37. Uma Descoberta?

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Louis Tomlinson




Andei de um lado para o outro no quarto. Eu estava inquieto com as vozes no andar de baixo.



Minha mãe parecia a ponto de surtar, enquanto Troy parecia tentar se conter a todo momento.



"Calada!" Ouvi a voz irritada de Troy a medida que eu descia as escadas.



"Isso não fazia parte do plano, Troy! Você precisa fazer alguma coisa para reverter isso. Harry Styles era o único homem na face da terra que Louis não poderia se envolver, mas aconteceu! Eu não vou deixar ele voltar para o internato!"



"Temos que pensar com calma. Não podemos deixar transparecer nossa reprovação, isso só vai piorar tudo."



"Eu já tenho tudo planejado. Louis vai ser transferido para um internato nos Estados Unidos. Eu tenho certeza que as notas que o colocou no colégio Styles vai colocar ele em qualquer outro. Assim não teremos que nos preocupar nem com o Styles e nem com Mark."



"Temos que avaliar a situação com mais calma, Carolina! É quase impossível o Louis estar mesmo apaixonado pelo Styles. Temos que manter eles afastados por um tempo mas não podemos cortar vínculos. Precisamos que Harry assuma o filho. Precisamos da ajuda da família Styles."



"Louis não pode pensar por si mesmo agora. O que você acha não me importa, Troy! Eu vou dar mil voltas com o meu filho mas não vou deixar ele se envolver com os Styles."



Corri para o meu quarto quando ouvi os passos da minha mãe pela cozinha.



Me joguei na cama e chorei até sentir meus olhos pesarem.



"Por que esse ódio?"



"Quando é que minha família começou a esconder coisas?"



...



Acordei quando ouvi passos pelo quarto e levantei minha cabeça.



- Mãe? - Perguntei meio incerto e senti algo cair sobre mim e uma risada baixa. - Harry? - Perguntei quando percebi que a marca em meu pescoço havia parado de arder e seus braços me rodeavam.



- Vejo que deixou a janela como eu pedi. - A voz preencheu o quarto e eu desviei meu olhar para a janela aberta.



- Precisava se jogar em mim? - Sussurrei e me permiti sorrir um pouco.



- Eu apoiei meu peso. Você está esperando um filho meu, não me arriscaria. - Enterrou o rosto em meu pescoço.



Estremeci com a proximidade de nossos corpos, de alguma forma eu me sentia completamente seguro.



Eu pertencia a Harry e desejava com todo o meu coração que ele, algum dia, viesse a me pertencer também.



Eu nunca acreditei em coisas como "soul mates" ou "Imprint". Mas depois de apenas ter olhado para Harry pela primeira vez e ter me sentido em casa isso começou a rondar pela minha cabeça.



Mamãe sempre contava que era raro disso acontecer e era como um instinto, totalmente irracional e de repente, que quando eu encontrasse a minha outra metade, como dizia a lenda, o meu parceiro de todas as vidas, eu saberia na hora.



Na época em que ela me disse aquilo eu achei tudo uma grande bobagem, uma forma de se confortar por nunca se sentir feliz com a pessoa que se juntou, seria mais fácil dizer que aquela pessoa não era o parceiro de todas as vidas e que era normal se sentir triste. Ou até mesmo uma forma de se confortar por ainda estar sozinho.



Como pode o instinto ter dado lugar ao amor? Como pode uma lenda como essa ser verdade? Algumas semanas atrás eu não carregava um filho em meu ventre, eu nem ao menos imaginava que me apaixonaria por Harry e que eu o pertenceria.




Muitas vezes não vemos o tempo passar e nem acompanhamos os acontecimentos, mas se pararmos para pensar isso tudo aconteceu em um espaço tão curto de tempo e a sensação é de que tenha sido menor ainda.



Tudo parecia muito apressado, tudo parecia muito precipitado para ser, o que me fez fazer várias perguntas.



"Eu deveria ter medo dessa lenda e dessa nova fase da minha vida?"



"Se Harry é meu imprint então tudo que aconteceu era para acontecer?"



"Se eu disser a mamãe que eu acho que Harry é meu imprint, ela vai me apoiar? Vai entender? Ou vai me dizer que eu que sou precipitado demais e que tudo que ela contou quando eu era criança não passava de um conto?"



- Lou? - Me chamou quando percebeu meu silêncio. - Está tudo bem? O que eles falaram para você?



- Nada, por enquanto. Só estava pensando em como tudo mudou e... - Suspirei - Estou tão confuso se isso é bom ou ruim. - Ele rolou para meu lado mas ainda sim com o rosto em meu pescoço.



- Nós não tivemos tempo de discutir sobre isso. - Virou meu rosto para si. - Eu não fui sincero em tudo e quero que esteja ciente disso. É que agora eu não posso contar o que eu realmente faço na empresa do meu pai. É muito mais complicado do que eu te contei. - Suspirou.



Eu podia ver apenas sua silhueta iluminada pela luz da lua que entrava pela cortina entreaberta.



- Acho que isso foi bom e ruim. - Concluiu.



- E por que "bom e ruim"?



- Fiz você ter uma pequena discussão com seus pais. Eu sou um tipo de criminoso, Louis! Mas não por opção. Mas nunca duvide quando digo que não seria capaz de lhe fazer algum mal. Apesar de ainda estar assustado, eu quero esse filho. - Acariciou meu rosto. - E me certificarei de te explicar tudo quando for a hora.



- E o lado bom?



- Na verdade, eu não sei se esse é o lado bom porque não depende de mim. Eu fiz uma descoberta, Louis. - Sussurrou um pouco mais baixo.



- Uma descoberta? - Me ajeitei na cama virando o corpo para o mesmo que não hesitou em me puxar para seu peito.



- Descobri que sou uma pessoa bem melhor perto de você. Descobri que eu posso ser o Harry Styles de anos atrás, quando não havia desavenças na família. - Senti a marca em meu pescoço enviar arrepios por todo meu corpo. - Eu precisava de algo e eu não sabia o que era, até encontrar você. - Levantei meu rosto para olhá-lo. - Descobri que você pode ser o meu imprint, e que amo você como se tivesse te amado em outras vidas. - Encostou nossas testas e aproximou seus lábios dos meus. - Sou completamente louco por você, meu corpo e instintos me gritam que eu o amo muito. - Sussurou contra meus lábios.



A conexão entre nós dois estava forte.



A marca não sairia.



Eu pertencia a Harry.



E ele me pertencia.



- Harry... - O chamei.



Eu precisava tanto falar aquilo, colocar em palavras o que sentia. Só restava um sentimento.



- Eu também te amo.



...


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