Epílogo

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Acordei no meio da madrugada com o barulho de choro vindo da babá eletrônica. Rebeca dormia profundamente ao meu lado, abraçada com o meu filho Henry. O pequeno estava crescendo e tendo dificuldade para dormir sozinho, ele agora tinha começado a acreditar que existia um "bicho papão" debaixo da sua cama.
  Eu não queria acordar a minha esposa, ela parecia cansada demais. Então, me levantei de mansinho e fui até o quarto das nossas princesas. Eram duas bebês extremamente lindas, graças a Deus tinham puxado a mãe. Com exceção dos olhos, que tinham sido totalmente herdados de mim.

  — Ei, amorzinho... o papai tá aqui. — Peguei Charlotte no colo e comecei a balança-la.

  Tentei ninar a bebê por bastante tempo, mas ela não parava de chorar. Seus berros acabaram acordando sua irmã Catherine.
  Peguei as duas no colo e me sentei na cadeira de balanço, tentando a todo custo fazê-las voltarem a dormir. Mas o choro delas só se tornava cada vez mais alto. Como criaturinhas tão pequenas conseguiam fazer tanto barulho?

  — Rob? — Rebeca entrou no quarto com os olhos inchados de sono. — Por que não me acordou?

  — Eu queria que você descansasse.

  — Elas estão com fome... nem que você fosse um encantador de bebês, iria conseguir acalmá-las. Me dê elas aqui.

  Rebeca tirou o sutiã de amamentação, pegou as duas no braço e colocou uma em casa seio. As pobrezinhas sugavam com toda a força do mundo, estavam realmente famintas.
  À meia luz, amamentando as nossas filhas e cantarolando para elas, com aquela carinha de cansada, eu achei minha esposa a mulher mais linda do mundo. Não sei como pude ter tanta sorte.

  — O que foi? — Ela perguntou rindo.

  — Você é tão linda.

  — É porque tá meio escuro e você não tá me enxergando direito... — Rebeca disse.

  — É sério, você tá na sua melhor fase. Nunca lhe vi tão bonita assim.

  — Obrigada. — Rebeca deu um sorriso tímido.

  Depois de terminarem de mamar, as meninas acabaram dormindo novamente. Rebeca colocou cada uma em seu devido berço e nós ficamos admirando-as.

— Elas são perfeitas, não são? — Perguntei atrás dela, dando um beijo em seu ombro. — São igualzinhas a você.

— Mas graças a Deus as duas nasceram com os seus olhos. Acredite, eu rezei muito pra que isso acontecesse.

— Jura?

— Sim. Nunca haverão olhos tão lindos quantos os seus, Rob. — Ela se virou para mim e fez carinho em minha bochecha.

— E esses olhos foram feitos unicamente pra eu apreciar a beleza da minha linda esposa.

— Tá com sono? — Rebeca perguntou de repente.

  — Confesso que perdi um pouco. Por que?

  — Eu também perdi. — Ela apagou a luz do abajur que ficava ao lado do berço das meninas. — O que acha de ficarmos um pouco a sós?

  — É... já tem um tempão que não temos um momento só nosso.

  — Vem comigo. — Minha esposa me puxou pela mão.

Descemos até a sala de estar e ela pegou uma garrafa de vinho em nossa adega. Rebeca encheu duas taças e as colocou sobre a mesinha de centro na frente do sofá.

— Você pode beber? — Perguntei por precaução. — Digo... você tá amamentando.

— Já faz 3 meses que eu tive as meninas, o médico disse que depois de 3 meses eu posso consumir bebida alcoólica de forma moderada.

— Se for assim, então... um brinde. Um brinde à vida.

— Tim-tim. — Ela encostou a sua taça na minha e tomou um pequeno gole de vinho.

Era inacreditável o rumo que minha vida tinha tomado. Nunca imaginei que meu futuro pudesse ser tão bom. Três filhos lindos, uma casa grande e luxuosa, uma esposa incrível, um troféu do Oscar em minha estante... às vezes parecia ser bom demais para ser verdade.

— No que tá pensando? — Rebeca cruzou as pernas no sofá.

— Eu sou muito abençoado por te ter, sabia? — Coloquei uma mecha do seu cabelo atrás de sua orelha. — Você me deu tudo que eu sempre sonhei.

— Não, Rob. Foi você que conquistou tudo isso, eu só te deu um empurrãozinho. — Ela sorriu.

— Não. Você curou meus traumas, perdoou meus erros, lutou pela minha mudança de vida, me incentivou a voltar pras telas... me deu três filhos.

— Na verdade, quem te deu o Henry foi a Suki. — Rebeca se encolheu.

— Foi você. — Segurei sua mão. — Você desmascarou ela pro mundo e conseguiu tirar o Henry das garras dela. Você é a minha heroína, Rebeca.

— Para, Robert... você sabe que eu não sei como reagir a elogios. — Suas bochechas ficaram vermelhas. Era um dos traços que eu achava mais bonito e fofo nela.

— Obrigado por ter me escolhido.

— Eu que agradeço por você ter me escolhido. Ter me escolhido como a mulher da sua vida e a mãe das suas filhas.

— Não tinha como escolher um outro alguém.

Envolvi sua nuca com a minha mão direita e lhe puxei para um beijo repleto de amor. Não foi um beijo com intenções sexuais, nem nada do tipo. Foi somente... amor. O amor mais puro que já experimentei em toda a minha vida.

— Posso te pedir uma coisa? — Perguntei entre os beijos.

— Qualquer coisa.

— Canta pra mim? A música que você escreveu.

— Já escrevi tantas músicas...

— Você sabe... a primeira de todas.

Ela me olhou um tanto quanto confusa, mas assentiu. Caminhamos silenciosamente até o estúdio de música que tínhamos em casa e ela se posicionou no banco do piano.
Rebeca tocou a primeira nota um pouco insegura, já fazia tempo que ela não cantava nem tocava. O nascimento das meninas lhe obrigou a dar uma pausa na música.
E então ela começou a cantar a primeira música que compôs para mim... fazendo com que aquela voz angelical preenchesse o ar daquele estúdio e agradasse os meus ouvidos. Eu nunca ia me cansar de ouvir o seu canto.
Enquanto ela cantava e tocava, um flashback rápido de passou em minha mente. Me lembrei quando eu a trouxe para a minha casa e eu quase lhe forcei a tocar em meu piano. Rebeca estava tão nervosa naquela noite, mas ainda assim foi maravilhosa. Foi ali que eu percebi que já estava apaixonado.
Ela era a rainha do meu coração, do meu corpo e da minha alma. Foi por ela quem eu esperei durante toda a minha vida, foi ela que eu sempre quis e eu nunca iria deixá-la partir. E mesmo se um dia eu perdesse tudo, perdesse a minha fama, o meu dinheiro, ou a minha visibilidade... se eu ainda tivesse ela e a nossa família, seria mais que suficiente.

— Gostou? — Ela quis saber no final.

— Tem como não gostar? — Eu dei uma risada nasalada e me sentei ao lado dela. — Cada vez que eu te ouço, é como se eu estivesse no paraíso.

— Eu te amo.

— Eu te amo ainda mais.

Foi assim que eu descobri que finalmente eu havia chegado na parte do "felizes para sempre" na história da minha vida. Quer dizer... da nossa vida.

Fim.

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I chose you // Eu escolho vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora