Capítulo 12: Ano Novo🔞

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  Era meu primeiro dia de trabalho como cantora no pub da Ana. No dia da véspera do ano novo. Cheguei lá por volta das 21:30 da noite, depois de ter dado a janta de Scarlett e tê-la feito dormir.
  Era a minha "noite de estreia" e eu estava tentando deixar a ansiedade não me consumir. Assumo que, para isso acontecer, precisei tomar pelo menos uns 3 shots de tequila.
  Ana estava me acompanhando no mini camarim que havia no pub, minutos antes da apresentação. Ela tentava me tranquilizar a todo custo.

  — Como você e o vampirinho estão? — Ana tentou tocar em outro assunto que não fosse a apresentação.

  — Bem... eu acho. — Respondi passando a última camada de máscara de cílios nos olhos.

  — "Bem"? Só "bem"? Quero detalhes, amiga!

  — Ah, nós viajamos pra Lake Tahoe no natal. — Dei de ombros.

— E...? — Ana questionou cheia de expectativas.

— Não aconteceu nada. Só nos beijamos.

— Como não aconteceu nada? — Ela ficou perplexa. — O que você tá esperando pra agarrar esse homem de uma vez?

  — O momento certo vai chegar, amiga. Não estamos com pressa.

  — Bom... isso que importa então.

  Quando deu 22:30, finalizei minha maquiagem, dei uma última arrumada no cabelo e tomei mais um shot de tequila antes de subir ao palco. Eu já não me sentia mais tão nervosa, pelo contrário, até me sentia confiante. Acho que a tequila fez o efeito que eu queria.
  Deviam ter umas 50 pessoas no pub e nenhuma delas prestava atenção em mim. Então, ajeitei o microfone na altura da minha boca, posicionei meus dedos nas teclas do teclado musical e toquei o primeiro acorde da música.
  Naquela noite, meu repertório inteiro de músicas foi Pink Floyd, banda que eu me apaixonei na infância, graças ao meu pai. Era uma banda relativamente antiga, o público do pub (a maioria da geração Millenial) conhecia todas as músicas que eu havia escolhido cantar. Eles estavam gostando.
  No decorrer da noite, as pessoas estavam prestando mais atenção em mim. O jeito que eu cantava e tocava estava realmente cativando o público. Tudo bem que a maioria ali estava bêbado, mas já era um bom começo.

  — Galera, já são 23:50, ainda temos tempo pra uma última música. O que acham? — Interagi com eles.

Todos vibraram, implorando por uma última canção antes do badalar da meia noite. Então decidi fechar com a música "Time" em Sol menor. Talvez fosse a música que mais se adequasse àquele momento de virada de ano.
Enquanto eu cantava, vi Robert entrando pela porta do pub. Aquela foi minha maior alegria da noite. A sua admiração ao me ver cantar era o gás que eu necessitava. Ele fazia eu me sentir como se fosse capaz de fazer qualquer coisa.

  — Essa foi a última da noite, pessoal! Espero que tenham curtido! Feliz ano novo!

  Saí do palco e corri em direção a Robert, lhe envolvendo com um abraço apertado e demorado. Fiquei na pontinha dos pés para que meus braços pudessem alcançar os ombros dele.

  — Obrigada por ter vindo. — Agradeci.

  — Eu não ia perder a sua primeira apresentação. Você se saiu muito bem, como eu já esperava.

  — Obrigada.

  Então, a contagem regressiva para meia noite iniciou. Estávamos a poucos segundos de entrar em um novo ano, e eu estava sentindo que aquele seria o ano da minha vida.

  — 10... 9... 8...7... — Todos começaram a contar em uníssono.

  Quando chegou no "1", as pessoas começaram a se beijar. Não entendi direito o motivo daquilo, mas imaginei que com certeza era alguma herança cultural.
  Robert, não ficando de fora da tradição, agarrou minha cintura e me puxou para um beijo lento. Foi como se tudo ao redor de nós tivesse parado.

I chose you // Eu escolho vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora