13. ''Humor e Horror.''

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''O medo é o pai da moralidade.''

Friedrich Nietzsche

Para Além do Bem e do Mal

Coringa e Britta passaram o resto do dia ligados pelo desejo de estar perto e fizeram tudo juntos, como um casal apaixonado após a Lua de Mel, comeram juntos, tomaram banho juntos e no tempo livre estavam na cama. A cada relação, Coringa se tornava mais possessivo quanto a seu corpo e já não julgava mais necessário tanto cuidado e carinho em seus toques, quanto a Britta estava amando a honestidade do ato. Não houve diálogo, aquela estava sendo a forma de comunicação. Beijos, olhares, toques e palavras mal pronunciadas.

Até que chegou a noite. Vestindo uma camisa oversized e um par de meias, a moça estava a beira da pia lavando a pouca louça. Algo curioso no loft era a pouca quantidade de pratos, talheres e copos no lugar. Também, Coringa parecia se alimentar majoritariamente de enlatados, com um pacote ou outro de macarrão instantâneo nos armários quase vazios.

De repente ouviu passos urgentes e pesados descerem as escadas de metal e se virou para ver uma cena que, por algum motivo, lhe surpreendeu.

Coringa tinha sua característica aparência, cachos esverdeados, a famigerada pintura na cara, os trajes, incluindo o longo casaco roxo e levava na mão uma maleta em forma de caixão tamanho infantil. Pela forma que carregava não parecia haver considerável peso ali. Ele não a olhou quando chegou à porta. Era como se não estivesse ali.

O que ele vai fazer...ai Deus...

Sem reação ela não conseguiu falar muito menos fazer qualquer pergunta e o olhar vazio que ele lhe lançou antes de sair lhe fez acreditar que ele não responderia de qualquer forma.

Com a torneira aberta e as mãos pingando, Britta ficou olhando o lugar onde o viu pela última vez com uma imensa sensação de vazio. Aquele momento deixou muito claro que ele ainda era o criminoso que um dia lhe sequestrou e quase a entregou a seu irmão. Além do mais, pela primeira vez sentiu algum tipo de culpa, pois sabia que seja lá o que ele estivesse saindo pra fazer, era algo no mínimo ilegal.

Só podia torcer para que ninguém inocente se machucasse. Pela primeira vez a ideia de entregar sua localização à polícia surgiu em sua mente.

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Na manhã seguinte o Detetive John Blake desembarcou na cidade de Atlantic City em Nova Jersey positivo de que sairia da cidade com respostas a respeito de Vera Miller e a tal Soraia mas também estava disposto a encerrar sua investigação caso chegasse em um beco sem saída afinal não havia muito o que se explorar no caso quando voltasse a Gotham. Tinha que encontrar respostas ali.

Enquanto ia ao encontro de um contato de confiança na cidade, John refletiu sobre sua visita ao orfanato onde Britta passou pouco mais de um ano de sua vida. Não encontrou nenhuma Lena Miller ou Britta Ledger nos registros, o que já esperava, afinal os Millers não registraram a menina e Britta tornou-se seu nome apenas ao sair do orfanato.

Depois de mais dois encontros com outros contatos, onde informou os nomes que procurava, John fez check in em um hotel simples e barato em Atlantic City longe da costa atlântica tão visitada pelos turistas. Já havia tomado banho quando deitou na cama e pesquisou as últimas notícias de Gotham. No site Bueiro de Gotham ele viu uma matéria recente sobre a explosão do complexo do Asilo Arkham.

Blake sabia que aquele era o tipo de podridão que causava perigosos burburinhos na cidade, sobretudo com as eleições tão perto de acontecer, mas não havia o que fazer, agora todos sabiam dos cadáveres de prisioneiros e pacientes encontrados com sinais de experimentos e torturas bizarras. O artigo fez questão de pontuar que o responsável por aquilo era o então paciente Kevin Miller apontando uma matéria sobre o massacre de 97 no Narrows.

EU TE VEJO - Um romance com o Coringa.Onde histórias criam vida. Descubra agora