→ Capítulo VI ←

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"Hoje enganaremos o

melhor de nós mesmos,

 assimilando a dor de alguma outra coisa."


Slipknot - AOV


Zuko


O astral naquele campus estava irritantemente bom. Todos sorriam e pareciam felizes, não aparentavam ter um buraco em seus peitos. Mas eu não podia julgar somente olhando, ninguém é igual.

Respirar ar puro quando o clima dentro da minha casa estava claustrofóbico era consolador. O sentimento de que algo era mantido em segredo de mim sempre esteve ali vivo, me assombrando e fazendo com que eu me sentisse desconfortável dentro da minha própria pele, da minha mente. 

Eu conseguia enxergar isso pelo modo como ela me olhava, tentando entender o que eu de fato era, se eu era sei lá... normal. É confuso e extremamente fodido. Sempre um passo à frente. Porém eu decidi que era melhor ignorar depois de umas quarenta e oito horas pensando nisso sem parar. Era besteira, meu tio jamais mentiria pra mim, eu acreditava nisso piamente, nossas diferenças e discussões não faziam dele um mentiroso, um homem sem honra. Me recusava acreditar naquilo.

O problema era a vaca da Magnólia.

– Hey China! – Ouvi a voz de Greg ao longe e me virei apenas para encará-lo correr até mim. – Que bom que não é só eu o atrasado.

Ele sorriu e demos um toque de mão.

Seguimos calados pela extensão do campus e subimos as escadas para adentrar o prédio. Bom, eu segui calado, Greg parecia uma máquina, não se calava nunca.

– Eu e Lídia saímos depois da festa ontem e já pode imaginar o que aconteceu. – Ele sorriu maquiavélico.

– Você é patético. Parece um adolescente cheio de hormônios, que nojo.

– Nem vem, eu te vi saindo com a outra, e ela tinha coleira. De inocente, meu querido amigo, você não tem nada.

Eu encarei Greg e sorri. Ambos não prestavam, era de dar pena.

– Foi legalzinho, como tudo ultimamente. Estou cansado de tudo "legalzinho". – Me permiti falar em voz alta um pouco do que sentia.

– Cansado de tudo? O que seria tudo?

Continuei a olhar para frente, sério. O que seria tudo?

Balancei a cabeça negativamente, não era bom me deixar levar por palavras. Expor o que eu sentia não era o ideal.

– Apressa esse passo aí, o professor vai matar a gente pelo atraso. Conhece o professor Matthew. – Respondi andando mais depressa.

– O cara é um mala, tô sabendo.

E de fato era. Matthew Lorena era possivelmente o professor mais filho da puta de todo o meu histórico. Não houve uma única vez que eu não o tenha visto sem aquela vestimenta ridícula de terno e gravata, formal demais em tudo que ele parecia fazer. O método de avaliação dele era no mínimo bizarro e ele aparentemente não gostava de mim, o que não era uma novidade, metade do planeta parecia me odiar.

Good For You (Zutara Fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora