Capítulo 21

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Na pequena horta no jardim, Kara enxugou cuidadosamente o suor da testa com a mão boa. Ela plantou-se no jardim de Lena, arrancando a vegetação recalcitrante que invadiu as fileiras bem organizadas de vegetais. Foi a única coisa que ela pôde fazer que não despertou a ira de Lena e do médico que voltou duas vezes na última semana para ver como ela estava.

Seu braço direito estava em uma tipóia, o antebraço encostado em seu abdômen e atrapalhando com mais frequência. Ela foi proibida de usá-lo e, verdade seja dita, doía demais fazer qualquer coisa de qualquer maneira. A bala que atingiu seu ombro quebrou o osso grande, aquele que o médico chamou de 'escápula'. Ela ficaria com esta tipoia por cinco semanas ou mais enquanto curava. Elas tiveram que esperar e ver se ela recuperaria o movimento completo do braço. Considerando todas as coisas, ela teve sorte de ter sido o ferimento mais sério que sofreu.

Ela ainda tinha dificuldade em levantar o braço esquerdo acima do ombro e achava muito doloroso carregar muita coisa. Ela poderia arrancar ervas daninhas, alimentar-se e fazer xixi, mas isso era o limite de suas habilidades. Felizmente, o dano ocorreu apenas nos tecidos moles. Coçava loucamente onde o médico havia costurado. Depois que os pontos fossem retirados, ela poderia trabalhar mais – o médico achou que ela se recuperaria totalmente ali.

Após o tiroteio, Henshaw, Hansen e os homens que trouxeram carregaram os corpos e os levaram, junto com os feridos, para Skagway. A maioria foi para o fabricante de caixões. Da dúzia de homens que atacaram a propriedade, nenhum saiu completamente ilesos. As armadilhas para ursos feriram cinco, e um sexto sobreviveu ao ataque inicial com um mero tiro. O sétimo, o homem que estava no quintal dela com o ferimento na barriga, morreu no caminho de volta. A notícia se espalhou rapidamente de que a maioria deles havia sido morta pela própria Kara, dando-lhe uma reputação incrível. A sua opinião foi que o maior benéfico que já teve em sua vida foi a morte de Maxwell Lord. Esse fato por si só eliminou a maior ameaça física para ela e Lena.

Kara se concentrou no canteiro do jardim. Ela pegou todas as ervas daninhas que mostraram seu crescimento. Até amanhã de qualquer maneira. Ela fez uma varredura especulativa no quintal, em busca de algo — qualquer coisa — para fazer. Talvez eu possa acender o fumeiro.

Com metade do uso de um braço, ela lutou para ficar de pé e recuperar a tigela de ervas daninhas. Ela vacilou enquanto recuperava o equilíbrio. Talvez o fumeiro pudesse esperar. Ela equilibrou a tigela na curva da tipóia enquanto saía do jardim, prendendo firmemente a cerca rudimentar. Ela pensou em todas as pequenas coisas que poderiam ser feitas para melhorar a propriedade. Uma nova cerca o jardim. Lena tinha feito um bom trabalho, mas Kara não esperava que este durasse muito mais tempo contra os cervos e as lebres famintas. Já havia evidências de escavação, e as plantas ao longo da cerca haviam sofrido mordidas reveladoras dos ladrões. Depois havia o galinheiro que Lena queria construir. Ela era uma grande padeira e os ovos nunca duravam muito.

Enquanto Kara jogava as ervas daninhas para um lado do quintal, ela olhou para a área que Kal havia limpado meses atrás para sua cabana nupcial. Talvez eu devesse trabalhar nisso. Isso nos daria um pouco mais de espaço. Lena falou sobre convidar sua amiga e irmão para vir aqui. Ela olhou para a localização especulativamente. Aqui seria a entrada principal, ali a cozinha. Talvez uma sala de jantar formal e uma sala de estar pudessem ser adicionadas. A obra provavelmente levaria alguns meses, mas elas tinham bastante tempo.

Kara ouviu Lena entrar no pátio pela estrada principal com o cavalo e o trenó e deixou de lado seu devaneio.

Lena amarrou o cavalo na varanda. Com um sorriso brilhante, ela abraçou Kara. "Como foi sua manhã?"

"Chato demais" reclamou Kara, curvando os lábios em um pequeno sorriso. "Eu juro que vou enlouquecer sentada aqui durante todo o verão."

"Você não vai." Lena pontuou suas palavras com um beijo profundo. Quando elas se separaram, ambas sem fôlego, ela disse: "Vou mantê-la ocupada".

KARLENA - Noiva Por CorrespondênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora