Quarto Dia: Tarde de filmes.
A casa parecia mais leve naquele dia, a chuva fina que caia do lado de fora dando um ar mais etéreo enquanto todos tentavam fazer atividades dentro de casa mesmo.
Gojo ainda dormia, tendo ficado acordado até tarde na noite anterior, ele não levantou por nada. Não que Geto fosse diferente, apesar de criticar o amigo só foi levantar na hora do almoço.
Nanami era o primeiro de pé, tendo preparado sua primeira refeição do dia com esmero antes de ir para a varanda aproveitar a chuva numa cadeira de balanço, como um verdadeiro velho, nas palavras de Shoko.
A dona dos cabelos castanhos havia se enrolado em um cobertor na sala e estava terminando o livro que havia começado assim que chegaram na casa, estava louca para os próximos volumes e esperava ler tudo nesses vinte dias.
Mei estava na cozinha já preparando o almoço enquanto era ajudada por Utahime, as duas parecendo bem a vontade enquanto conversavam quando Geto levantou indo atrás das sobras do café da manhã.
Era realmente um dia confortável e nenhum deles sentia vontade de quebrar esse clima enquanto se estabeleciam pouco a pouco em uma rotina familiar, se a intenção dos anciões era os fazer harmonizar então estava funcionando maravilhosamente.
Pouco depois do almoço ficar pronto, Satoru levantou, resmungando enquanto buscava os amigos, encontrando todos na cozinha.
- Por que ninguém me acordou? - O de cabelos brancos reclamou enquanto se sentava à mesa.
- Porque todos queríamos paz - Kento zombou ao se sentar - Além disso você dorme que nem uma pedra.
- Nisso ele tem razão, é praticamente impossível te acordar - Geto também se sentou - Ainda mais que não dá pra te tocar.
- Tanto faz, o que vamos fazer hoje?!
- Eu vou ler cartas para Mei - Shoko explicou.
- Pretendo regar as plantas da casa, não podemos deixá-las morrer - Utahime apontou fazendo Suguru olhar em volta, ele não tinha percebido os vasos de planta em cada lugar livre que se tinha!
- Vou aproveitar uma das salas vazias para treinar - Kento deu de ombros.
- Eh? Que coisas mais chatas! - Satoru reclamou - Não quero passar o dia inteiro em casa!
- Está chovendo, o que você quer? Que a gente saia e se molhe? - Suguru zombou.
- E por que a gente ia se molhar na chuva?
- Seu idiota! O único que não iria se molhar é você!
- Bem, e daí se vocês se molharem? Ficar dentro de casa é chato! - Gojo roubou uma das salsichas do prato de Geto.
- Não vamos adoecer só porque você quer, seu egocêntrico! - O moreno bufou encarando o melhor amigo - E se está com fome vá atrás de comida e deixe minhas salsichas em paz!
- Eu tinha razão - Utahime riu satisfeita.
- Aqui - Mei bufou ao entregar 200 yens para a menor.
- Eh? Por que está dando dinheiro a ela? - Shoko piscou surpresa, Mei? Dando dinheiro? - Está doente?
- Mei-chan e eu estávamos apostando, eu disse a ela que quem perturba nossa paz é Gojo e ela disse que todos perturbamos, então a gente apostou pra saber quem quebraria a paz primeiro e foi Gojo!
- É a primeira vez na minha vida que perco uma aposta - Mei suspirou, apesar do sorriso no rosto desmentir sua chateação enquanto colocava a mão no topo da cabeça da mais nova - Mas como sei que posso conseguir algo melhor mais tarde vale a pena.
- Hm? Bem, está chovendo, posso fazer chocolate quente - Utahime sugeriu enquanto comia.
- Estou falando de algo que só eu poderia aproveitar... depois que todos estivermos deitados...
A Iori engasgou, tossindo enquanto ficava vermelha.
- O-o que? Podemos falar com Leiri para acender incensos... seria isso?
- Vamos, Utahime, você não é tão inocente...
- Meu sobrenome é Iori, Mei-chan - A morena sorriu docemente.
- Você me chama pelo primeiro nome...
- Você quem acredita nisso, c-com licença, acho que deixei alguma louça na pia...
Satoru bufou com a interação, cruzando os braços.
- E se assistíssemos filmes? - O albino decidiu.
- Que tipo de filmes? - Kento ergueu uma sobrancelha mais interessado, não faria mal algum trocar a paisagem por filmes...
- Podemos decidir juntos.
- Bem, depois que comermos - Suguru resmungou, ninguém tinha notado que ele havia levantado, mas estava de volta com um prato extra que colocou em frente ao melhor amigo.
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Eles estavam discutindo há um bom tempo, cada um ali tinha gostos muito específicos para filmes e não conseguiam entrar em um acordo sobre o que assistir.
A chuva lá fora parecia que não daria trégua e a briga dentro da casa também não, todos falando alto enquanto sacudiam os DVDs na cara uns dos outros para mostrar que sua opção era a melhor.
Haviam sete opções, um romance que Utahime queria muito ver, um de heróis que Satoru jurava ser bom, um trash que Shoko tentava dizer como era bom, uma comédia que Suguru havia dito ter acabado de sair do cinema, um de época que Kento já estava querendo ver há um bom tempo e um de terror que Mei havia adorado a sinopse, o único filme deixado de lado era uma animação que todos eles já haviam visto.
Por fim, Mei recolheu os filmes, irritada ao ver a hora passar, a tarde de chuva era a perfeita desculpa para ficar mais próxima de Utahime! Afinal elas estavam lado a lado no sofá, dividindo o cobertor enquanto tinham o balde de pipocas no colo, Kento estava do outro lado de Mei, Suguru e Satoru no sofá de dois lugares e Shoko havia se apropriado da poltrona, era simplesmente perfeito! Mas só funcionaria quando todos estivessem concentrados no filme para não notá-las e simplesmente já estava escurecendo e ainda não decidiam o filme!
- Quer saber?! Vamos todos assistir a animação então! - A de cabelos azuis bufou irritada - Já que ninguém consegue entrar em um acordo, vamos assistir a animação primeiro e tirar na sorte a sequência.
- Por que a gente não tirou na sorte desde o início? - Nanami questionou enquanto ia colocar a animação para rodar, todos se encararam parecendo incrivelmente insatisfeitos, mas ninguém resmungou enquanto se ajeitavam.
Bem, com um pouco de sorte o filme de terror seria o último e, com medo, Utahime iria pedir para dormir consigo... sim, não tinha porquê não ser perfeito.
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Rolê do Jujutsu
FanfictionOs alunos da Escola Jujutsu de Tokyo vão passar 21 dias em uma casa, sem supervisão. Essa com certeza é a fórmula do desastre.