20. E Não Pensa Mais?

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Passamos o dia todo falando sobre nossas famílias.



Louis me contou o motivo pelo qual ele teve que ser transferido para este internato. Acho que passei a o admirar mais do que já admirava.



- Acho que passamos tanto tempo falando de problemas que esquecemos que você ia me trazer algo para comer. - Louis riu.



- Acho que agora o caminho está livre. Que tal nós irmos pegar? - Sorri sapeca e engatinhei até ele na cama o olhando sugestivo.



- Harry...



- Que foi? Ninguém vai ver e além do mais você não está fraco de verdade, qualquer coisa nós corremos.



- E o inspetor?



- Deve estar dormindo. - Revirei os olhos.



- Como sabe disso? - Abri a porta e o chamei.



Na mosca, lá estava o inspetor dormindo na cadeira no meio do corredor.



- Que coisa horrorosa! - Se referiu ao velho que roncava e se debatia.



- Vem! - Peguei sua mão e o puxei até o refeitório.



- Não tem nada de bom aqui, só tem... - Analisou algo dentro de uma panela. - Esse negócio escuro e gosmento. Ai que nojo! - Tampou o nariz e afastou a panela.



- Isso deve ser as sobras da comida intoxicada. - Rimos. - Mas não vamos precisar comer isso. - Abri uma porta que dava para a dispensa e acendi a luz.



- Quanta comida! Caramba, olha isso! - Apontou para os diferentes sacos de biscoito. - Eu quero! - Bateu palmas de forma animada.



- E não acabou por aqui. - Fechei a porta da dispensa e o mesmo protestou. - Calma, tenho certeza que vai gostar mais dessa porta. - Abri revelando um frigorífico repleto de sorvetes.



- Não! - Murmurou parecendo chocado. - Eu amo esse internato! Eu posso? - Perguntou se referindo ao pote que ele tinha aberto.



- Pode tudo. - Ri e dei de ombros.



- Sorvete! - Sorriu e sentou no chão. - Me sinto mal pelo Niall.



- E por que isso? - Peguei uma colher e comecei a comer com ele.



- Primeiro, acho melhor você tirar a sua pata do meu sorvete, pega um pote para você. - Ri e continuei pegando do dele. - Para, Harry! - Bateu na minha mão.



- Ah, qual é!? Eu fui muito legal de te mostrar a porta do paraíso e você não vai ao menos comer junto comigo? - Me fingi de ofendido.



- Mas tem um monte de pote aqui. - Formou um bico com os lábios.



- Exatamente, qual a dificuldade? Você pode pegar outro depois. - Selei nossos lábios e peguei mais uma colherada do sorvete.



- Irritante! - Revirou os olhos.



- Okay, mas termina o que você ia dizer sobre o Niall. - Pedi enquanto pegava mais uma colherada.



- É que ele iria amar isso aqui. Acho que se ele visse esse tanto de sorvete desmaiaria de felicidade. - Riu.



- Se você trazer ele aqui, vão desconfiar.



- Por que?



- Ele acabaria com tudo. Não ia sobrar um pote para contar história. - Rimos.



- Pensei que você ia ser um chato. - Confessou depois de um tempo em silêncio.



- Pensei que você ia ser irritante.



- E não pensa mais?



- Claro que não! - Sorri sapeca. - Já comprovei que você é. - Me deu um tapa no meu braço.



- Alguém está aí? - Encarei Louis espantado assim que ouvimos a voz do inspetor do outro lado da porta.



- Merda! Temos que nos esconder! - Levantamos e eu o puxei para atrás de uma das estruturas de ferro onde ficavam os potes.



- E se ele nos pegar aqui? - Me encarou assustado e eu o puxei para meu peito quando a porta se abriu.



Ouvimos passos pelo frigorífico e logo a porta foi fechada outra vez.



- Vamos esperar um pouco antes de sairmos daqui. - Sugeri e ele assentiu.



- Okay, mas aqui está frio. - Se abraçou.



- Eu sei, mas logo vamos voltar para o quarto. - Ficamos em silêncio.



Passou alguns minutos e resolvemos sair.



- Acho que estamos trancados! - Fiz uma cara de espanto enquanto forçava a porta.



- Meu deus! Isso não pode estar... - Começou a se desesperar porém parou quando eu não aguentei e comecei a rir. - Seu idiota! Não se brinca com isso! - Deu um tapa na minha cabeça.



- Mas você tinha que ver a expressão no seu rosto. - Gargalhei e abri a porta. - Não estamos em um filme, Lou. - Parei de rir quando vi sua expressão mudar e ele parar de andar.



- Estamos em um pesadelo para ser exato. - Olhei para a direção que o mesmo olhava.



Merda!



- O que os senhores estão fazendo aqui? - Cruzou os braços acima do peito.



Lucy.



...

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