Bem-vinda mamãe

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Mais quinze dias passaram.   Juliette estava quase recuperada.  Rodolffo fez questão de estar com ela todos os dias e ainda levar a filha para ver a mãe.

Hoje ela teria alta.  A médica  recomendou repouso e pouco stress.
Nada de emoções fortes.

Rodolffo conduziu a cadeira de rodas até o estacionamento e ajudou Juliette a entrar no carro.  Apertou o cinto e partiram em direcção a casa.

A música ambiente dentro do carro era uma declaração de amor para ela.  Ele segurou a mão dela depois de ajustar o som.

No final da música ele tinha os olhos marejados.

- Tive tanta saudade tua neste mês.  Eu estava contigo, mas tu não estavas.

Felizmente tudo deu certo.  Tive muito medo de te perder.

- Teve um dia que eu ouvi a tua voz pedindo para eu voltar.  Estavas a chorar e eu ouvi.  Não sei que dia foi.

- Foi no dia que eu levei a Carolina.   Eu pedi para voltares para nós porque eu precisava de ajuda com ela.  Acordaste no dia seguinte.

Ela deu um beijo na face dele para não distraí-lo do trânsito.  Ele beijou a mão dela.

- Amo-te.  Obrigado pela princesinha que me deste.

- Eu é que agradeço todos os dias por ter vocês comigo.  Amo-vos muito.

Rodolffo estacionou em frente à casa e ajudou Juliette a sair.

Uma faixa enorme estava pendurada na porta.

Bem-vinda mamãe

Lá dentro havia alguns balões e uma mesa com um bolo enorme e algumas outras iguarias.

Ana segurava  Carolina e um enorme buquê de rosas brancas.

Juliette apressou-se a segurar a filha e o buquê que cheirou e depois entregou a Rodolffo agradecendo.

- Coloca na àgua por favor.

- Bem-vinda Ju.  Deixa que eu coloco.

No resto do dia conversaram bastante, Juliette tomou conhecimento da rotina de Carolina, mas foi obrigada a descansar.

Rodolffo aproveitou uma soneca da filha para mandar Juliette ir para a cama.  Ela não reclamou já que ia estar com a menina.

Ele e Ana ficaram na sala a trocar ideias.

- Mana, quando achares bem podes regressar à tua vida.  Não estou a despachar-te mas já te aluguei muito.
Não sei o que seria de mim sem ti.

- Fico mais dois dias para a Ju se adaptar.  Agora é tudo novidade para ela, e eu amei cuidar da minha sobrinha.
Estou ansiosa para que ela possa ficar lá em casa comigo quando vocês quiserem sair para namorar.

- Ainda é muito pequena.   A Ju não vai deixar tão cedo.

- Achas que ela está mesmo bem?

- Acho.  Não reparei nada de diferente.

Os dias passaram.  Ana regressou a sua casa e Juliette já estava totalmente conectada com Carolina.

A bébé até parecia que já a conhecia. Se estava chorosa,  era só ouvir a voz da mãe que se calava logo.

Juliette desempenhava o papel de mãe com mestria, mas havia uma sombra no seu semblante.   Rodolffo percebeu e perguntou:

- Ju, porque é que eu acho que não estás totalmente feliz.

- Estou sim amor!  É impressão tua.

- Não é não.  Há qualquer coisa que está a perturbar essa tua cabecinha.

- Sabes, eu sinto-me triste porque não tenho leite para a Carolina.   Eu queria tanto.

- Já conversámos sobre isso e ela está bem alimentada.

- Eu sei, mas eu queria ter leite.

Os dois estavam sentados na cama junto do berço.
Rodolffo deitou-se e puxou-a para o seu peito.
Ficaram assim sem dizer nada e ela acabou por adormecer.

Rodolffo estava em paz mas ao mesmo tempo preocupado,  não fosse esse assunto debilitar a saúde dela.

No dia seguinte ligou e conversou com a médica sobre o assunto.  Ela acalmou-o dizendo que era normal ela sentir-se assim e que havia casos em que o leite poderia surgir.
Como ela não completou a gestação, poderia ser um desses casos.

Rodolffo ficou mais aliviado mas não   contou nada a Juliette para evitar que ela ficasse ansiosa.
Apenas a ajudaria a lidar com qualquer situação que surgisse.

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