"Essa cidade a noite me causa medo. HomesVille. Ela me faz querer estar a quilômetros daqui, apenas para não morrer com o peso do medo sobre os meus ombros.
E aqui está enterrado, completamente tudo, debaixo dessa igreja, porque apesar...
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A cama era fria, na verdade, ela estava congelando, junto com o tempo e as nuvens escuras do lado de fora da janela. Eu estava deitada, coberta por uma colcha fraca e braços encima da minha cabeça. O calor humano não foi capaz de me fazer mais quente. Ninguém foi capaz de me fazer mais quente.
Os dois estavam a minha volta, Damian deitado aos meus pés, dormindo de bruços, enquanto James estava agarrado a mim. Me lembro do que fiz ontem, da vergonha que passei, minha testa dói pelos socos dados por mim mesma e é quase reconfortante.
Eu havia me perdido um pouco dentro da minha própria mente, ela me fez vagas por horas dentro dos meus sonhos, tudo era breu, um escuro interminável, que me fazia deixar de respirar. Tudo aqui dentro parece confuso, entrando em colapso, sinto pulmões rompendo e cérebro derretendo. Não me sinto mais viva de verdade. Mas no fim das contas eu cheguei a entender alguma coisa.
Eu estava simplesmente perdida.
Completamente.
Tiro os braços dele do meu corpo, está dormindo tão pesado que não sente quando mecho nele. O ombro está enfaixado e está sem camisa, a pele esposa é branca de uma colocação fria. Jogo a colcha fina que estava em mim encima deles, era egoísmo, eu estava recebendo toda a atenção.
Egoísta, lembro de papai dizer isso. Eu era muito egoísta, uma das pessoas mais egoístas que ele pode conhecer em sua vida. E acho que ele estava certo, eu sempre quis que as pessoas olhasse para mim e descobrissem magicamente que eu precisava de algum tipo de ajuda. Mas olhe para os meninos.
Os dois estavam vivendo vidas ruins, indo e voltando, carregando coisas erradas a mando do papai. Sendo ameaçados.
Sei que o pai de James, senhor Connor, tem um tipo de vício nessas coisas. Na maioria das vezes ele não está sóbrio o suficiente. Eu devia ter imagino que meu amigo, que James estava enfiado no meio disso tudo.
Saindo mais cedo da escola, não voltando pra casa as vezes, Emma, Damian na ponte dizendo sobre o suposto trabalho. Todos eles estavam remetendo a perigo, mas nunca pensei nele. Sempre em mim, tudo sobre mim, estou cansada de estar aqui.
Abro a porta velha, me sentando nas escadas de madeira podre. O céu ainda tem estrelas, o sol não nasceu por completo, tudo na rua parece quieto.
Tenho que voltar pra casa. Encaro o carro cheio de furos, tiros que tinham que ter atravessado a minha cabeça rapidamente. Não deve ser tão dolorido, talvez eu se quer teria sentido se tivesse morrido lá dentro, quando o tiro que acertou o banco tivesse atravessado a minha garganta ou cérebro. É um pensamento rude, mas não deixa de ser real.
O jeep de James está totalmente detonado, vidro quebrados, perfurações no carro todo. Acho que, esses caras, estavam realmente disposto a me matar para evitar problemas com papai.
E agora, quando voltasse pra casa, papai ficaria uma fera completa. Tenho medo do que o decorrer do dia pode me mostrar, do que ele esconde por trás do céu azul. Isso é traiçoeiro, dias bonitos costumam ser doloridos demais para pessoas como eu.