Good For You (Zutara Fanfic)

→ Capítulo XII ←

"Pensei que era melhor estar segura do que apaixonada."

LOML - Taylor Swift

Sokka

Sempre que eu os via brincar, algo parecia novo. Novidades em seus reflexos, no modo como amadurecem nas brincadeiras e suas percepções das coisas ao seu redor. Como pai, isso era tão gratificante que eu sentia meu peito queimar. Por eles, eu faria qualquer coisa, iria onde fosse, pela minha família, pelo meu clã, minha tribo, eu dava minha vida e tiraria tantas outras quanto fosse necessário.

Não havia sido abençoado com o dom da dobra de água e por um longo tempo isso me deixou triste, remoendo algo que fugia do meu controle. Achava que os deuses me odiavam, e que eu era apenas um fardo para a tribo, mas a vovó sendo sábia como era, me fez enxergar diferente. Treinei e me esforcei para ser um guerreiro e hoje em dia eu sou o que chamam de o prodígio do clã, o guerreiro mais forte e habilidoso em batalha. Apesar de saber que eu era bom, algo dentro de mim me avisava e preparava para algo maior, para uma batalha muito pior que a guerra. Não por ter perdas entre as quatro províncias, mas por riscos de perdas no meu clã, na minha família.

Katara e eu estivemos juntos por toda a vida. Em todas as ocasiões, passamos por dores juntos, felicidades juntos e estávamos lá um para o outro quando perdemos o papai e logo em seguida a mamãe. Mesmo depois de adulta, ela de vez em quando aparecia e pedia para ficar comigo o dia todo, como uma criança entediada ou sem saber o que fazer. Corajosa e destemida, sua bravura sempre foi alvo da minha admiração. Ela era quem cuidava de Ian e Jiang pra mim e Suki quando queríamos dar uns perdidos. Sentia saudade da minha irmã e isso eu tinha que admitir.

A dor da perda esteve conosco o tempo todo e isso fez com que a vovó ficasse meio... protetora demais. Katara não suportou tanto sofrimento e confinamento e decidiu alçar outros vôos. Ver Katara seguir seu caminho e suas vontades, se arriscar, não me incomodava, tudo que eu queria era a felicidade da minha menina, mas havia coisas muito maiores para evitar, para toma de conta, e a segurança dela se encaixava nisso. Era imprudente se mudar para um lugar tão longe, onde perto de nós, perto de mim ela poderia estar mais segura. Ou era isso que eu pensava, já que a situação nas Quatro províncias não era muito boa.

Por conta do filho perdido de Ozai, havia uma agitação fora do normal na Nação do Fogo. Minha avó sendo a anciã da tribo, sempre comparecia às reuniões semanais entre as províncias e foi em uma delas que ela escutou um rumor sobre a irmandade.

Eu rezava todos os dias pedindo aos deuses que a nossa tribo fosse passada, que fosse outro elemento e que a nossa vida não se tornasse mais complicada do que já era, mas aparentemente eu sou apenas a porra de um ser humano. E sem dobra, os deuses com certeza debochavam de mim.

Senti mãos macias e quentes cobrirem meus olhos. Não havia dúvidas de quem pertenciam, então a puxei para fazê-la cair em meus braços.

- Sokka! Você é mesmo maluco! - Ela me deu leves tapinhas.

- Sim, por você.

- Bobo! - Suki sorriu amorosa e olhou para os filhos brincando.

- Ian se parece muito comigo, não acha?

- Sim, vocês dois são cabeça dura e comem arroz como ninguém.

Nós dois sorrimos e trocamos carícias.