OUTLAW | SEONGJOONG

× capítulo 19 ×

Seonghwa não sabia que horas eram quando acordou com Wooyoung agarrado nele, mas o sol já brilhava alto no céu. Seu corpo estava pesado pelo excesso de sono e ele percebeu Mingi dormindo no sofá acima dele.

Pensou ter sido o primeiro a acordar, mas escutou o som das teclas de Yeosang à distância e revirou os olhos, sabendo que ele não conseguiria descansar direito enquanto não houvesse dúvidas de que a situação estava toda resolvida.

Com cuidado, ele se desvencilhou de Wooyoung, que ainda dormia pesado, e se dirigiu à cozinha onde sabia que seu amigo estava.

— Você sabe que nada te impedia de dormir mais, né? — perguntou, se aproximando de Yeosang que se assustou, concentrado demais em seu notebook para notar a chegada dele. — Você precisa descansar, Sangie, eu sei que mal pregou os olhos enquanto nós estávamos presos, se é que dormiu alguma coisa.

— Eu posso dormir quando essa bagunça toda estiver resolvida e cada um deles pagar por ter prendido vocês. Seu rosto 'tá roxo, hyung, eles te bateram e isso não vai ficar assim.

Seonghwa sentiu os cantos de seus lábios repuxando, era sempre bom saber que alguém se importava a esse ponto, ao ponto de não dormir para garantir que ele estava seguro, mas isso não significava que ele queria que Yeosang fizesse isso.

— Obrigado, Sangie.

Yeosang sorriu e Seonghwa se pôs a fazer o café da manhã como virou rotina desde que eles estavam vivendo praticamente juntos. Yunho era uma adição nova, mas muito bem vinda e ele parecia estar se dando bem com os outros conforme eles iam acordando.

Quando Seonghwa acabou, o resto do grupo já estava reunido na cozinha, depois de acordar aos poucos, inclusive Hongjoong, que foi levado com a ajuda de Mingi e se encontrava sentado à mesa com a cabeça apoiada na cintura do tatuador enquanto ele terminava de arrumar as coisas na mesa.

San foi o último a entrar na cozinha e sua expressão abatida não passou despercebida por Seonghwa — ou por nenhum deles, ele sabia —, se sentando e ficando confortável antes de suspirar.

— Eu... — hesitou por alguns segundos —, preciso contar algumas coisas para vocês.

Todos pararam as conversas paralelas para prestar atenção em San, que parecia estar próximo de um colapso mesmo com Wooyoung ao lado dele.

Seonghwa se sentou ao lado de Hongjoong, que colocou a cabeça sobre seu ombro, e os dois passaram a prestar atenção em San.

— Meu nome completo é Choi San, assim como...

— Choi Pilwon — Yunho completou. — Você é o filho que ele nunca fala sobre.

San engoliu em seco e confirmou com a cabeça.

— Meu pai é o CEO da Starship e o maior objetivo dele era descobrir uma cura para a Doença da Pétala, uma cura que desbancasse todos os tratamentos das outras empresas, mas anos se passaram e ele não chegou a lugar nenhum. Ele foi ficando impaciente e desesperado e ele recorreu a uma crueldade para alcançar o objetivo. — Seonghwa respirou fundo, sabendo que nada de bom viria daquilo. — Ele me infectou com a Doença da Pétala de propósito para me usar como cobaia quando a empresa chegou a um possível tratamento. O tratamento deu errado e a Doença apresentou sintomas diferentes. Os cientistas e os médicos conseguiram controlar a pior parte, mas deixou uma infecção que avançou até a minha perna e eles tiveram que amputar — disse com a voz falhando. — Eu perdi minha perna por causa dele.

Wooyoung segurou a mão dele e entrelaçou seus dedos.

— Foi assim que eu conheci o Woo. Quando a coisa toda deu errado e eles tiraram a minha perna, eles me abandonaram. Meu pai nunca assumiu que tinha um filho, então quando eu falei de quem eu era filho ninguém acreditou. Eu... fiquei na rua por alguns dias, com o que restou da minha perna enfaixada, sem ter para onde ir até que o Wooyoung me encontrou em um beco enquanto fugia depois de um roubo — contou. — Ele me ajudou, me levou para o esconderijo dele e me apresentou para o Jongho, que fez minha prótese antiga e vem fazendo a manutenção desde então. Eu nunca vou conseguir agradecer o suficiente pelo o que ele fez por mim. Os dois, na verdade.