Término

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Eu sentia muita saudade dele, sentia muita ansiedade ainda dentro do relacionamento, isso porque eu já estava vivendo o término, embora fosse confortável viver o luto com ele do meu lado, mas era como se tivesse morrido, algo dentro de mim havia morrido. Não tínhamos mais relações, eu me preparava, mas não conseguia, eu não tinha ânimo ou qualquer empolgação. Aquilo me deixava péssimo, porque sabia que ele queria, mas eu não conseguia mais.

"Será que ele vai acha que tô traindo ele?" Era o que passava na minha cabeça.

- Estou com saudade de você! (Disse com a voz quase embargada e tentado disfarçar o choro)

- Mas eu tô bem aqui, amor.

- Sim, eu sei. (O abracei)

Que saudade dele, que saudade do que queria viver com ele, que saudade do meu Ricardo.

Comecei a ter medo, comecei a ter medo do que ele poderia pensar, medo de fazer alguma coisa e ele entender errado, ou criar outra fantasia irreal. Ainda que não estivesse fazendo nada, me via mentindo só para ter um final de semana em paz.

Não... preciso mudar, preciso lutar, quando chegar na casa dele abraçarei ele bem forte e direi que o amo, talvez eu possa afirmar mais que o amo para que ele se sinta mais seguro.

- Posso te fazer uma pergunta? (Fechei meus olhos já esperando o pior que podia vir)

- Quem é aquele cara que te seguiu?

- Que cara?

- Aquele que tava te olhando no culto aquele dia.

- Por que você quer saber?

- Calma, não precisa ser ignorante

- É que todo seu histórico fica difícil não ser.

- Quando você fala isso, parece que você está invalidando todo o meu esforço de mudar.

Mudar.

O admirava muito em ver como ele realmente se empenhava em mudar, como ele me ouvia e se dispunha a isso para o nosso bem, seu esforço que fazia acreditar que tudo mudaria, mas não, aquilo já tinha raiz, ainda que ele se esforçasse.

Por que eu tô sendo ignorante com ele? Por que estou agindo assim? Não sou assim, eu não deveria ser assim com ele, eu o amo tanto.

Mas já tinha entendido que criei uma armadura com ele, o medo de sofrer, o medo de ser desrespeitado me trouxeram gatilhos, uma alerta de defesa. Naquele ponto já sabia o que fazer, eu o amava demais, mas eu sabia que do jeito que estava caminhando nossa relação, iria nos destruir, estava sendo totalmente oposto do que queria ser com ele e me doía me ver agindo assim.

Mal me reconhecia quando estava com ele.

Aquilo me matava por dentro, eu não conseguia mais, eu já tinha me perdido, eu o perdi também, eu sei que ele tava lá, mas eu já não estava.

Me doía não dar a ele tão pouco, porque ele continuava fazendo minha marmita, ele continuava me abraçando, me procurando, me amando e cuidando de mim.

O que morreu em mim, eu ainda o amo, mas onde eu me perdi?

Pra Sempre RicardoOnde histórias criam vida. Descubra agora