LOUCOS DE AMOR- Carlos Sainz Jr.

Capítulo 8

Decidimos ficar mais dois dias em Mónaco, e apesar do turbilhão emocional dos últimos acontecimentos, decidi mergulhar na experiência e absorver cada momento. O principado, com o seu encanto peculiar, parecia ter um efeito calmante.

Naquela manhã, Kika, Pierre e eu descemos cedo, cada um do quarto de hotel para ir tomar o pequeno-almoço. O sol brilhava, e a vista do terraço era espetacular. À medida que saboreamos a comida, a conversa fluiu de forma descontraída.

De repente, Carlos Sainz apareceu à porta do restaurante do hotel com um sorriso amigável.

-Bom dia, pessoal! Espero que não se importam de me juntar a vocês.

-Claro que não, Carlos! Senta-te - Pierre convidou, indicando a cadeira vaga à sua frente.

Carlos juntou-se a nós, e a atmosfera tornou-se instantaneamente mais leve. Conversamos sobre Mónaco, as corridas e até sobre algumas histórias engraçadas das competições. Carlos estava bonito, com um ar descontraído não me admira que tenha um monte de mulheres atrás dele. Simpático e bonito.

O combo perfeito. pensei

-E então, o que têm planeado para hoje?

Pierre, sempre entusiástico, respondeu:

-Estava a pensar em ir para clube jogar paddle! Querem vir?

Carlos olhou entusiasmado.

-Paddle? Claro, estou sempre parado para um partida de Paddle.- Riu

-Kika, o que achas? - perguntei.

Kika soltou um riso divertido.

-Por que não? Vai ser divertido ver quem leva o troféu de campeão!

Levantamo-nos da mesa e dirigimo-nos à zona desportiva do hotel. Os campos de paddle estavam à beira do mar, proporcionando uma vista espetacular. Pierre, com o entusiasmo de sempre, dividiu-nos em equipas, ficando eu e Carlos contra o casal.

Apesar de nunca ter jogado até me saí bem. Carlos mostrou-se habilidoso no paddle, exibindo destreza e rapidez surpreendentes. A competição acirrada entre as equipes aumentou a diversão do jogo. O jogo estava empatado.

Decidimos fazer uma pequena pausa para depois decidirmos o famoso campeão, e como somos adultos muito maduros decidimos que a equipa que perdesse tinha que pagar o almoço.

-Este jogo está a ser mais intenso do que algumas corridas! - exclamou Carlos, ofegante, mas com um sorriso radiante no rosto.

-Concordo! - respondi, rindo- Nunca pensei que uma partida de paddle pudesse ser tão divertida e tão cansativa ao mesmo tempo.

O brilho do troféu imaginário de campeão estava nos olhos de cada um, e todos estávamos determinados a levar a competição a sério.

Depois da pausa, regressamos ao jogo com renovada energia. As raquetes cortavam o ar, e a bola saltava no campo de paddle. À medida que a partida se aproximava do fim, a pontuação estava equilibrada. O sol mergulhava no horizonte, pintando o céu com tons de laranja e rosa.

Finalmente, com um último esforço conjunto, Carlos e eu conquistamos o ponto decisivo, garantindo a vitória da nossa equipa. Gritamos os dois, largamos as raquetes no chão e demos um abraço animado.

Sabem aquele momento em que parece que o mundo pára? Era um desses momentos, afastei-me ligeiramente de Carlos de modo a nos encararmos, e ficamos ali, em silêncio, a olharmos um para o outro.

Fingi limpar a garganta, quebrando o momento constrangedor, virando-me para o casal do outro lado do campo.

-Parece alguém nos está a dever um jantar- cantarolei.

Kika mostra a língua.

-Depois vai haver revanche dona Clara Medina.

Ri-me com a reação exagerada da morena.

Após o jogo, dirigimo-nos aos chuveiros para nos refrescarmos, e encontramo-nos no hall de entrada do Hotel.

Carlos estava com o cabelo húmido e vestia uma simples t-shirt polo e uns calções por um momento senti algo estranho embrulho no estômago, abanei a cabeça tentando dissipar aquela sensação estranha.

-Então onde é que vamos almoçar é que eu estou esfomeado- carlos diz

-Pierre e Kika conhecem os melhores lugares por aqui. - Respondi, tentando ignorar a estranheza momentânea que senti. - Vamos deixar que eles escolham.

Pierre, sempre animado, sugeriu um restaurante à beira-mar conhecido pela culinária local e pela vista espetacular. Concordamos entusiasticamente, e lá fomos nós, a caminho do merecido almoço.

Durante a refeição, a atmosfera estava descontraída e cheia de risos. Os acontecimentos da partida de paddle eram tema de brincadeiras, especialmente quando Kika afirmou, com uma expressão dramática:

-Clara, se não fosse pelo teu lance espetacular no final, teríamos ganho!

Todos riram, incluindo eu, enquanto fazíamos brindes.

-Ham..- kika disse de repente- Clara vens comigo ao toilet por favor.

Estranhei, mas concordei e fomos em direção à casa de banho.

Ao entrarmos Kika sorriu de forma estranha.

-O que foi Kika Gomes- franzi o cenho.

-Então, o que achas de Carlos? - perguntou ela, sem rodeios.

-Falamos sobre muitas coisas. Ele é simpático, engraçado... e bom no paddle. - Ri ao relembrar a partida.

-Não estou a falar das suas habilidades de paddle, Clara. Estou a falar de algo mais profundo. Notaste a tensão entre vocês?

-Que tensão o quê!- Ri- eu só o vejo como amigo...- Fiquei em silêncio por um momento- ...e para além do mais ele tem namorada Kika.

-Ah! Isso são só detalhes- riu maliciosamente- daqui a nada ele termina com aquela azedinha.

Arregalei os olhos.

-Meu Deus credo! Não fales assim da mulher ela perece sem um doce.

-Não parecia nenhum doce ontem- rebateu.

-Acho que se tu encontrasses o Pierre abraçado a outro num jardim também não ias gostar muito- ri.

-Isso é diferente, Pierre é diferente. - Kika tentou argumentar, mas acabou por rir. - Mas esquece isso. O que importa é o que tu sentes.

-Eu não sinto nada para além de amizade com o Carlos. - Afirmei, mas uma pequena voz na minha cabeça questionava se essa afirmação era totalmente verdadeira.

Kika revirou os olhos.

-Clara, nem todos os dias tens a oportunidade de conhecer um piloto da Fórmula 1. E olha para ele, é um pedaço de mau caminho.

Revirei os olhos também.

-Kika, não sejas cliché. Além disso, já disse que ele tem namorada.

-Achas que a namorada dele se importa tanto quanto tu? - Kika provocou.

Senti-me desconfortável com a insinuação, mas antes que pudesse responder, ela continuou.

-Olha, só estou a dizer para não fechares a porta antes de saber o que está do outro lado. Às vezes, a vida surpreende-nos e tu mereces apaixonares-te outra vez depois de tudo o que passaste com Tom.

Sacudi a cabeça, ainda não totalmente convencida.

-Vamos lá, os rapazes estão à espera.