Seonghwa tentava ao máximo não olhar para baixo conforme avançava passo a passo até a janela que procurava. Ele odiava altura e sua linha de trabalho exigia que ele enfrentasse seu medo com mais frequência do que ele gostaria e, infelizmente, ele não podia entrar pela porta da frente. A corda em sua cintura provavelmente estava mais apertada que o necessário, mas Seonghwa não queria arriscar cair daquela altura, considerando que sua pessoa de interesse morava no décimo segundo andar. Além disso, se caísse, ele não teria como explicar para as autoridades o que estava fazendo escalando um prédio de 15 andares só com uma corda e muita fé. Era uma dor de cabeça a menos para ele e Yeosang se ele simplesmente não caísse.
— Acelera aí, hyung, eu já vi você escalar prédios mais altos que esse em menos tempo.
A voz grave de Yeosang soou pelo fone microscópico em seu ouvido e Seonghwa revirou os olhos.
— Uma coisa é escalar um prédio de concreto, outra completamente diferente é escalar um prédio coberto de vidro — retrucou, a voz abafada pela máscara que cobria de seu nariz para baixo e ele estremeceu quando olhou para baixo por acidente. — Agora me diz: pra que tanta janela? Uma janela por apartamento não é o suficiente? Precisa de uma parede inteira com vista pra Seoul? Nem é uma cidade bonita.
Yeosang riu com as reclamações de Seonghwa enquanto ele se esforçava para avançar pelos últimos dois andares que faltavam.
— Sabia que Seoul foi bonita um dia? Eu já vi nas fotos, mas depois da Doença da Pétala, ninguém mais investiu na estética e a coisa desandou. Esse é um dos prédios construídos durante a época que Seoul ainda era uma visão que valia a pena ser vista — disse, com uma nostalgia sem sentido, considerando que nenhum dos dois eram nascidos quando a Coréia estava em seus dias de glória. — O apartamento é esse duas janelas mais pra cima.
Seonghwa olhou para o apartamento indicado e seguiu seu caminho até ele. Para sua sorte, pelo menos uma vez a janela estava entreaberta e ele não teve que fazer esforço maior do que terminar de abrir.
O homem que ele procurava, Sohui, estava sentado no sofá com um tablet em mãos quando Seonghwa entrou pela janela, pulando em seu lugar e jogando o aparelho para o alto com o susto.
— Q-quem é você?
A expressão de Seonghwa não era amigável e Yeosang dizia que o sorriso era ainda pior porque deixava claro que suas intenções não eram boas.
— Não acho que você queira essa resposta, não é algo que você pode voltar atrás depois de descobrir — respondeu, arqueando uma sobrancelha.
— Eu vou chamar a segurança, as câmeras estão vendo você invadindo a minha casa.
A risada de Yeosang soou por seu fone.
— Coitado.
Ninguém podia culpar Sohui por achar que as câmeras eram de alguma ajuda, elas normalmente eram mesmo, não era culpa dele que estava para existir uma câmera ou aparelho que Yeosang não conseguisse hackear.
— Eu não contaria com elas se fosse você. Não faz sentido eu invadir seu apartamento na cara dura se eu pensasse que as câmeras eram algum empecilho, não acha?
Sohui ainda se encontrava sentado no sofá, o tablet ainda no chão.
— E o que você quer? — perguntou, tentando se manter firme.
— Sabe, ouvi dizer por aí que sua reputação é muito boa entre a população — Seonghwa comentou, fingindo um tom inocente enquanto falava. — Que tem um coração enorme e que nunca aprendeu a ser ambicioso. A sua marca com certeza se aproveitou da sua boa reputação. É isso que dizem os rumores, não é? Que você é um homem justo e honesto — continuou. — Você e eu sabemos que é tudo besteira, então não vamos perder tempo, tá bom?
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OUTLAW | SEONGJOONG
أدب الهواة| concluída | seonghwa x hongjoong Há 35 anos, uma enfermidade se espalhou pelo mundo. A Doença da Pétala causou prejuízos e perdas no globo inteiro, mas a Coreia sofreu com isso mais do que a maioria. Com pessoas morrendo e conflitos acontecendo em...