× capítulo 15 ×

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Hongjoong sentiu mais do que viu quando a bala atravessou sua carne e ele caiu com um impacto que ecoou na sala. Seu rosto se franziu e ele cerrou os dentes conforme a dor se espalhava de seu ombro por seu dorso, observando impotente enquanto os seguranças vindos de Deus-sabe-onde levavam San, Wooyoung e Seonghwa aos puxões pela porta até que o olhar preocupado do tatuador não estivesse mais claro em sua visão conforme as imagens ao seu redor deixavam de fazer sentido e sua consciência começava a esmaecer contra sua vontade.

Ele tentou permanecer acordado, mas o ferimento acertou algo que com certeza não deveria porque ele não precisava ter qualquer conhecimento médico para saber que a quantidade de sangue que encharcou sua camisa era muito maior do que o indicado.

A última coisa que ele viu antes de tudo escurecer foi Seonghwa lutando com tudo que tinha contra os dois seguranças que o arrastavam, tentando voltar para onde Hongjoong ficou jogado, provavelmente para morrer.

Ele quis rir e quis chorar, Seonghwa, San e Wooyoung foram levados para longe dele e ele morreria sozinho. Ele não cumpriria sua promessa e Seonghwa perderia seu estúdio, isso se não perdesse a vida porque ele foi incompetente e não planejou as coisas com mais cuidado, não procurou por entradas escondidas, não ficou mais atento. Ele montou a equipe, mas foi o primeiro a cair e agora seus amigos corriam todo tipo de perigo por sua causa.

Hongjoong sentia o nó em sua garganta e seus olhos estavam embaçados com as lágrimas quando acordou de seu breve desmaio que durou poucos segundos. Ele já tinha se entregado ao destino, aceitando sua morte nada grandiosa naquele chão frio enquanto o sangue se espalhava.

Então ele ouviu passos apressados e pensou que eram os seguranças que voltaram para terminar o que começaram, mas não. O rosto familiar de Mingi nunca pareceu tão iluminado quanto naquele momento em que ele se aproximou de Hongjoong, se abaixando ao lado dele com palavras que o caçador de recompensas não conseguia entender, seu entendimento enevoado pela dor e pela perda de sangue.

— ... joong, rápido, pelo amor de todos os santos — falou entre palavrões e xingamentos enquanto o sacudia. — Nós não temos tempo.

Hongjoong se esforçou para reagir e Mingi o ajudou a levantar às pressas, fazendo-o praguejar com a dor que se espalhou ainda mais com o movimento bruto.

— Eu sei, hyung, desculpa — disse ele, passando o braço direito de Hongjoong por seu pescoço, ajudando-o a caminhar. — A gente tem que sair daqui logo, eu não sei se eles vão voltar.

Foi difícil e Hongjoong sentiu a dor irradiar por seu corpo a cada passo, mas ele se obrigou a continuar, mesmo com todos os grunhidos de dor enquanto ele suprimia os gritos ao morder o lábio inferior, sentindo o gosto de sangue se espalhar em sua boca. Os dois avançaram pela galeria, deixando manchas com o sangue dele para trás.

A van estava estacionada no mesmo lugar e Mingi o colocou no banco de trás, com as portas abertas por Jongho que se apressou para ocupar o banco do motorista enquanto Mingi ocupava o banco ao seu lado, segurando-o quando eles saíram á toda velocidade em direção à oficina onde eles esperavam que ele tivesse alguma chance.

Durante todo o caminho, Hongjoong não conseguiu tirar da memória os olhares de Seonghwa, San e Wooyoung conforme eram arrastados para fora da galeria.

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Seonghwa não fazia ideia de para onde estava sendo levado. Sua respiração estava pesada enquanto avançava por corredores que não estavam representados no mapa, tentando pensar em alguma forma de tirar San e Wooyoung daquela situação. Ao mesmo tempo, ele não conseguia parar de pensar em Hongjoong e a imagem dele caindo com o impacto do tiro e deitado imóvel na poça de seu próprio sangue enquanto Seonghwa era arrastado sem poder fazer nada e a incerteza de não saber se ele estava bem, se estava vivo, o estava consumindo enquanto eles deixavam a sala do Cromer para trás, sem saber sequer se o roubo tinha dado certo.

OUTLAW | SEONGJOONGOnde histórias criam vida. Descubra agora