Capítulo 1

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"Você está brincando com a minha cara, não está?!" A jovem sacudiu o pedaço de jornal sobre a mesa para sua companhia poder olhar. Suas bochechas formaram covinhas enquanto ela sorria. "Você? Uma noiva por correspondência?"

Lena Luthor sentiu a pele do rosto e a garganta esquentarem. Seus olhos percorreram o café e ela rezou a Deus para que os clientes mais próximos não tivessem ouvido a proclamação em voz alta de Lana Lang. Nenhum dos outros seis frequentadores das mesas prestou atenção à mesa delas, ou por terem perdido as implicações das palavras de Lana ou talvez por serem educados demais para mostrar alguma reação. O estômago de Lena estremeceu com um misto de alívio, excitação e audácia silenciosa por ela até considerar esse tema polêmico. A ideia de procurar um marido através de agências matrimoniais cheirava a desespero. Confiante de que os ocupantes das mesas vizinhas permaneceriam indiferentes, ela arrancou o jornal da mão de Lana. "Silêncio!" Ela se inclinou sobre a mesa para repreender sua melhor amiga. "Fale baixo!"

Lana olhou ao redor do pequeno estabelecimento, a alegria travessa em seu rosto redondo extinguida pela preocupação repentina. A expressão não durou muito, pois ela também julgou que não havia testemunhas de sua explosão. Uma luz familiar e travessa retornou aos seus olhos castanhos, e sua boca arqueada se enrugou para permitir que as covinhas retornassem rapidamente. Ela imitou Lena e se inclinou sobre os restos do chá da tarde. "Você está falando sério? Procurando um marido nos anúncios do jornal?"

O frio na barriga de Lena se intensificou. A revelação de suas intenções para sua amiga mais querida de alguma forma trouxe seu propósito para um foco mais nítido. Seu plano não era mais uma dúvida persistente em sua mente, agora que ela ousou falar as palavras em voz alta. Por um breve momento, ela cogitou a ideia de negar a si mesma, de responder diante da pergunta encantada de Lana com uma negação. Fazer isso evocaria uma traição entre elas, algo de que haviam prometido uma a outra quando crianças que nunca mentiriam uma para a outra. Tal mentira destruiria a base da sua proximidade e acabaria por destruir aquilo que Lena tinha tão por querida. Ela pressionou a mão contra o estômago trêmulo. "Sim, Lana. Estou falando sério."

Lana se jogou para trás na cadeira, os olhos arregalados e o sorriso incrédulo. Seus dedos tocaram o anel do guardanapo, os reflexos prateados da luz do sol que se espalhava pela toalha de mesa. Ela estudou Lena por um longo momento. "Devo dizer, Lena, a ideia nunca me ocorreu." Ela olhou para o jornal que Lena segurava e baixou a voz. "Mas parece positivamente perverso!"

O alívio substituiu brevemente todas as outras preocupações e Lena perguntou-se porquê. Ela e Lana apoiaram-se mutuamente em dezenas de aventuras ao longo da infância compartilhada, alguns casos mais questionáveis do que outros. Por que Lana não daria todo o seu apoio a Lena nessa ideia idiota? Ela devolveu o sorriso de Lana. "Parece perverso, não é?"

Lana estendeu a mão por cima da mesa e mexeu os dedos no jornal até que Lena o devolveu. Ela cuidadosamente endireitou as páginas amassadas, folheando-as até encontrar aquela com o título "Notícias Matrimoniais". Suas sobrancelhas se ergueram ao notar as seleções cuidadosamente marcadas no papel de jornal feitas por Lena. "Vejo que você encontrou algumas propostas dignas de atenção, sim?"

As bochechas de Lena queimaram. Ela usou o guardanapo para se abanar. "Há alguns que pareciam... apropriados." Seu desconforto diminuiu sob uma sensação mais forte de alegria, e ela arrastou sua cadeira para mais perto de Lana. Ambas examinaram os anúncios e Lena apontou para uma proposta circulada enquanto falava. "Este cavalheiro parece bastante gentil. Proprietário de terras, agricultor de sucesso e relativamente jovem." Outro. "E este aqui é viúvo e tem um pub aqui em Boston."

Lana fez uma careta para os anúncios. "Sim, mas o proprietário está na Geórgia. Sua propriedade, sem dúvida, ainda está devastada pela guerra, mesmo depois de todos esses anos. Você quer se casar com um homem cuja família pode ter sido proprietária de escravos? Ele provavelmente fará você cantar o hino dos confederados no seu casamento." Antes que Lena pudesse responder, Lana passou para o segundo anúncio marcado. "E dono de um pub? Realmente?" Ela olhou com severa intenção para sua melhor amiga. "Você não sabe nada sobre administrar uma taverna. O que ele precisa é de uma colega de trabalho e também de uma esposa. Você acredita que é capaz de servir cerveja e cachaça preta para centenas de homens bêbados?"

KARLENA - Noiva Por CorrespondênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora