A visita mais importante

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Rodolffo jantou com a irmã e a filha e regressou à clínica.  Juliette também já tinha feito a sua refeição e estava sentada no sofá duplo.

Assim que ele entrou ela sorriu.  Para ele aquilo foi como um bálsamo para as suas dores.  Pelo visto a recuperação de Ju estava no bom caminho.

- Amor, voltaste?  Como está a Carolina?

- Olha tu mesma.  Tirei estas fotos há bocado.

- Juliette pegou o telemóvel dele e passou as fotos uma por uma.  Olhou uma e outra vez com os olhos rasos de àgua.

- Ela come o quê?

- o leite indicado para a idade dela.  A médica receitou.

Juliette apalpou os seus peitos e não sentiu diferença.

- Eu não ganhei leite?  Nem para alimentar a minha filha eu sirvo.

- Tu estavas em coma, Ju!  Como podias amamentar?  E era medicamentos a mais, iam fazer mal à bébé.

- Era uma das coisas com que eu mais sonhava e não vou poder.  Será que deixam ela vir aqui?  Eu preciso ver ela.

- Eu vou pedir, mas só amanhã quando a dra. vier.

- E os teus espectáculos? 

- Eu dei uma pausa na carreira.  A minha prioridade são vocês.

- Eu devia ter ficado afastada de ti.  Eu só atrapalho a tua vida.

- Nunca mais digas isso.  De que adianta ter sucesso na carreira se não somos felizes como seres humanos.   Não tem dinheiro nem fama que pague o meu amor por ti e pela Carolina.   Vocês são as minhas prioridades agora.

- Mas ...

- Mas nada.  Pára de falar porque a dra. proibiu a menina de se esforçar muito.

Rodolffo puxou-a para o peito e deu-lhe um beijo.  De seguida ela deitou a cabeça no colo dele e ficaram em silêncio com ele mexendo nos cabelos dela.

No dia seguinte com autorização da equipe médica,  Rodolffo chegou com Carolina e Ana.

Ans cumprimentou Juliette com dois beijos.  Elas sempre foram amigas desde que ela conheceu Rodolffo.

Rodolffo retirou Carolina da alcofa e colocou-a no colo de Juliette que não conteve as lágrimas.

- Minha filhinha, dizia ela enquanto acariciava o rosto da menina com os dedos e lhe dava um cheiro.

- Ela é parecida contigo,  Rodolffo!

- Mas a boca é igual à tua, boca de chupa pedra.

Todos riram perante esta afirmação.

Estava na hora dela comer e Ana tinha trazido a mamadeira num saco térmico já a contar com isso.

Pela primeira vez Juliette alimentou a sua filha.  Não era como ela sonhou mas mesmo assim sentiu-se feliz.  Agora o importante era que ela  crescesse sadia.

- Quando ela teve alta?  Ela ainda não completou o tempo.

- Tem 8 meses e uma semana.  Levei-a para casa na véspera de tu acordares.

Eu acho que vocês duas estavam fartas de mim e resolveram ficar fora um mês!

- RODOLFFO!  Gritou Ana.  Que sem noção.

- Desculpa amor.  Foi só uma brincadeira, mas realmente fui muito infeliz nesta fala.

- Não faz mal Ana.  Eu sei o marido que eu tenho.  Já estou habituada às saídas dele.

Depois de mudarem a fralda da criança esta logo adormeceu no colo da mãe.

- É sempre assim, ju.  Come e dorme.  Não dá trabalho nenhum.

- Obrigada Ana por gastares o teu tempo com ela.

- Eu estou amando ter ela só para mim.

- Aproveita agora.  Logo a Ju está melhor e regressa a casa e  vou dispensar-te.

- Despedida por justa causa.  Vou ficar muito contente nesse dia.  É sinal de que a minha cunhada já está recuperada.

- E eu serei sempre agradecida.  Não vejo a hora de sair daqui.

Estava na hora de Ana ir embora com a criança.  Juliette deu muitos beijinhos no seu rosto e na mão antes de a entregar a Rodolffo.

- Ju, vou descer com elas e já volto.

- Mas a Ana não veio no teu carro?
Vai levá-las e vens depois. Não é necessário estares sempre aqui.

- Está bem.  Vou levá-las, tomo um duche e regresso.

- E jantas.  Ultimamente não tens comida bem, disse Ana.

- Obriga ele a comer, Ana.

- Podes deixar que eu faço isso.

Rodolffo piscou o olho para Juliette,  deu-lhe um beijo e ela viu-os partir.

Tango dos AmantesOnde histórias criam vida. Descubra agora