Capítulo 3

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Lena sentou-se num banco no Common com vista para a clareira onde outrora existira o Grande Olmo em toda a sua glória. Muitos bostonianos ainda visitavam o local do 'habitante mais antigo' de Boston. Seu irmão e seus pais contaram a Lena que ela brincava quando criança, sob sua sombra centenária. Mas a árvore caiu três meses antes de seu quarto aniversário, devastada pelo tempo e pelas doenças. Embora lamentada por seu pai, que, de vez em quando, filosofava sobre a perda, Lena tinha poucas lembranças da árvore. Apesar de tudo, o Common era um parque maravilhoso para passar o tempo, seja com amigos e família ou simplesmente para ruminar sobre os caprichos da vida.

O sol da primavera a aqueceu, fazendo-a desejar que o Grande Olmo ainda estivesse de pé para lançar sua sombra. Embora o suor escorresse por sua espinha, ela permaneceu. Ela pediu a Lana para vir vê-la e não poderia sair até que sua amiga chegasse. Ela se entreteve pensando no Distrito do Alasca, perguntando-se o que seu marido em potencial estava fazendo naquele exato momento. Ele marchou pela tundra congelada em busca de caça? Não, eles estavam em maio. A primavera já teria aparecido no norte, não é? De qualquer forma, ela o imaginou com olhar severo e queixo fendido, traçando um perfil heróico enquanto enfrentava as magníficas florestas de seu domínio. Era um devaneio que ocorria com frequência desde que ela deu o salto audacioso de escrever para ele, um devaneio que a encheu de expectativa e apreensão.

Uma bolsa com cordão estava em seu colo, presa em seus dedos. Se ela flexionasse as mãos, ouviria o barulho do envelope guardado dentro. Ela passou todos os dias das últimas três semanas rondando perto da porta de sua casa para interceptar o carteiro. Hoje finalmente sua procura rendeu a carta que ela procurava... mas ela não teve coragem de abri-la. Em vez disso, ela mandou um mensageiro chamar Lana e fugiu de casa, com a carta na mão.

Lena olhou para sua bolsa, a presença do envelope interrompendo seus cálculos fantasiosos. E se ele recusar? E por que ele não deveria? Eu fui muito ousada. Nenhum homem quer esse tipo de mulher como esposa! Seu coração acelerou no peito e ela procurou no parque um método para acabar com suas incertezas.

As babás e seus pupilos brincavam na grama, risadas infantis flutuaram no ar. Os empresários realizaram constitucionais vigorosas enquanto continuavam as discussões no escritório enquanto serpenteavam pelos caminhos. Um casal passou de braços dados, aproveitando o clima ensolarado e a companhia um do outro.

O olhar de Lena recaiu sobre os jovens amantes, colocando-se na posição de mulher, caminhando junto com seu futuro marido. Seu nome era Kal El, ela descobriu isso pelo endereço no envelope. Sra. Kal era um nome bonito. Ela conheceu um garoto chamado Kal na escola, e ele era gentil e amigável. As pessoas se tornaram como seus nomes? Todas as Lenas do mundo eram como ela? Será que o Sr. El seria tão agradável quanto o Kal de sua juventude?

"Olha, você aqui!"

A chegada rápida de Lana tirou Lena de seus pensamentos. "Meu Deus !" ela ofegou em voz alta. Ela deu um tapinha no peito, embora a ação não aliviasse as batidas de seu coração.

"Me desculpe." Lana fez um beicinho de remorso. "Eu não queria assustar você. Parecia que você estava olhando diretamente para mim quando cheguei." Ela se acomodou no banco, expandiu um leque oriental com um movimento e agitou-o ativamente.

Lena se inclinou para um beijo de boas-vindas. "Minha mente estava em outro lugar."

"Como tem acontecido há meses." Lana sorriu com uma piscadela. "Não é preciso ser um adivinho cigano para saber o que você tem pensado nas últimas semanas."

A forte luz do sol não teve nada a ver com o calor no rosto de Lena. Ela procurou a meia distância por algo que a distraísse do crescente medo da rejeição. "Eu tive uma notícia."

KARLENA - Noiva Por CorrespondênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora