a enxergá-la como uma ameaça, até mesmo o seu fiel e escudeiro corvo, Diaval. Onde Riley havia despertado a sensação de amar incondicionalmente, agora só se encontrava um negrume completamente vazio. 

O reino estava mais sombrio do que nunca, e a cada segundo que se passava, com mais raiva a fada ficava por ter tido o seu amor retirado de sua vida bruscamente.

10 meses depois

Apertando o bastão, o olhar da fada se encontra fixo a uma cachoeira, cujo a água corria rapidamente. Seus olhos, ao se fecharem, permitiu que algumas lágrimas sem rumo escorressem pelo seu rosto.

Em um dia qualquer, Borra, a fada que nutria uma enorme paixão por Malévola, decidiu presenteá-la com uma rosa vermelha, tentando consolá-la pela perda extremamente dolorosa de Riley.

Seu humor naquele dia nunca esteve tão pior, e foi justamente por isso que uma forte luz verde flamejante surgiu, fazendo com que a flor voasse para tão longe que chegava a sumir do campo de visão de ambos. Logo em seguida, um intenso corte surgiu no rosto de Borra, que imediatamente retirou-se do local, embasbacado. 

Não sei o que teria acontecido com ele se estivesse insistido em ficar mais um pouco, a fim de acalmá-la.

— Madrinha... — Uma voz doce e levemente amedrontada surge atrás da fada, que como resposta, enrijeceu a sua postura.

— O que é? 

 A voz era tão firme e fria que chegava a dar um arrepio na espinha de Aurora, que caminhava, em passos curtos, até o seu lado, com a respiração ofegante.

— Como... Como a senhora está? — No início as palavras se embolam, devido ao nervosismo.

Quando Malévola finalmente olha para ela, seus lábios ficam levemente pálidos. A garota realmente estava amedrontada.

— A Riley... — O olhar de Malévola se intensifica, obrigando-a a reformular sua frase. — Quero dizer... — Suspira. — Madrinha, fale comigo, por favor! Talvez eu consiga te ajudar. 

— Não tenho o que falar, Aurora. — Volta a olhar para a cachoeira. — Me deixe sozinha.

Meio cabisbaixa, Aurora assentiu com a cabeça. Ela não podia fazer mais nada por sua 'Mãe', que se autodestruía cada vez mais a cada dia que se passava. 

— Eu voltarei para o meu Reino... — Mordisca o lábio inferior, deixando-o mais rosado do que já estava. — Tchau, madrinha. 

Sem obter um "Tchau" como resposta, ela se retira do local.

Um longo e pesado suspiro sai dos lábios de Malévola ao se lembrar daquela fonte estúpida. 

Levantando a cabeça para o céu, seus olhos se fixam em uns pontos brilhantes que estavam agrupados em um formato nostálgico.

~Aurora

— Meu amor! — Phillip me recebe com um abraço aconchegante, que era o que eu mais estava precisando no momento. — Como foi lá?

Me distancio, balançando a cabeça para os lados.

— Ela está se destruindo. — Cruzo os meus braços, caminhando em direção a sacada. — E eu não posso fazer nada. Tenho medo de falar com ela. — Franzo o cenho. — Tenho medo de falar com a minha própria mãe. 

I See YouOnde histórias criam vida. Descubra agora