Capítulo 05: Paparazzi

65 15 8
                                    

Depois do dia da praia, Robert e eu passamos algumas semanas sem se ver. Ao mesmo tempo que eu achava bom ficar longe dele e não ter que mais fazer aquela capa de desinteressada, não havia um único minuto se quer que eu não pensasse nele.
Eu precisava sair para espairecer. Assim que coloquei a Scarlett na cama, me arrumei para ir visitar o pub de Ana. Seria bom para mim distrair a cabeça com outra coisa.

— Hanna, amanhã é meu fim de semana de folga, você se importa se eu sair agora de noite? — Perguntei enquanto ela assistia um seriado na televisão da sala.

— Pode ir, não tem problema. A Scarlett já dormiu?

— Já sim.

— Então nem precisava pedir minha autorização.

— Nos vemos mais tarde. — Me despedi.

O Uber me deixou na Sunrise Boulevard por volta de 22:30 da noite. Assim que cheguei no local, pude sentir a energia extraordinária que havia ali. As pessoas eram muito alegres e dançavam como se não houvesse amanhã. O karaokê estava lotado com grupos de amigos cujas risadas e cantorias amadoras davam para ouvir de longe.

— Rebeca! — Ana me reconheceu no meio do salão na mesma hora.

— Oi. — Recebi um abraço apertado.

— Que bom te ver.

— Igualmente. Esse lugar é incrível. — Olhei ao redor.

— Fico feliz que gostou. Tá afim de uma bebida? É por conta da casa.

— Claro.

— Duas cervejas, pode ser? — Ela perguntou alto, por causa da música.

— Pode.

Ana abordou um garçom e logo fez o pedido. O homem não demorou muito para trazer duas garrafas de Heineken super geladas. Eu não era muito fã de cerveja, preferia drinks, mas eu não ia fazer desfeita com uma amiga.

— Saúde! — Ana brindou sua garrafa na minha.

— Saúde. — Dei uma golada. — Desde quando esse lugar funciona?

— Desde 2016. É o bar mais conhecido aqui da Sunrise Boulevard. Até famosos frequentam.

— Nossa... isso é incrível. — Respondi um tanto quanto apática. Minha mente não parava de pensar naqueles olhos azuis.

— Tô te achando um pouco cabisbaixa, aconteceu algo?

— Não, não aconteceu nada.

— Mesmo? Pode conversar comigo, se quiser.

— É só... um cara. — Suspirei.

— Imaginei. — Ana riu. — Esses homens deixam a gente louca, não é? Mas o que ele fez?

— Pior que ele não fez nada, o problema sou eu. Eu quero muito ele... mas não posso tê-lo, ele é inalcançável.

— Como assim "inalcançável"?

— Ele é muito mais velho, muito mais rico, e ainda por cima é padrinho da criança que eu tô tomando conta. — Bebi mais um pouco, deixando a garrafa pela metade.

  — É, isso é uma merda mesmo. — Ela bufou.

  — Pois é. Agora eu tenho que fingir que não sinto atração por ele, mas isso é impossível, o cara parece um anjo de tão lindo.

  — Tem alguma foto dele aí?

  Eu não queria dizer que minha paixonite era pelo Robert Pattinson. Ana com certeza ia achar que eu estava mentindo.

I chose you // Eu escolho vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora