OUTLAW | SEONGJOONG

× capítulo 07 ×

Dias se passaram desde que a equipe se tornou, aparentemente, completa e as coisas estavam avançando na medida do possível. Seonghwa e Yeosang procuravam por pistas sobre que tipos de mecanismos eles poderiam encontrar na galeria enquanto San ajudava o hacker a planejar as melhores abordagens usando as informações que tinham. Golden ajudava no que podia e ele e Yeosang estavam conversando quando Seonghwa saiu do apartamento, deixando a conversa casual dos dois para trás enquanto se dirigia até a oficina de Jongho.

Era mais tarde do que ele estava acostumado a sair porque o cliente a ser tatuado só tinha disponibilidade durante a noite e, como Seonghwa não podia perder nenhum pagamento, eles passariam a noite para concluir a tatuagem. Ele não avisou a Jongho que deixaria sua moto na oficina mais tarde que o normal, ambos sabendo que seu horário era flexível. Ao chegar na oficina, no entanto, Seonghwa pensou que devia ter avisado, dessa forma ele não sentiria que estava invadindo a privacidade de alguém do jeito que sentiu que invadiu a de San.

Com o roubo para uní-los, Seonghwa e Jongho vinham passando mais tempo juntos e se conhecendo melhor, passando de uma relação profissional para algo próximo de uma amizade e Seonghwa achou que seria uma boa ideia levar um pedaço do bolo que fez na noite anterior para Jongho, considerando que Yeosang não gostava de doces e o bolo ficou grande demais para ele comer sozinho. Por isso, ele estacionou a moto no lugar de costume e entrou na oficina que não lhe era tão familiar, já que ele só passava da entrada quando sua moto tinha algum problema. O que ele encontrou, no entanto, quase fez com que ele caísse de costas com o choque. A primeira coisa que ele notou foram San, sentado em uma cadeira velha, e Wooyoung, segurando San pelos ombros como se algo fosse fazer com que ele saísse da posição em que estava. Seonghwa passou os olhos de San, que o olhou assustado ao perceber sua presença, para a parte inferior de seu corpo, onde estavam suas pernas expostas, ou melhor, apenas uma delas porque no lugar da outra, do meio de sua coxa para baixo, Jongho encaixava uma prótese enquanto San mordia os lábios com força pela dor enquanto seus olhos se esbugalharam na direção de Seonghwa. Wooyoung, percebendo que San se concentrava em outro lugar enquanto apertava o assento da cadeira até os nós dos dedos ficarem brancos, seguiu seu olhar e seu rosto se acendeu com fúria ao ver Seonghwa.

— O que você tá fazendo aqui? Quem te deu o direito de bisbilhotar? — se exaltou, fazendo Jongho olhar para Seonghwa também com a prótese de San ainda em mãos.

Poucas vezes na vida Seonghwa se sentiu tão mal. O olhar de puro pânico nos olhos de San enquanto ele tentava lidar com a dor e com o fato de que Seonghwa, alguém em quem ele ainda não confiava, o vira em uma situação tão vulnerável fez com que a culpa quase o consumisse por dentro, mesmo que ele não tivesse como saber o que estava acontecendo na oficina antes de chegar.

— E-eu não queria, não era minha intenção atrapalhar ou ver alguma coisa que não deveria — disse Seonghwa, a voz tremendo levemente enquanto Jongho terminava de encaixar e prender a prótese.

Seonghwa queria ir embora, fingir que não viu nada e que nada aconteceu, mas não podia, não sem deixar claro para San que ele nunca usaria aquilo contra ele, que não contaria para ninguém.

Jongho se levantou de onde estava ajoelhado no chão e fez com que San olhasse para ele, os olhos cheios de lágrimas enquanto Wooyoung parecia ter dificuldade para controlar a raiva clara em seus punhos semicerrados ao lado de seu corpo depois de soltar os ombros de San quando a prótese já estava recolocada.

— San hyung, calma — Jongho pediu. — Respira fundo. Seonghwa-ssi nunca usaria isso contra você, ele é meio fechado, mas não é cruel.

San precisou de algum tempo e algumas sessões inspirando e expirando antes de começar a se acalmar e Seonghwa sentiu seu próprio pânico começar a ceder quando San o olhou sem medo e desespero.